Dia Mundial do Colesterol: atenção redobrada às crianças

O endocrinologista pediátrico Dr. Miguel Liberato reforça que os cuidados devem começar desde a infância

No Dia Mundial do Colesterol, celebrado em 8 de agosto, o endocrinologista pediátrico Dr. Miguel Liberato faz um alerta importante: o colesterol alto não é um problema exclusivo dos adultos — crianças e adolescentes também podem ter alteração dos níveis de colesterol.

“Temos que estar atentos e agir desde cedo de modo a prevenir essa evolução, e o bom controle do colesterol desde a infância é fundamental”, afirma o médico, explicando que, idealmente, crianças entre 2 e 19 anos devem ter LDL-colesterol abaixo de 110 mg/dL e HDL-colesterol acima de 45 mg/dL.

O especialista lembra que, no Brasil, a principal causa de morte está ligada a doenças cardiovasculares, e que a identificação precoce da dislipidemia, associada a mudanças no estilo de vida e, quando necessário, ao tratamento medicamentoso, pode evitar problemas graves como infarto e AVC na vida adulta.

“Quando nos deparamos com valores fora dos padrões, é preciso considerar mudanças na rotina e, em alguns casos, iniciar medicação”, orienta.

Segundo o Dr. Miguel, o número de crianças com colesterol alto vem aumentando, impulsionado pelo sedentarismo, obesidade e má alimentação, além de fatores genéticos e condições como problemas renais, hepáticos, hipotireoidismo e uso de corticoides.

É importante lembrar que não há indicação de dosagem em crianças menores de dois anos. Após essa idade, a dosagem deve acontecer da seguinte forma: 

– Entre 2 – 8 anos: dosar apenas em quem tiver fatores de risco, como história familiar de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral em homens abaixo de 55 anos e mulheres abaixo de 65 anos; história familiar de colesterol alto (colesterol total > 240mg/dl); ou outros fatores de risco como hipertensão, diabetes, tabagismo passivo ou obesidade;

– ⁠Entre 9 – 11 anos: nessa idade é recomendado a triagem universal de todas as crianças.

Para a prevenção, o especialista recomenda atividades físicas regulares e uma dieta rica em fibras, com alimentos como aveia, cevada, feijão, grão-de-bico, ervilha, lentilha e frutas.

E, com a chegada do inverno, o alerta é redobrado.

“Durante o frio, tendemos a mudar nossa rotina e alimentação, consumindo mais alimentos gordurosos e açucarados. É válido ressaltar o consumo moderado de queijos e manter a constância na prática de atividades físicas”, reforça.

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