Bolsonaro em discurso diz “Vacinado não transmite vírus”

13 de junho de 2021 Off Por Ray Santos
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Comentário foi feito em motociata realizada em São Paulo, neste sábado (12)

  • Bruno Ribeiro, Pedro Venceslau e Célia Froufe 12 jun 2021 18h17 | atualizado às 19h51

Sem máscara, Jair Bolsonaro discursa em ato com motociclistas

Foto: Romeo Campos

No discurso realizado ao final da motociata, Jair Bolsonaro voltou a falar na possibilidade de suspender a obrigatoriedade de uso de máscaras por pessoas já vacinadas, afirmando que pediu um estudo do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o tema.  

“Quem for contra não acredita na ciência. Não tem como vacinado transmitir o vírus”, disse. Mas, segundo especialistas, pessoas vacinadas podem sim transmitir o coronavírus e devem continuar usando máscaras, assim como o resto da população.

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O comentário foi feito durante a motociata que reuniu milhares de motociclistas em apoio ao presidente neste sábado, 12, em São Paulo.

O ato seguiu da região do Sambódromo pela Marginal do Tietê até a Rodovia dos Bandeirantes, onde o grupo foi até o trevo do km 62, na altura de Jundiaí, e retornou em direção ao Ibirapuera, onde Bolsonaro discursou em um carro de som.

Bolsonaro, que liderou a motociata, chegou à concentração na zona norte e circulou sem máscara, provocando aglomerações entre os apoiadores, muitos também sem o equipamento de segurança em meio à pandemia de coronavírus.

Bolsonaro, um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, foram multados pelo governo de São Paulo, por não usarem máscara no ato.

Bolsonaro também defendeu o trabalho do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e fez novo aceno aos motociclistas, ao falar de isenção de pedágio nas futuras concessões de rodovia.

Para isso, no entanto, o presidente vai aumentar o valor para os demais motoristas. Com Salles no carro de som, o presidente disse que “o Ministério do Meio Ambiente era aparelhado e (Salles) fez um excelente trabalho”.

O ministro é investigado por indícios de favorecimento de empresas na exportação ilegal de madeira e por suspeita de obstruir a maior investigação ambiental da Polícia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros. Ele nega irregularidades.

No discurso, Bolsonaro disse que o Ministério do Meio Ambiente era “aparelhado e (Salles) fez um excelente trabalho”.

Mas em entrevista concedida ao Broadcast em fevereiro, Salles reclamou dos cortes que o orçamento de sua Pasta sofreu e informou que chegou a fazer contato direto com o colega da Economia, Paulo Guedes.

“Falei que era preciso dar prioridade ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), porque, depois, reclamam que ficamos com imagem ruim no exterior e que isso prejudica captação de investimentos”, relatou.

O ministro descreveu ainda que, na conversa com Guedes, sugeriu que cortes fossem feitos em ministérios como os da Defesa ou da Ciência e Tecnologia porque o orçamento do MMA “não faz cócegas à União”.

“Não pode ter o órgão encarregado de fazer orçamento negando a grana e depois dizendo que precisamos melhorar imagem no exterior. Quem está dando substância a essa crítica é o próprio Ministério da Economia. É uma postura esquizofrênica”, afirmou, na ocasião.

Portal Terra com Estadão


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