Black Friday levanta reflexão sobre consumismo e necessidade de educação financeira

Black Friday levanta reflexão sobre consumismo e necessidade de educação financeira

23 de novembro de 2022 Off Por Ray Santos
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Natália Alonso, gestora de projetos educacionais da BEĨ Educação, comenta o cenário financeiro do brasileiro para a Black Friday e como fazer para não se iludir com ofertas

Avaliar as despesas, ter disciplina em relação aos gastos e gerenciar as receitas de maneira estratégica são algumas atitudes fundamentais para se ter uma boa saúde financeira. No Brasil, isso ainda é um problema. O Mapa de Inadimplência do Serasa de setembro, de 2022, aponta que mais de 68 milhões de brasileiros estão com dívidas atrasadas, cenário que pode gerar controvérsia com a proximidade da Black Friday, no dia 25 de novembro.

A expectativa é de que, neste ano, 50% dos brasileiros aproveitem a data para comprar, segundo a Pesquisa Consumo 2º semestre 2022 – IM Globo, da Behup. Portanto, ter um planejamento é essencial, especialmente para não ser pego de surpresa, tampouco cair em golpes ou fraudes. Para Natália Alonso, gestora de projetos educacionais da BEĨ Educação, “quem não possui consciência financeira acaba sendo atraído pelas promoções e propagandas da data, que são super incisivas e insistentes. Você pode gastar mais do que deve, caso não olhe para suas contas de maneira crítica e realista.”

A consciência financeira do brasileiro para a Black Friday

Muito se fala sobre a importância da educação e planejamento financeiro para uma vida economicamente mais estável e segura. Apesar disso, o último ranking global de educação financeira da S&´P Global Ratings revelou que o Brasil está na 74ª posição, atrás países historicamente mais desfavorecidos como Madagascar, Togo e Zimbábue.

Soma-se a isso o boom das compras online que, até 2025, deve chegar a 4,9 trilhões de dólares, apontados no levantamento conduzido pela startup Magis5. Neste sentido, as tendências de consumo na Black Friday passam a preocupar quando consumo e consumismo começam a se confundir, de forma que a estabilidade financeira pode ficar de lado. “A facilidade nas formas de parcelamento, em encontrar produtos e, principalmente, o capitalismo de dados, acabam impulsionando ainda mais as vendas. Junto a isso, é importante não ceder à tentação dos algoritmos”, revela Alonso.

Como fazer esse aprendizado chegar até jovens e crianças?

Chegar à vida adulta sem saber se organizar financeiramente é um dos problemas que mais afetam a melhora nos índices de inadimplência, consequentemente implicando na falta de controle das despesas pessoais. A fim de evitar esses problemas, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) decidiu incluir Educação Financeira como um dos temas transversais obrigatórios, que devem fazer parte do currículo do ensino básico a partir de 2023. A ideia é que se promova esse tipo de consciência entre os estudantes, evitando problemas financeiros futuros.

Assim como nos materiais da BEĨ Educação, de acordo com a gestora, “os projetos de Educação Financeira devem ser aplicados à realidade do aluno. Ele tem de ser orientado com base na própria vida. Desta forma, encontrará uma utilidade para o aprendizado. Quanto mais próximo da realidade dele, mais sentido e significado o saber terá. Isso é imprescindível, precisa ter contexto”.

A aprendizagem da matemática mais significativa, que prepara melhor para o futuro, deve seguir etapas. “O primeiro passo é fazer com que o jovem saiba distinguir a necessidade da vontade e, depois, fazê-los aplicarem essa teoria em suas vidas. Assim, passam a olhar o dinheiro de uma forma mais cuidadosa, sabendo dar valor a esse recurso a partir do esforço que fizeram para consegui-lo”, finaliza ela.

Sobre a BEĨ Educação

A BEĨ Educação desenvolve projetos educacionais com foco em experiências transformadoras que trabalham a cidadania, a identidade, as potencialidades, os conhecimentos, os valores e os sonhos dos estudantes. Com o propósito de educar para uma cidadania mais engajada e humanizada, ela busca criar um novo tipo de educação, mais relevante e atraente, para esta e as próximas gerações de estudantes e educadores. A BEĨ Educação é um desdobramento da BEĨ Editora, que há 30 anos vem construindo um catálogo de livros sobre arte, design, arquitetura, urbanismo, fotografia, economia e gastronomia, bem como organizando exposições e ações culturais relacionadas ao exercício da cidadania e à promoção da cultura brasileira. A empresa conta hoje com três frentes de atuação: introdução à educação financeira; vida urbana e noções de cidadania; arte, história e cultura indígena.

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