São 40 vagas no total, sendo 20 para mulheres e 20 para homens
Publicado em 30/05/2020 – 18:42
Por Rafael Monteiro – Repórter da Rádio Nacional – Rio de Janeiro
A federação
internacional de skate World Skate anunciou a aprovação da mudança de
calendário das competições esportivas pelo Conselho Executivo do Comitê
Olímpico Internacional (COI), devido alteração dos Jogos Olímpicos de
Tóquio de 2020 para 2021. De acordo com o novo cronograma, todos os
eventos classificatórios para as Olimpíadas vão encerrar em 29 de junho
do ano que vem, diferentemente da previsão inicial, que determinava o
prazo até amanhã (31).
Em nota publicada em site oficial, a
entidade explica que “todos os resultados já alcançados serão
preservados e que as mudanças foram feitas apenas em relação à
pandemia(novo coronavírus). Nenhuma alteração foi feita no sistema de
classificação de eventos e nenhuma alteração no sistema de cotas.”
Ou seja, os dois melhores resultado obtidos
na primeira janela, em 2019, serão mantidos. Restam ainda 4 eventos que
serão levados em consideração. As pontuações conquistadas através de
campeonatos nacionais de cada país serão atualizadas trimestralmente no
Ranking Mundial de Skate. Já aquelas alcançadas via competições
continentais sofrerão alteração no término delas.
Ao todo serão 20 skatistas de cada gênero
disputando o ouro olímpico em Tóquio. O masculino e feminino utilizam o
mesmo critério de classificação: uma vaga destinada ao país-sede, 16
pelo Ranking Mundial e três alcançadas via Campeonato Mundiais.
Publicado em 23/05/2020 – 11:18
Por Juliano Justo – Repórter da EBC – Rio de Janeiro
Um grupo de 16 atletas
de cinco modalidades retornou às atividades no Grêmio Náutico União, em
Porto Alegre. A nadadora Viviane Jungblut, que busca classificação para
os Jogos de Tóquio, é uma delas e conversou com a Agência Brasil.
Com a pandemia de coronavírus ainda muito presente em praticamente todo
o Brasil, o Rio Grande do Sul, que está entre os estados com os menores
números de mortes e casos da doença, começa aos poucos a liberar a
prática de atividades esportivas.
O Grêmio Náutico União, tradicional clube
multiesportivo e social da capital gaúcha, autorizou no dia 13 de maio o
reinício dos treinos. Nessa primeira fase, são 16 esportistas e
profissionais mais próximos de cinco modalidades (Ginástica Artística,
Ginástica Rítmica, Natação, Remo e Tênis). A nadadora Viviane Jungblut,
que busca uma vaga para os Jogos de Tóquio, está nesse grupo. Ela falou à
Agência Brasil sobre o retorno ao clube depois de quase 60 dias.
“Foi uma mistura de emoções e sensações. Ao
mesmo tempo que é estranho pelo momento que o mundo todo está vivendo.
Você chega no clube e está tudo vazio. São poucos atletas. Foi bem
diferente. Mas, com certeza, na hora que eu caí na água, senti uma
felicidade bem grande. Nunca tinha ficado tanto tempo fora da piscina
desde que eu comecei a nadar. Temos feito os trabalhos dentro da água e a
parte física, que eu não tinha parado totalmente, sigo agora por aqui
com a orientação da minha equipe técnica”, disse.
Para que essa volta fosse concretizada, o
União mobilizou 26 colaboradores, incluindo técnicos, preparadores
físicos, médicos e o profissionais do setor Operacional, responsável
pela manutenção e limpeza da sede.
Vale destacar que, para se adequar as normas
dos decretos municipal (nº 20.562 emitido dia 30 de abril) e estadual
(nº 55.240, publicado dia 10 de maio), que regem as normativas no que
refere-se à abertura de centros de treinamentos e clubes, uma série de
medidas está em execução.
Trofeu Maria Lenk. Parque Aquatico Maria Lenk. 3 de Maio de 2017, Rio de Janeiro – Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA
Na chegada, todos têm a temperatura medida
(em caso de detectada febre, o acesso não é permitido), a seguir
passagem por tapete sanitizante. Todas as modalidades e setores têm
álcool gel. As estruturas como academia, ginásio recebem, antes e após
os treinos, uma pulverização com solução de quartenário de amônia –
produto recomendado pela Anvisa para desinfecção de objetos e
superfícies.
Os protocolos são diferenciados também, de
acordo com cada modalidade. Na Natação, por exemplo, tem-se o cuidado de
cada atleta ocupar apenas uma raia da piscina. “Isso dá também mais
segurança para a gente. Ver que o clube está tomando todos os cuidados e
seguindo todos os protocolos para que o retorno seja o mais seguro
possível”, disse Viviane.
O último treino da nadadora dentro da água
havia sido no dia 18 de março. Algo que, principalmente para atletas de
alto nível, pode acabar prejudicando e fazer com que o retorno ao
preparo anterior demore mais. “No dia 19 de março, o clube já estava
totalmente fechado. Foi o meu maior período longe da água. Em um
primeiro momento, essa situação foi assustadora e angustiante. O
prejuízo físico é grande. Sem dúvida”, afirmou.
Segundo Viviane, a piscina é fundamental
para o atleta de natação. “Em outras modalidades, os atletas até
conseguem adaptar os treinos em casa sem maiores problemas. Mas para nós
fica difícil. Sem o contato com a água, o atleta perde muita
sensibilidade e muito rápido. Para retornar ao ponto que eu estava antes
de toda essa pandemia vai demorar alguns meses. Mas, acho que, se todo
mundo estiver com saúde, vai valer a pena.”
Futuro
A Seletiva Olímpica Brasileira, que estava
marcada inicialmente para junho deste ano, foi adiada para o ano que
vem, e ainda não tem uma nova data prevista.
A nadadora gaúcha considerou a decisão como a
mais correta. “Os primeiros dias depois que o clube fechou foram os
mais difíceis. Foi bem angustiante, principalmente, porque ainda
estávamos com os Jogos Olímpicos marcados. Era reta final de preparação
para a seletiva olímpica. Mas, com certeza, a saúde de todos deve estar
sempre em primeiro lugar”, disse.
Viviane vai tentar as marcas em duas provas,
os 800 metros e os 1.500 metros. “Mudou um pouco o meu planejamento. As
provas são mais curtas. E tenho um pouco mais de controle sobre o que
acontece nessas distâncias. Isso exige um trabalho diferente. É isso que
vou procurar fazer daqui para frente. Quero nadar muito para estar em
Tóquio.”
A Temporada de 2019 – No Campeonato Mundial
de Esportes Aquáticos do ano passado em Gwangju, Coreia do Sul, no ano
passado, Viviane chegou muito perto de carimbar o seu passaporte para
Tóquio. Na Maratona Aquática, estavam em jogo dez vagas e ela finalizou
os 10 quilômetros na décima segunda colocação. “Vinha trabalhando muito
forte com o meu técnico e a minha equipe multidisciplinar. A gente
imaginou e planejou a prova toda. E eu consegui fazer tudo aquilo que
era o meu objetivo. Mas, infelizmente, fiquei fora. Depois de 10
quilômetros, a prova foi decidida na chegada. Do primeiro ao décimo
segundo, a diferença foi inferior a cinco segundos. É difícil, mas tive
que ver a parte positiva”.
A nadadora, no entanto, teve pouco tempo
mesmo para lamentações. Partiu da Ásia para o Peru, onde disputou os
Jogos Pan-Americanos e fez história. Com a medalha de bronze nos 800
metros livre, a atleta da natação do Grêmio Náutico União foi a primeira
brasileira subir no pódio nessa prova em um Pan-Americano.
Como já havia conquistado também o bronze na
Maratona Aquática em Lima, Viviane foi também a primeira nadadora a
conquistar medalhas nas águas abertas e na piscina em uma mesma edição
dos Jogos.
“O Pan me mostrou que o trabalho vinha
sendo bem feito. Perder a vaga olímpica por menos de um segundo e dar a
volta por cima não foi fácil. Mas, consegui. Tive uns dois dias para
descansar em casa e fui para Lima para virar a página. Na piscina não
tive os meus melhores tempos lá no Peru, mas consegui chegar perto
deles. O bronze nos 800 metros foi bom. Fiz em 08:36.04 e saí feliz da
piscina. Essa é uma das provas nas quais eu vou tentar o índice
olímpico. E fiquei mais confiante com aquela conquista para retomar os
treinos para chegar em Tóquio.” Nos 400 metros, a Viviane ficou em sexto
lugar com o tempo de 04:15.35.
Ana Marcela e Poliana Okimoto
Vivianne falou também sobre as maratonistas
Ana Marcela e Poliana Okimoto. Ressaltou que as duas atletas são
referências da natação internacional, principalmente em maratonas
aquáticas. “São as minhas primeiras referências dentro da Maratona
Aquática e inspirações no esporte. Tive a oportunidade de conviver e
viajar junto com a Ana Marcela”.
Viviane lembra que, na Seletiva de 2017,
nadou a maratona aquática com Ana Marcela e Poliana na prova e isso foi
um “ponto crucial” e um “divisor de águas”, para passar a priorizar a
competição na sua carreira.
“Eu sabia que a prova seria muito dura. Os
10 quilômetros. Estava com as duas na mesma prova. Mas eu fui muito
confiante. Sabia que tinha feito o meu melhor. Tinha treinado muito.
Acabei ficando em segundo, disputei a primeira posição com a Ana Marcela
até a chegada. E consegui a classificação para o Mundial de Maratonas
Aquáticas em 2017. Até ali eu estava um pouco em cima do muro. Não sabia
muito bem se ia para a Maratona ou para a piscina. Nadava as duas
coisas, mas sem um foco. A partir dali, a minha prioridade passou a ser a
Maratona.”
Fernando Possenti conta com apoio de profissionais multidisciplinares
Publicado em 14/05/2020 – 16:00
Por Juliano Justo – Repórter da Rádio Nacional – São Paulo
A nadadora Ana Marcela
Cunha, multicampeã de maratonas aquáticas, foi escolhida seis vezes
como melhor atleta do mundo na modalidade. Aos 28 anos, ela já
conquistou 11 medalhas em Mundiais (cinco de ouro, duas de prata e
quatro de bronze).
Com esse currículo invejável, será que ainda
falta algum triunfo na carreira da nadadora? A resposta foi dada pelo
próprio técnico da atleta, Fernando Possenti, durante a uma live (transmissão ao vivo) promovida ontem (13) no perfil oficial da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
“Toda competição tem uma importância muito
grande. Queremos vencer tudo. Se você perguntar à Ana, ela vai dizer que
está insatisfeita. E eu, na verdade, estou muito mais. Ainda faltam o
ouro [na prova] dos 10 quilômetros (km) no Campeonato Mundial e, é
claro, a medalha olímpica”.
A baiana já tem a vaga garantida nos Jogos
de Tóquio, em 2021. A classificação veio com o quinto lugar na prova dos
10 km, no Mundial da Coreia do Sul, no ano passado. Essa será a
terceira participação olímpica da atleta, mas a primeira sob a
orientação do técnico paulista. A curiosidade é que a parceria deles já é
antiga. Começou em 2013, mas a nadadora deixou o Sesi – equipe
comandada na época por Possenti – para retornar à Unisanta. Na ocasião
o treinamento da nadadora passou a ser conduzido pelo técnico Márcio
Latuf. Na Olimpíada Rio 2016 a atleta brasileira ficou em décimo lugar.
“Agradeço a todos profissionais que passaram
na vida da Ana Marcela. Ela sempre demonstra uma mentalidade incrível
de vencedora e aceita as novas orientações. Claro que ninguém busca uma
mudança se não for para melhorar. É isso que faz dela essa atleta
diferenciada já há tantos anos”, elogia o treinador.
Ana Marcela venceu a maratona de 10 km, nos Jogos Mundiais Militares, em 2019, em Wuhan (China) – Rodolfo Vilela/ rededoesporte.gov.br
E esse é o espírito da dupla para alcançar o
tão sonhado pódio no Japão ano que vem. “Uma prova olímpica é
totalmente diferente de uma etapa de Mundial, por exemplo. As diferenças
começam pela quantidade de atletas. No Mundial são 70, 80, 90 atletas.
Na Olimpíada, 25. Sem falar das questões climáticas que, geralmente,
fogem completamente do controle. Então, a minha maneira é treinar sempre
buscando algo diferente. Muitas pessoas me perguntam: por que mudar se
você fez isso e deu certo? Mas, eu sei que com maratonas aquáticas não
funciona assim. A receita é fazer sempre algo diferente. E a nossa longa
parceria traz confiança para colocarmos isso em prática”, revela.
Quarentena
O treinador também como revelou como o
isolamento social, devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), vem
afetando o treinamento da nadadora.
“Está sendo muito difícil. Nunca estivemos
tão perto e tão longe. Moramos do lado da piscina, mas não podemos
utilizá-la. Ficar fora d´água para a gente é pior do que o adiamento da
Olimpíada. Mas o nosso objetivo foi só adiado. Por isso não podemos
perder o foco”, reflete o treinador.
Possenti mora no mesmo prédio onde vive Ana
Marcela, e o nadador Alan do Carmo, também treinado por ele. . Carmo
ainda busca a classificação para Tóquio. Eles se estabeleceram no Rio de
Janeiro em um condomínio próximo do Parque Aquático Maria Lenk, onde
fica o CT do Time Brasil.
Ana Marcela venceu os 5 km das Maratonas Aquáticas completando a prova em 59m51s, Jogos Mundiais de Praia (Doha), em 2019 – Miriam Jeske/COB
Para o treinador, os atletas são mais
prejudicados por estarem fora da piscina do que pelo pelo próprio
adiamento dos Jogos. “Não tinha o que fazer em relação à Olimpíada. A
decisão de adiar os Jogos foi correta. O impacto no trabalho com a Ana e
com o Alan é maior por eles estarem treinando apenas exercícios
adaptados, longe da piscina. Mas, mesmo assim, acho que vamos sair
fortalecidos desse processo. Acredito que voltaremos a nadar antes dos
europeus, que chegaram a ficar de oito a 12 semanas afastados da água, o
que é um absurdo para o alto rendimento. Aqui eu acho que será
diferente”, deseja.
Trabalho multidisciplinar
Apaixonado declarado pelo monitoramento e
controle dos treinamentos, Possenti sabe que a pandemia deixou o mundo
em uma nova realidade. Sem saber a data exata do retorno, o treinador já
tem em mente as duas questões que vão nortear o trabalho com os
atletas. “Monitoramento e controle. Já os valorizava demais. E agora,
nesse retorno, quando ele acontecer, vão ser ainda mais importantes. As
equipes médicas e multidisciplinares serão essenciais para termos o
controle da reação de cada atleta e o que fazer em cada situação”.
Olimpíadas de Tóquio foram adiadas para 2021 devido à pandemia
Publicado em 14/05/2020 – 14:42
Por Karolos Grohmann – Repórter da Reuters – Berlim
O Comitê Olímpico
Internacional (COI) estima arcar com custos de até US$ 800 milhões com o
adiamento da Olimpíada de Tóquio para 2021 devido à pandemia do
novo coronavírus, afirmou o presidente da entidade, Thomas Bach.
O COI e o governo japonês decidiram adiar por um ano os Jogos, que deveriam começar em julho deste ano.
“Prevemos que teremos que arcar com custos
de até US$ 800 milhões por nossa parte e responsabilidades na
organização dos Jogos adiados Tóquio-2020”, disse Bach em uma
teleconferência no final da reunião do conselho executivo da entidade.
Maior nome brasileiro da marcha atlética quer medalha nos Jogos
Publicado em 05/05/2020 – 15:28
Por Juliano Justo – Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional – São
Paulo
Enquanto muitos estão
tendo tempo de sobra nessa quarentena, o marchador Caio Bonfim está
tendo que se dividir em três. O corredor falou um pouco sobre a rotina
nesses dias de confinamento em uma live realizada na última segunda (4) nos perfis nas redes sociais da Confederação Brasileira de Atletismo.
O primeiro Caio, digamos assim, é o pai. Em
junho do ano passado, às vésperas de embarcar para a disputa do
Pan-americano de Lima, o atleta teve o seu primeiro filho, Miguel.
Agora, ele está podendo curtir o bebê: “Meu ritmo de competições é
sempre muito intenso. Então, nesse lado, a quarentena está sendo
excelente. Posso colocar em prática o meu lado de papai coruja”.
O segundo Caio é o solidário. No início desse mês, o corredor promoveu uma live
solidária. O recordista brasileiro dos 20km e dos 50km marchou 21km em
uma esteira durante 1h33min31s. O objetivo era arrecadar doações de
alimentos e materiais de limpeza para entidades assistenciais de
Sobradinho (DF). “Queríamos ajudar os mais necessitados de alguma forma.
Vi alguns atletas amadores correndo dentro de casa. E aí surgiu essa
ideia. Era para fazer 30km, mas para não alongar demais fechei nos
21km”, afirma. Até essa terça (5) já foram arrecadados, através de um site,
R$ 4.005,00. A meta é de R$ 10 mil. “Só podemos vencer essa competição
juntos. Praticamente todo o material arrecadado vai ser revertido para
os ‘velhinhos’ de um lar daqui de Sobradinho. Muitos deles são
abandonados e sofrem ainda mais nesse período”, afirma.
O terceiro Caio é o atleta. “Estou fazendo
um trabalho de força para ganhar um pouco mais de musculatura. Fiz
algumas simulações de provas. Inclusive, naquele dia da live,
competiria na Copa do Mundo de marcha. É fazer o macro ciclo anual para
não perder muito preparo”, diz Bonfim, que também mantém contato direto
com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). “Tenho 29 anos, estou longe do
meu auge. Quero usar esse ano que tenho até Tóquio para atingir o topo
da preparação física. A ideia não é tirar apenas os cinco segundos que
me afastaram do pódio nos Jogos do Rio, em 2016. Quero tirar mais para
fazer história”, projeta. Para isso, ele não quer descuidar de nenhum
detalhe. “Cheguei ao Mundial de Doha, no final do ano passado, dez vezes
mais bem preparado do que no torneio de Londres, em 2017, quando
conquistei o bronze. Mas tive que cumprir uma punição de dois minutos
por penalização da arbitragem. E acabei em 13º. Então, também estou
fazendo esse trabalho técnico para não deixar escapar nada”, declara.
Jogos Olímpicos
Caio Bonfim já tem índice para disputar os
Jogos de Tóquio. A classificação veio com o terceiro lugar na prova dos
20km da etapa do Circuito Mundial da modalidade na cidade chinesa de
Taicang. Bonfim cravou o tempo de 1h20min37s. Esta será a terceira
Olimpíada do brasileiro. Em Londres, ele ficou com a 39ª posição. E, no
Rio de Janeiro, veio a 4ª posição nos 20km com a marca de 1h19min42s,
apenas cinco segundos a mais do que o terceiro colocado, o australiano
Dane Bird-Smith. Tempo que ficou engasgado na garganta do marchador por
um ano, até o Mundial de Londres de 2017: “Aqueles cinco segundos da
Olimpíada estavam entalados. Por isso cheguei na Inglaterra com o foco
total na medalha. Cheguei, fiz dois ou três treinos, competi e fui
embora. Apesar de saber que o atleta deveria ser bem tratado,
independentemente da medalha. Mas aqui no Brasil não funciona assim. Por
isso estou tentando usar essa conquista de Londres, e até mesmo o bom
desempenho no Rio, que já tinha aberto muitas portas, para ajudar vários
outros colegas que fazem trabalhos excelentes, mesmo sem as medalhas”.
Provas
20km e 50km são as duas distâncias olímpicas
disputadas na marcha atlética. E são provas bem diferentes. Quem
garante é o próprio atleta: “Para completar os 50km a pessoa tem que
gostar de desafio. Porque tem muito sofrimento. O mais difícil é o
treino, são muitos quilômetros. Muda a vida do atleta. São muitos dias
sozinho. O otimismo é fundamental para chegar ao final. Os marchadores
sempre dizem que, quando se entra nos 40km, é a metade. Os últimos 10km
são uma loucura”. Já os 20km tem uma intensidade muito alta: “Perdi mais
peso nos 20km do que nos 50km nos Jogos do Rio de Janeiro. A velocidade
média chega aos 15km/h”.
Na prova dos 50km, no Rio de Janeiro, o
francês Yohann Diniz, mesmo sendo recordista mundial da distância e um
dos principais candidatos ao pódio, foi um dos que mais sofreu. Depois
de liderar, passou mal, desmaiou e teve problemas intestinais. Concluiu a
prova, mas na oitava colocação, com 3h46min43s, seguido pelo brasileiro
Caio Bonfim. O brasileiro marcou 3h47min02s para garantir o nono lugar.
Lembranças daquela prova não faltam: “Fui ao banheiro durante a prova.
Tinha um mais perto. Mas acabei não o encontrando e perdi alguns
preciosos minutos. O francês foi mais corajoso, acabou fazendo nas
calças, e, por isso, mereceu mais”.
Publicado em 29/04/2020 – 15:01
Por Reuters – Tóquio (Japão)
O Comitê Olímpico
Internacional (COI) e o Governo do Japão adiaram a realização da próxima
edição dos Jogos Olímpicos para julho de 2021 por causa da pandemia do
novo coronavírus (covid-19). Com o aumento da taxa de infecção mundial, e
os especialistas sugerindo que a vacina ainda está muito longe de ser
alcançada, começam a surgir perguntas sobre um possível novo adiamento
do evento.
“Afirmamos que os Jogos Olímpicos e
Paraolímpicos sejam realizados de forma completa, para que atletas e
espectadores possam participar com segurança. É impossível realizar os
Jogos de forma completa, a não ser que a pandemia de coronavírus esteja
contida”, disse, nesta quarta (29), o primeiro-ministro do Japão, Shinzo
Abe. A declaração foi feita durante resposta a uma pergunta feita por
um parlamentar da oposição, que questionou se Tóquio poderia sediar os
Jogos no próximo ano.
O primeiro-ministro japonês acrescentou que
os Jogos Olímpicos “devem ser realizados de forma que mostre que a
humanidade venceu sua batalha contra o coronavírus. Caso contrário, será
difícil realizar os Jogos”.
Tóquio confirmou 112 novas infecções na
última terça (28), informou a emissora pública NHK. Em todo país já são
mais de 13.895 casos, com 413 mortes, diz a NHK.
Velocista britânica afirma que “não morreria pelo esporte”
Publicado em 27/04/2020 – 18:58 Por Reuters – Londres (Inglaterra)
A pandemia do novo coronavírus (covid-19) fez com que os Jogos de Tóquio fossem adiados até o ano de 2021. Diante deste quadro, a velocista britânica Desiree Henry, medalhista de bronze do revezamento 4x100m na Rio2016, pediu aos atletas que não arriscassem sua saúde e afirmou: “não morreria pelo esporte”.
“Durante este período percebi que somos mais do que apenas atletas e artistas que querem entreter as pessoas. Somos humanos que têm famílias e vidas. E assim, do ponto de vista da saúde, você deve colocar sua saúde em primeiro lugar. Quero viver. Quero que todos os outros atletas vivam e sejam saudáveis e, se a pandemia não tiver sido controlada em 2021, honestamente, teria que colocar minha saúde em primeiro lugar. Tenho uma família para voltar. Então, acho que daria um passo atrás. Porque não estou tentando dizer que vou morrer pelo esporte, porque não vou fazer isso. Realmente me preocupo com minha própria saúde e a da minha família e, sinceramente, encorajo outras pessoas a pensarem para além de serem um atleta, e apenas lembrarem que são indivíduos amados pelas pessoas e por suas famílias”, declarou a velocista.
Com os centros de treinamento fechados por causa das medidas de isolamento social estabelecidas no Reino Unido, Henry vem mantendo a forma em um campo de golfe em Londres.
A jovem de 24 anos disse que a incerteza em torno dos próximos eventos torna difícil mentalmente “treinar em direção a um objetivo”, mas afirmou que está ansiosa para competir em competições menores ao longo do ano.
Henry também afirmou que não está preocupada com a perda de sua melhor forma física, mas que o adiamento dos Jogos prejudicou muitos atletas, principalmente aqueles que olhavam para Tóquio como seu grande objetivo.
Thiago Braz não é mais atleta do Esporte Clube Pinheiros
Publicado em 26/04/2020 – 13:49 Por Rodrigo Ricardo – Repórter da Rádio Nacional – Rio de Janeiro
O campeão olímpico Thiago Braz teve o contrato rescindido pelo Esporte Clube Pinheiros. A notícia foi confirmada no último sábado (25) pelo clube paulista. Vencedor da prova de salto com vara na última edição dos Jogos Olímpicos e já classificado para as Olimpíadas de Tóquio, remarcadas para 2021, o atleta ainda não se pronunciou sobre o fim da parceria.
A decisão do Pinheiros foi motivada por questões financeiras, agravadas por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Todos os funcionários e atletas do maior clube poliesportivo da América Latina tiveram os salários cortados em 25%. A situação no basquete masculino profissional foi ainda mais drástica, já que todo o time será demitido até o final de abril.
Nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, Thiago Braz saltou 6,03m. Além da medalha de ouro, a marca rendeu ao brasileiro o recorde na competição. Entretanto, o recorde mundial pertence ao sueco Armand Duplantis, com a marca de 6,18m. Ao lado da esposa, Braz encontra-se isolado na Itália por conta da pandemia de coronavírus, mas ainda conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal e o apoio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Equipe masculina ainda luta por vaga. Time feminino está garantido
Publicado em 26/04/2020 – 14:42 Por Agência Brasil – Rio de Janeiro
A Federação Internacional de Handebol (IHF, na sigla em inglês) anunciou na última sexta (24) que remarcou seus próximos eventos por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19), entre eles os torneios pré-olímpicos da modalidade.
Segundo a IHF, a decisão foi tomada porque “os órgãos de governo concluíram que a organização dos próximos eventos durante as datas originalmente programadas não é possível devido ao atual surto de covid-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde [OMS], o vírus deve se espalhar ainda mais pelo mundo e, portanto, sediar eventos neste verão [europeu] não é uma opção. Além disso, muitas equipes qualificadas para eventos da IHF em 2020 são afetadas pelas medidas restritivas impostas por seus países, impedindo-os de se prepararem para os eventos conforme planejado”.
Desta forma, a entidade decidiu remarcar o pré-olímpico masculino da modalidade para o período de 12 a 14 de março de 2021. Anteriormente o evento aconteceria entre 17 e 19 de abril de 2020. Entre os homens, o Brasil ainda busca uma das duas vagas olímpicas em jogo. A disputa será com as seleções norueguesa, sul-coreana e chilena.
Já o pré-olímpico feminino acontecerá entre 19 e 21 de março. Antes a competição aconteceria entre 20 e 22 de março de 2020. A seleção feminina do Brasil já tem vaga garantida em Tóquio 2020 após conquistar os Jogos Pan-Americanos de 2019, realizados em Lima (Peru).
Apenas criação de vacina traria a segurança necessária
Publicado em 20/04/2020 – 18:13 Por Reuters – Rio de Janeiro
Os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para julho de 2021, serão um evento “especialmente arriscado”, exigindo flexibilidade dos organizadores em meio à incerteza da pandemia do novo coronavírus (covid-19), principalmente se uma vacina ainda não tiver sido criada até então, afirmam especialistas médicos.
O Japão e o Comitê Olímpico Internacional (COI) tomaram a decisão sem precedentes de adiar os Jogos de Tóquio por um ano, enquanto o mundo luta contra o vírus que infectou mais de 2,4 milhões de pessoas e matou mais de 160 mil em todo o mundo.
Mas persistem dúvidas sobre se os Jogos podem ser realizados daqui a 15 meses, pois a fabricação de uma vacina ainda pode demorar pelo menos um ano, segundo as estimativas mais otimistas.
“Quando falamos em voltar a ter eventos esportivos com torcedores em estádios lotados, acho que é algo que teremos que esperar pela vacina [para ver acontecer]”, disse Zach Binney, epidemiologista da Emory University (Estados Unidos).
Com a próxima edição dos Jogos remarcada para o período de 23 de julho e 8 de agosto de 2021, os organizadores esperam poucas mudanças no plano original dos Jogos, incluindo a participação de apoiadores.
Contudo, isso pode ser muito otimista, disse Binney, especialista em aspectos da saúde dos atletas, à Reuters.
Ele espera que uma vacina possa levar um ano e meio para estar pronta a partir do início do surto, talvez no final de 2021, no mínimo.
Os Jogos Olímpicos são “um evento exclusivamente arriscado”, acrescentou, em razão das ameaças representadas pelos visitantes que chegam de áreas com muitas infecções e pelo fluxo reverso depois, no retorno para casa, de pessoas portadoras de infecções.
Mesmo tendo mais esperança de que uma vacina seja encontrada dentro de um ano, Jason Kindrachuk, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Manitoba (Canadá), sinalizou um risco de mais atraso nos Jogos, pois o esforço de vacinação levaria algum tempo.
“Você quer as pessoas vacinadas não exatamente no momento das Olimpíadas, mas um pouco antes, para que elas criem uma imunidade protetora”, declarou Kindrachuk, que trabalhou no combate a surtos de Ebola e Sars.
Kentaro Iwata, que chamou a atenção internacional por suas críticas ao governo japonês após uma visita em fevereiro ao navio Diamond Princess, em quarentena com milhares de passageiros, expressou pessimismo em relação à nova data.
“Não acho que os Jogos Olímpicos serão realizados no próximo ano”, disse Iwata em uma entrevista por videoconferência ao Clube de Correspondentes Estrangeiros do Japão.
Em resposta, o Comitê Organizador de Tóquio 2020 disse que se concentraria apenas na entrega dos Jogos no próximo ano.
“A missão é preparar o palco para o próximo verão. Não achamos apropriado responder a perguntas especulativas”, declarou Masa Takaya, porta-voz do Comitê Tóquio 2020 em resposta por e-mail à Reuters.