31 de janeiro – Dia Nacional das RPPNs

Reservas particulares contribuem para segurança hídrica e proteção da biodiversidade

No Brasil, existem quase 1.900 áreas transformadas por empresas e pessoas físicas em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs)

Unidades de conservação, como as RPPNs, têm potencial de promover adaptação às mudanças climáticas e o turismo de natureza, fortalecendo a economia local

Reserva Natural Salto Morato: criada e mantida pela Fundação Grupo Boticário, no Paraná. Crédito: José Paiva

Nesta sexta-feira, 31 de janeiro, é celebrado o Dia Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

Essas áreas de domínio privado, reconhecidas como unidades de conservação, abrangem 836.522,60 hectares de terras protegidas em todo o Brasil – área equivalente a 5,5 cidades de São Paulo.

Atualmente, existem 1.877 reservas particulares, que contribuem para a conservação da biodiversidade e de diversos serviços ecossistêmicos, como a segurança hídrica e a proteção costeiro-marinha.

Os dados são da Confederação Nacional de RPPNs. Em 2025, as primeiras RPPNs instituídas no Brasil pelo decreto 98.914, de 1990, completam 35 anos. Dez anos depois, a Lei 9.985 estabeleceu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que passou a reconhecer essas áreas como Unidades de Conservação.

Para a ambientalista Maria Tereza Jorge Pádua, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e responsável pela criação de dezenas de reservas no Brasil, o avanço das RPPNs é uma conquista que merece ser celebrada. “O SNUC evoluiu muito em poucos anos.

Óbvio que, nós, queríamos muito mais. Mas, nós saímos de pouca coisa, em termos físicos, para muito. Vemos cada vez mais pessoas jurídicas, poder público e organizações não governamentais que querem participar”, ressalta.

Essas reservas, criadas voluntariamente por seus proprietários, demandam o compromisso de proteger a biodiversidade, assim como os ciclos ecológicos.

Tal conservação assegura benefícios diretos para a manutenção de nascentes, cursos d’água e sistemas hídricos, contribuindo para o abastecimento de água potável, além de beneficiar a regulação climática e o controle de enchentes e erosão.

Segundo a gerente sênior de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Leide Takahashi, “as RPPNs complementam o esforço público, fortalecendo o SNUC do Brasil e contribuindo no engajamento da sociedade para a causa da conservação”.

Além de fortalecerem a conservação ambiental, os proprietários dessas áreas contribuem também para a geração de ICMS Ecológico para o município em que a área está localizada. Com este recurso, as prefeituras podem ampliar os investimentos na proteção da natureza e em outros setores. Atualmente, 11,1% das RPPNs pertencem a empresas do setor agropecuário, 10,6% a organizações não governamentais, 7,9% ao setor de mineração e 7,6% à indústria.

Para Maria Tereza, as reservas desempenham papel essencial na preservação de genes silvestres, beneficiando áreas como agricultura, pecuária e ciência.

“O Brasil, com suas dimensões continentais, precisa garantir que sua riqueza em flora e fauna continue a servir à humanidade. A biodiversidade é indispensável para avanços na medicina, na agricultura e na segurança hídrica”, destacou.

A maioria das RPPNs está localizada na Mata Atlântica (72%), seguida pelo Cerrado (16%), Caatinga (5%), Amazônia (3%) e Pantanal (1%).

Um exemplo é a Reserva Natural Salto Morato, situada em 2.253 hectares do município de Guaraqueçaba (PR), no coração da Grande Reserva Mata Atlântica, região que abriga o maior remanescente contínuo do bioma no Brasil. Mantida pela Fundação Grupo Boticário, Salto Morato é destinada à proteção da biodiversidade, à promoção de pesquisas científicas e à visitação.

Atualmente, cerca de 5 mil pessoas visitam a reserva por ano, fazendo do espaço um importante atrativo turístico do município.

Entre as diferentes atividades que podem ser desempenhadas nas RPPNs, o turismo sustentável e responsável é uma das práticas mais difundidas, oferecendo experiências de conexão com a natureza que reforçam, na prática, a importância da conservação da natureza.

Em Salto Morato, por exemplo, os visitantes encontram atrações como a cachoeira que dá nome à reserva, com mais de 100 metros de altura; uma figueira centenária que forma uma ponte-viva sobre o Rio do Engenho; um aquário natural; trilhas; observação de aves; e um centro de visitantes.

Outro destaque é a Reserva Natural Serra do Tombador, localizada no município de Cavalcante, em Goiás, uma região classificada pelo Ministério do Meio Ambiente como de extrema prioridade para a conservação da biodiversidade do Cerrado.

A área, também mantida pela Fundação Grupo Boticário, é destinada à pesquisa, especialmente em relação à Ecologia do Fogo e ao Manejo Integrado do Fogo (MIF), que contribui para a redução de focos de incêndio no Cerrado.

A reserva abriga 437 espécies de plantas e 531 espécies de animais, incluindo 49 mamíferos, 357 aves, 49 anfíbios e 76 répteis. Entre elas, destacam-se espécies emblemáticas e ameaçadas de extinção, como a onça-pintada, o tatu-canastra, o lobo-guará e o pato-mergulhão.

Sobre a Fundação Grupo Boticário

Com mais de 30 anos de história, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para conservar o patrimônio natural brasileiro.

Com foco na adaptação da sociedade às mudanças climáticas, especialmente em relação à segurança hídrica e à proteção costeira, a instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada em todos os setores.

Alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, considera que a natureza é a base para o desenvolvimento social e econômico do país.

Sem fins lucrativos e mantida pelo Grupo Boticário, a Fundação Grupo Boticário contribui para que diferentes atores estejam mobilizados em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos.

Já apoiou mais de 1.700 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas reservas naturais de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil pelo desmatamento –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera.

Com 1,4 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas.

A instituição é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador e presidente do Conselho do Grupo Boticário, criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.

www.fundacaogrupoboticario.org.br | @fundacaogrupoboticario (Instagram, Facebook, LinkedIn, Youtube, TikTok).

Sobre a Rede de Especialistas em Conservação da Natureza

A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade.

São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias.

Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores.

Acesse o Guia de Fontes em www.fundacaogrupoboticario.org.br

Informações para a imprensaTamer ComunicaçãoLuciano Fontes – 11 3031-2388 – ramal 225 – 11 98259-7250 (luciano.fontes@tamer.com.br)Jessica Orlandi – 11 3031-2388 – ramal 247 – 11 94298-2878 (jessica.orlandi@tamer.com.br)Direção de Núcleo:Ana Claudia Bellintane – 11 3031-2388 – ramal 238 – 11 99849-5628 (anaclaudia@tamer.com.br)

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