Em comunicado a todas as Confederações do esporte, a Confederação Panamericana do Boliche, Panam Bowling, informa que, juntamente com a World Bowling, apresentou uma opção ao Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, para que o boliche seja incluído na competição.
Com base na parceria existente entre a World Bowling e Qubica AMF, foi produzida uma carta que prevê, por parte das entidades, o fornecimento de um novo centro de competição para Santiago 2023, com pistas provisórias, para ter um palco de acordo com as necessidades dos Jogos.
Na última passada, o presidente da Panam Bowling, Martin Faba, conversou com o secretário-geral da Panam Sports, Ivar Sisniega, para discutir odocumento. Em breve haverá uma reunião para assinar o compromisso, de modo que a proposta seja confirmada.
Ao mesmo tempo, o secretário confirmou que, se a Panam Bowling fornecer a infraestrutura, e isso será feito, o comitê organizador cobrirá os custos operacionais. Assim, a previsão é de o boliche esteja nessa edição nos Jogos.
A carta também foi apresentada ao ministro do Esporte chileno e ao Comitê Olímpico Nacional do país.
Para saber mais, acompanhe as redes sociais do @bolichebrasil.
Decisão foi anunciada pela Organização Desportiva Pan-Americana
Publicado em 25/09/2019 – 18:58
Por
Fábio Lisboa – Jornalista da TV Brasil
Rio de Janeiro
A Organização Desportiva Pan-Americana (Panam Sports) anunciou na tarde desta quarta-feira (25)
que a judoca brasileira Rafaela Silva perdeu a medalha de ouro na
categoria até 57 kg que conquistou na última edição dos Jogos
Pan-americanos, que aconteceram este ano em Lima.
Rafaela deu positivo em um exame antidoping realizado no dia 9 de agosto.
No teste foi constatada a presença de fenoterol no organismo da atleta.
O fenoterol é um medicamento de efeito broncodilatador usado para o
tratamento de asma brônquica, pneumonia, bronquite e tuberculose.
Contaminação acidental
Segundo a brasileira, a contaminação pode ter acontecido de forma
acidental, durante uma brincadeira com uma criança: “Sempre tive muito
cuidado como atleta e nunca imaginaria que pegaria uma criança de 6
meses no colo que faz uso dessa substância. Tenho o costume de brincar
com meu sobrinho, minha sobrinha, que hoje tem
14 anos. Sempre dou meu nariz para as crianças brincarem chupando como
se fosse uma mamadeira, e uma das crianças com as quais brinquei fez uso
dessa substância. Esta pode ser a forma como [a substância] entrou no
meu corpo”.
Kacio Fonseca
Além de Rafaela, a Panam Sports anunciou que puniu outro brasileiro
pego em exame antidoping, o ciclista Kacio Fonseca. O teste dele deu
positivo para a presença da substância LGD-4033. Com isto, foi caçada a
medalha de bronze conquistada pela equipe brasileira no ciclismo de
pista.
Edição: Verônica Dalcanal
Tags: esportesJogos Pan-AmericanosLima 2019rafaela silvaJudô
Campo Grande (MS) – Durante os Jogos
Parapan-Americanos de Lima 2019, onze atletas de Mato Grosso do Sul
conquistaram treze medalhas durante a competição, incluindo ouro nas
modalidades de atletismo, judô, futebol de sete e goalball.
Natural de Camapuã, Luan Simões Pimentel ficou em primeiro lugar no
judô na categoria 73 kg. No atletismo, Jair Henrique Souza conquistou
ouro no lançamento de dardo e bronze no lançamento de peso.
A campo-grandense Gabriela Mendonça Ferreira foi ouro no salto à
distância, estabelecendo recorde da competição com 5m34. Conquistou
ainda bronze nos 100 metros rasos. Também de Campo Grande, Yeltsin
Francisco Ortega Jacques ganhou o ouro nos 1.500 metros e o bronze nos
5.000 metros.
Natural de Naviraí, Fabrício Júnior Barros Ferreira conquistou
primeiro lugar no 100 metros e medalha de bronze nos 400 metros.
Nascido em campo Grande, Davi Wilker De Souza conquistou o bronze nos
400 metros. De Caarapó, Jonatan Da Silva Ferreira conquistou o bronze
nos 100 metros.
INCENTIVO: Centro Poliesportivo da Vila Almeida, inaugurado em agosto, será referência para o esporte paralímpico
Os atletas de Mato Grosso do Sul Hebert Honório Lemes Oviedo, Heitor
Luiz Ramires Camposano, Leonardo Giovani Morais e Wesley Gabriel Dos
Santos Ferreira compuseram a seleção de Futebol de sete que conquistou o
ouro no Parapan-Americanos.
Nascida em Batayporã, Gleyse Priscila Portioli Henrique ganhou a medalha de ouro disputando pela equipe de Goalball.
O diretor-presidente da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso
do Sul (Fundesporte), Marcelo Miranda, lembrou que Mato Groso do Sul é
referência no esporte paraolímpico e que o resultado nos Jogos
Parapan-Americanos reflete as políticas públicas voltadas para a
categoria. “Desde o início da gestão colocamos como prioridade o apoio
ao esporte paraolímpico. Ampliamos nossos programas de iniciação
esportiva para pessoas com deficiência e levamos os projetos para as
escolas estaduais. Apoiamos todas as solicitações que chegam de clubes
para participarem de campeonatos estaduais e destinamos 20% das bolsas,
tanto para atletas, como para técnicos, para o esporte paraolímpico”,
completou.
Os Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019 se encerraram neste domingo,
1º de setembro, e entram para a história como o que o Brasil mais
conquistas acumulou. Após nove dias de competição, nossos atletas
chegaram à inédita marca de 308 medalhas, entre as quais 124 de ouro, 99
de prata e 85 de bronze. Nunca nenhum país somou tantas vitórias em uma
única edição de Parapan.
Texto: Airton Raes – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Josemárcio e Lucilene superam a deficiência para representar o Brasil
Publicado em 01/09/2019 – 18:37
Por
Juliano Justo – Repórter da TV Brasil
Lima
Pelo menos dois dos 337 atletas da delegação brasileira que
esteve em Lima para participarem dos jogos Parapan-Americanos têm muito
em comum. Josermárcio, do goalball e Lucilene, da Natação, são irmãos.
Nascidos em Santa Maria do Pará, a 160 km da capital Belém e têm a mesma
deficiência: a atrofia do nervo óptico, que causa uma perda
irreversível da visão. Isso quer dizer que em algum momento os dois
ficaram completamente cegos.
Irmãos Josemárcio e Lucilene são destaque em Jogos Parapan-Americanos. – Arquivo pessoal dos atletas
A morte precoce do pai também afetou a família. “ Ele morreu quando
eu tinha pouco mais de um ano. E minha mãe ficou sozinha para criar os
dez filhos,” lembra a Lucilene.
Os irmãos partiram para São Paulo juntos em 2013, para participar das
Paralimpíadas Escolares. Naquela época, Parazinho, como Josemárcio é
conhecido, já estava no goalball. Ele chegou à seleção em 2013 e hoje é
campeão mundial, bronze paralímpico e conquistou o bicampeonato
parapan-americano em Lima. “ Parece impossível. Mas não é. Acreditem nos
seus sonhos. As Paralimpíadas Escolares foram as portas para tudo
isso.”
Lucilene passou por outras modalidades até chegar à natação. “ A
gente saiu muito cedo de casa. Eu saí com 12 anos. Queríamos melhorar. E
encontramos o esporte. Passei pelo goalball, pelo atletismo, até achar a
natação.” A mudança definitiva para São Paulo foi em 2018 para focar os
treinos na natação em Indaiatuba, interior do estado.
Nos Jogos Parapan-Americanos Lucilene representou o Brasil pela
primeira vez no exterior e faturou três medalhas de prata. “ Representar
o Brasil, a família e o estado do Pará é uma felicidade sem tamanho”.
Durante os Jogos, os dois se encontraram na Vila dos Atletas.
Parazinho, mais experiente, passou algumas dicas para a irmã. “
Concentração, foco e uma dieta adequada. Isso que eu procurei passar
para ela”. Lucilene considera que estar ao lado dele foi fundamental
para essa estreia internacional. “ A gente está firme. Nos damos muito
bem. Foi demais tê-lo aqui.”
Depois dos Jogos de Lima, a garota de 19 anos já embarcou direto com a
delegação nacional para o Mundial de Natação de Londres. “ É o que eu
sempre sonhei. Esperei muito para esse momento. Não tem cansaço que
possa tirar a felicidade que estou sentindo.”
Rodolfo Vilela/ rededoesporte.gov.br Esportes Campanha foi a mais expressiva de um país na história dos jogos
Publicado em 01/09/2019 – 20:09
Por
Juliano Justo – Repórter da TV Brasil
São Paulo
Disputado oficialmente desde 1999, os Jogos
Parapan-americanos têm agora o Brasil como o dono da melhor campanha de
todos os tempos: 308 medalhas, 124 ouros, 99 pratas e 85 bronzes. Essa é
a quarta vez seguida que a delegação verde e amarela lidera o quadro de
medalhas.
A marca anterior era do México, que em casa na primeira edição, havia
conquistado 307 pódios (121 ouros, 105 pratas e 81 bronzes). “A nossa
meta interna no Comitê sempre foi superar os números de Toronto. Não só
em medalhas, mas queríamos estar em mais finais, trazer a maior
delegação, ter mais mulheres, contar com o maior número possível de
atletas de classes baixas. Sempre apostando muito nos jovens. E acho que
tudo isso foi alcançado”, disse Alberto Martins, diretor técnico e
chefe da missão brasileira em Lima.
A delegação brasileira ultrapassou a marca de medalhas de ouro quando
Evelyn Oliveira, Mateus Carvalho e Antônio Leme, na classe BC3 da
bocha, superaram o time canadense na final por 4 a 3.
Lauro Chaman, do ciclismo, bateu o recorde total de pódios. Na prova
de resistência C4-5, ele foi o mais rápido completando os 80 km em
2h17m43.
Destaques
A atleta Edênia Garcia – Divulgação Comitê Paralímpico Brasileiro
Quase metade das medalhas brasileiras veio das piscinas. A equipe da natação
ficou com 127 conquistas, sendo 53 ouros. Há quatro anos, em Toronto, o
Brasil conseguiu 104 medalhas, sendo 38 ouros. No Halterofilismo, o
Brasil também liderou com folga o quadro de medalhas. Foram 16 medalhas,
sendo seis ouros. Em Toronto, o Brasil ganhou oito medalhas na
modalidade.
“ A natação superou muito as nossas expectativas. Já esperávamos
bastante. Mas ficou acima do que queríamos. O Halterofilismo tem uma
regra muito confusa. É difícil haver uma unanimidade entre os árbitros.
Há sempre uma interpretação. Por isso, acho que os nossos atletas foram
muito bem.
Projeção para Tóquio 2020
Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a delegação brasileira
em Tóquio, nos Jogos Palalímpicos, terá entre 350 e 400 pessoas, sendo
aproximadamente 250 atletas. “Ainda é bastante cedo para termos uma meta
de resultados. Precisamos esperar os Mundiais de natação, agora em
setembro, de Atletismo, no final do ano, e os próximos até Tóquio para
podermos delimitar melhor os nossos adversários. Mas, é claro que a
China é fortíssima. Rússia voltando é uma forte candidata à um posto no
Top 5. Canadá e Estados devem ir com delegações bem diferentes dessas
que estiveram aqui em Lima. Serão fortes rivais”, projeta Alberto
Martins.
Nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016, o Brasil finalizou a sua participação em oitavo, com 72 medalhas (14 ouros).
Entre vários outros, um ponto é observado com muita atenção pela
equipe multidisciplinar brasileira: as medalhas de prata. “ Saímos de
Lima com 99 pratas. Foram ocasiões nas quais ficamos muito perto do
ouro. Queremos entender quais os detalhes que faltaram. E temos gente
trabalhando para descobri-los”, completa o dirigente.
Mizael Conrado e a homenagem a André Brasil
“ Foi uma campanha memorável do Brasil, em um dos Parapan-americanos
mais difíceis de todos os tempos,” disse o presidente do CPB, Mizael
Conrado. Em meio às comemorações, o dirigente fez questão de lembrar de
um personagem do paradesporto nacional, o nadador André Brasil ( dono de
14 medalhas em Jogos Paralímpicos e quatro recordes mundiais ), que foi
considerado inelegível pelo Comitê Paralímpico Internacional em abril
desse ano. “ Por conta de um processo truculento, ele não pôde estar
aqui. Mas estamos com ele. O talento dele, com certeza, contribuiu para
que o paradesporto chegasse nesse nível. Um pedacinho de cada uma dessas
medalhas também é dele.”
No Dia do Profissional de Educação Física, Brasil tem melhor Parapan
Publicado em 02/09/2019 – 17:23
Por
William Douglas – Comentarista do programa Stadium
da TV Brasil. A coluna do comentarista será publicada pela Agência
Brasil semanalmente às segundas-feiras.
São Paulo
A edição 2019 dos Jogos Parapan Americanos terminou ontem
com a delegação brasileira comemorando o recorde de 308 pódios, sendo
109 medalhas de ouro. Numa dessas coincidências que a vida proporciona,
quis o destino que os jogos terminassem em um 1º de setembro, Dia do
Profissional de Educação Física.
O protagonismo dos atletas é indiscutível e, durante os últimos dias,
pudemos ler e ouvir histórias de quem suou muito para chegar ao pódio.
Mas o esporte é uma construção social e coletiva, e, adaptando uma
metáfora do futebol, a medalha não acontece por acaso. Ninguém nasce
atleta ou paratleta. A carreira atlética é construção. Depende, é claro,
de talento. Mas, tal qual uma pedra preciosa, seu brilho só existe se
lapidado por mãos corretas, que identificam no meio do material bruto
algo especial e sabem a maneira correta de trabalha-lo.
No paradesporto, a capacidade muitas vezes exige enxergar além das
aparências. Não são poucos os atletas que descrevem que por anos,
durante as aulas de educação física, ficavam sentados, ao lado das
quadras, assistindo aos amigos. Só depois do olhar atento de professores
que tinham o conhecimento do esporte adaptado é que foram integrados e
tiveram respeitados o seu direito à prática esportiva.
Duas iniciativas recentes do Comitê Paralímpico Brasileiro ajudam na
detecção de talentos e devem render frutos em breve: uma é o Centro de
Formação Esportiva, destinado a crianças e jovens com idade entre 10 e
17 anos, em São Paulo. A outra, o curso online Movimento Paralímpico:
Fundamentos Básicos do Esporte, que visa levar os conceitos básicos do
paradesporto para 100 mil professores de todo o país.
É bom registrar que não é função da escola formar atletas de alto
rendimento. As aulas de educação física têm outros objetivos, mas o
encaminhamento de talentos aos locais de treinamento é uma consequência
natural de um trabalho bem realizado.
Ao olhar nas comissões técnicas das seleções brasileiras no Parapan
de Lima é possível encontrar mestres e doutores, profissionais que, além
do conhecimento prático do dia a dia, buscam no conhecimento acadêmico o
aprimoramento profissional, refletido em resultados expressivos no alto
rendimento.
Vale ainda destacar que, muito além de treinadores, profissionais de
educação física ocupam outros postos de suma importância: preparadores
físicos, analistas de desempenho e gestores esportivos são faces que
ficam ocultas para muitos, mas que pavimentam os caminhos dos pódios. O
paradesporto brasileiro sai de Lima ainda mais forte. E, muito disso,
graças ao trabalho de profissionais de educação física. Talentos que
merecem respeito e gratidão.
Edição: Verônica Dalcanal
Tags: esportesParalimpíadaJogos Parapan AmericanosWilliam DouglasCPBComitê Paralímpico Brasileiroparadesporto
Edênia Garcia diz que prova de 50 metros costas é o seu xodó
Publicado em 01/09/2019 – 08:40
Por
Juliano Justo – Repórter da TV Brasil
São Paulo
Mar del Plata, 2003: “Eu lembro de muito frio. A gente não
tinha nem agasalho adequado. Hoje, recrutamos uma excelente equipe de
apoio”, diz a atleta Edênia Garcia, ao lembrar o primeiro título dessa
série. Ela acrescenta que hoje, aos 32 anos, consegue desfrutar mais o
título. “Tentar entender o que está acontecendo comigo. Quando eu era
mais nova, só pensava em ganhar. Quanto mais medalha, melhor.”
A atleta fez história em Lima com o pentacampeonato dos 50 metros
costas da classe S3, cravando 57 segundos e dois centésimos (recorde do
campeonato).
No pódio, a nadadora, que nasceu com polineuropatia sensitiva motora,
doença progressiva que traz dificuldades de movimentos, chorou. “Os
últimos três anos foram muito pesados para mim. Perdi o meu pai, não
tive bom desempenho nos Jogos do Rio de Janeiro. Saí com algumas
sequelas de todo esse processo. Aqui mesmo em Lima, sofri muito de
ansiedade antes da prova dos 50 metros livre. Mas estamos começando a
melhorar.”
Já são dois anos de acompanhamento direto com um médico. E as
orientações seguidas pela nadadora são mais intensidade e menos
metragem. “A ideia é não repetir o overtraining que passei no
período da Rio 2016. Perdi movimentos do polegar da mão esquerda, tenho
bastante fadiga muscular durante os treinos. O meu diafragma também
sofre muitas vezes. Por isso, agora estou priorizando mais qualidade de
vida”.
Londres 2019
A cearense da cidade de Crato já escreveu também o seu nome da
história dos campeonatos mundiais de natação. É a primeira brasileira
tricampeã, ao conquistar o ouro em Eindhoven, na Holanda, em 2010. Tem
também três medalhas paralímpicas; uma delas é a prata em Londres 2012,
na mesma piscina que será utilizada no Campeonato Mundial, de 9 a 15 de
setembro, no Parque Olímpico Rainha Elizabeth. “ Naquela época, eu
nadava ainda como S4. E, quando eu soube que ia ser em Londres, falei
para todo mundo que o meu grande objetivo é refazer a foto que eu tenho
com aquela prata, mas com a medalha dourada dessa vez”, diz a nadadora,
uma das vinte e seis integrantes da delegação brasileira que viaja nesse
domingo para a capital da Inglaterra.
Liderança
Com o tempo de 55 seg e 98 centésimos, Edênia apareceu na liderança do ranking
mundial de junho, nos 50 metros costas da classe S3. Isso não acontecia
desde 2010, às vésperas da conquista do tricampeonato. Mas ela aposta
na cautela. “Eu comecei muito cedo na natação. Aos 15 anos, já era
favorita. Agora, estou indo para o meu sétimo campeonato mundial como
favorita novamente. Tudo aconteceu muito rápido nesses últimos três
anos. Ainda prefiro tentar entender melhor o que está acontecendo.
Reclassificação
Edênia Garcia foi reclassificada no Brasil durante o ano de 2017 e
desceu de classe, saindo da S4 para a S3. “Para quem tem esse tipo de
síndrome, baixar de categoria quer dizer que a minha saúde está
piorando. Mas, para o esporte paralímpico, essa mudança me deixou muito
mais competitiva. Na S4, não estava há bastante tempo entre a sétima e a
oitava posição do ranking. Não ia ganhar medalha em nenhum campeonato. Na S3, já comecei como terceira e, em menos de dois anos já lidero o ranking mundial.”
Pedro Ramos/ rededoesporte.gov.br Esportes Metade dos pódios conquistados na competição foi da seleção feminina
Publicado em 30/08/2019 – 11:29
Por
Lincoln Chaves – repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional
São Paulo
O boxe brasileiro voltou dos Jogos Pan-Americanos de Lima
com seis medalhas — melhor desempenho desde 1963, quando São Paulo foi
sede do evento. Metade dos pódios foi da seleção feminina, inclusive com
o ouro, inédito, da baiana Beatriz Ferreira. As paulistas Jucielen
Romeu (prata) e Flávia Figueiredo (bronze) também chegaram lá. Mas,
entre elas, há mais em comum do que as conquistas: o início no esporte.
“Teve uma época em que eu até tive uma companheira de treino. Mas,
depois que ela saiu, só fiquei eu de menina. Então, treinava sempre com
os meninos. O que me ajudou bastante, porque eles são mais fortes, então
acho que ganhei uma resistência a mais. Mas, faz falta ter mais meninas
no meio. Não só em questão de treino, mas na conversa, na convivência”,
contou Jucielen, que é de Rio Claro (SP).
“Eu acho que ainda são poucas as meninas que têm coragem e iniciativa
de estar participando de campeonatos”, analisou Beatriz, que nasceu em
Salvador e começou no boxe treinada pelo pai, Raimundo Ferreira, o
“Sergipe”, bicampeão brasileiro.
Bia Ferreira conquista o ouro no boxe, categoria 60kg, nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019 – Pedro Ramos/ rededoesporte.gov.br
O histórico da modalidade ajuda a compreender. Apesar de o boxe
feminino ter estreado junto do masculino na Olimpíada de 1904, em Saint
Louis, nos Estados Unidos, elas só voltaram aos ringues do maior evento
do esporte mundial em 2012, em Londres, no Reino Unido. Por aqui, não
foi diferente. O Campeonato Brasileiro masculino teve 73 edições — a
última, no ano passado, contou com 127 lutadores. O feminino está na 17ª
temporada, que reuniu 40 pugilistas. Para Flávia, a falta de um espelho
na modalidade costumava minar o interesse e o surgimento de novas
atletas.
“Tenho quase certeza absoluta que tem um monte de menina querendo
lutar boxe. Mas, não há quem as acolha. Eu mesma não tinha pretensão de
virar atleta porque não via uma referência feminina. Só de filmes, como
‘Menina de Ouro'”, comentou.
REFERÊNCIA
Mas Maggie Fitzgerald, personagem de Hillary Swank na obra ganhadora
de quatro prêmios Oscar em 2005, não precisa mais ser a única inspiração
das novas gerações. Em 2012, a baiana Adriana Araújo conquistou o
bronze na Olimpíada de Londres — a primeira medalha do pugilismo
feminino do país. Em 2017, a paulista Rose Volante entrou para o time de
Éder Jofre, Miguel de Oliveira, Acelino Popó e Valdemir Sertão ao se
sagrar campeã mundial da modalidade em nível profissional (o boxe
olímpico é considerado amador), sendo a primeira brasileira a chegar lá.
E agora, as medalhistas do Pan de Lima dão sequência à fase vitoriosa
da chamada nobre arte.
“Tem muitas meninas que treinam, mas ainda não competem. Depois da
visibilidade do Pan, elas me mandam mensagens, falando que se inspiram
na gente, que querem começar a treinar para valer e competir. Quando
trazemos um resultado expressivo de um campeonato importante,
despertamos a vontade nelas, a curiosidade e a coragem”, destacou
Jucielen.
Jucielen Romeu é prata no boxe, categoria 54-57kg, nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019. – Pedro Ramos/ rededoesporte.gov.br
O desafio, agora, é preparar o esporte para o surgimento de novos
talentos. O Brasileiro Juvenil Feminino, disputado há quatro anos, já
revelou a carioca Rebeca Lima, que no ano passado foi bronze no Mundial
da categoria.
“Eu comecei velha, com 18 anos. Então, não tive base, e na minha
cidade realmente não tinham meninas. Mas, acredito que a ascensão do
boxe feminino passa pelas categorias de base, onde ensinamos os
fundamentos para que elas cheguem experientes e consistentes no ringue,
para competir em alto rendimento”, avaliou Flávia, que é de Campinas
(SP).
SEQUÊNCIA
O próximo desafio da seleção feminina de boxe é o Mundial Adulto, na
Rússia, em outubro. No início do ano que vem, será a vez do
Pré-Olímpico, na Argentina. Campeã pan-americana, Beatriz torce para que
o desempenho das brasileiras nas competições siga inspirando o
surgimento de novas pugilistas.
“Espero que estejamos passando uma imagem positiva, encorajando essas
meninas a levantar mais ainda o esporte. A gente está mostrando que não
é impossível, que o boxe feminino pode bater de frente e fazer história
como o masculino”, finalizou.
Edição: Verônica Dalcanal
Tags: esportesboxeBeatriz FerreiraJucielen RomeuFlávia FigueiredoPanpan-americano
Audaciosa, meta prevê maior número de medalhas e de ouros na história
Publicado em 30/08/2019 – 16:16
Por
Juliano Justo – Repórter da TV Brasil
Lima
Toronto, 2015: 109 ouros, 74 pratas, 74 bronzes.
Totalizando 257 medalhas. Essa foi a campanha brasileira no
Parapan-Americano naquela ocasião e um recorde até agora dos Jogos.
Ainda restam dois dias e meio para o encerramento das disputas em Lima. E
no fechamento do quadro de medalhas da quinta-feira(29) a equipe verde e
amarela totalizava 222 conquistas (88 ouros, 73 pratas, 61 bronzes ).
Apesar das dificuldades, o presidente do Comitê Paralímpico
Brasileiro, Mizael Conrado, acredita que é possível um novo recorde:
“Esses jogos são muito desafiadores. Os países estão crescendo. Os
Estados Unidos, por exemplo, já estão com mais ouros agora do que em
toda campanha de Toronto. Argentina fechou com 18 em 2015 e, agora, já
tem 21. Considerando tudo isso, esse é sem dúvida o Parapan mais difícil
que o Brasil já enfrentou. A nossa ideia inicial era passar dos 100
ouros. Mas, mesmo assim, eu estou com uma expectativa muito grande de
que a gente vai ultrapassar aquelas 109 de Toronto.”
Na manhã de hoje, a nadadora Cecília Araújo já deu mais uma
contribuição. Ela foi a mais rápida na prova dos 50 metros livre da
classe S8. “É muito legal poder ajudar o nosso país. Estou tentando
fazer o meu melhor. Já ganhei cinco medalhas nesses Jogos. E amanhã tem
mais.”
Luciano Dantas, o “Montanha” do halterofilismo, levou a prata na
categoria até 59 kg. “Fiz o meu melhor. Acredito que a equipe pode
chegar lá. Vamos, Brasil!”
Reta final de competições
A natação ainda tem dois dias de finais com diversos brasileiros
favoritos em suas provas. Um deles é Phelipe Rodrigues, da Classe SM10.
“Eu vim aqui para Lima nadar oito provas e com a intenção de medalhar em
todas. Até agora está dando certo, tem cinco ouros e um bronze.”
Daniel Dias faz nesta sexta(30) a sua última apresentação em provas
individuais. Ele nada os 200m livre na junção das classes funcionais
S4/S5/S6, às 19h10. O nadador tem 100% de aproveitamento de praxe após
quatro aparições: 50m livre, 100m livre, 50m costas e revezamento 4x100m
medley 34 pontos (soma da classificação funcional dos competidores).
Hoje(30), às 19h, a equipe de futebol de cinco do Brasil entra em
campo tentando o tetracampeonato Parapan-Americano em mais uma final
contra a Argentina.
A equipe feminina do Brasil faz a semifinal do torneio de goalball
contra o Canadá às 18h15. Os homens decidem o ouro amanhã(31), às 19h45,
contra os americanos.
No basquete em cadeira de rodas, a seleção feminina decide a medalha
de bronze contra a Argentina, a partir das 18h30 nesta sexta(30).
O parabadminton começa a definir os seus medalhistas somente no
sábado(31). E a delegação brasileira de 14 atletas é a principal
favorita para liderar o quadro de medalhas. “Nós somos uma potência na
América na modalidade. A gente manda no continente. O negócio é colocar
tudo isso em quadra,” diz Leonardo Zuffo, da classe SL3, para
deficientes de membros inferiores. O paranaense conquistou três medalhas
no Pan da modalidade no ano passado.
Outra modalidade que só vai começar a definir os medalhistas neste
sábado é a bocha. Em Toronto, o Brasil foi soberano com seis ouros. Em
agora em Lima, o Brasil tem um incentivo para buscar ainda mais
conquistas. “Nós estamos em um ano prévio de classificação para Tóquio.
Os Jogos Parapan-Americanos serão uma prévia para podermos observar como
estão os nossos adversários da Copa América, que garante vaga em
Tóquio. Poder ganhar deles e ajudar o Brasil vai ser muito bom”, diz
Moisés Fabrício, coordenador da modalidade
Sem as penas e um braço paratleta homenageia irmão que morreu afogado
Publicado em 30/08/2019 – 06:01
Por
Juliano Justo – Repórter da TV Brasil
Lima
“Toda vez que vou nadar eu penso no meu irmão. Ele é uma
fonte de inspiração para a minha vida. Gostaria que ele estivesse aqui
para ser o braço direito que eu não tenho.” Assim o nadador Bruno Becker
fala do irmão Marcelo, que morreu afogado em 2005, com 13 anos de
idade, em uma cachoeira na cidade de Atalanta, pequeno município do
interior de Santa Catarina.
A homenagem já demonstra a ligação do atleta com a água e a família.
“Eu procurei dar mais alegrias para eles depois que o meu irmão se foi.
Sei que todos eles gostam muito da água. E continuar buscando desafios
me pareceu a melhor forma. Meu primeiro treino foi no dia do aniversário
dele, 13 de fevereiro de 2012”, diz o jovem de 28 anos que, por ser
portador de uma anomalia congênita, não tem as duas pernas e um braço.
Mesmo assim, Bruno driblou todas as adversidades e conseguiu a vaga na
seleção brasileira de natação paralímpica.
Divulgação/ Prefeitura de Atalanta
Estreia em competições internacionais
O Parapan deste ano marca a estreia do nadador catarinense fora do
Brasil. E ele já deu a sua contribuição para o país no quadro de
medalhas: foi bronze nos 200 metros livre. “Demais, mas ficou aquele
gostinho de ‘quero mais’. Tive um erro técnico que me custou a prata. Eu
vinha em uma balada muito boa, poderia ter sido melhor. Mas o mais
legal aqui tem sido a alegria e a acolhida dos peruanos e a felicidade
dos brasileiros com as nossas conquistas”, comemorou.
Sair do interior de Santa Catarina, conseguir a vaga na seleção
brasileira, conquistar medalha na estreia em Parapans. Mas o nadador
ainda quer mais. Ele tem outras três provas em Lima: 50 metros borboleta
e 50 e 100m livre. Depois, ele parte com a seleção para o Mundial de
Londres e sabe bem o que precisar fazer lá. “Meu foco é a prova dos
200m. Preciso corrigir alguns erros. É ela que vai me garantir o índice
para Tóquio, o meu grande sonho”.