Conheça a história por traz de uma foto

21 de junho de 2021 Off Por Ray Santos
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Andradina/SP

Quem nunca viu uma foto e se pegou pensando sobre o que aconteceu no
momento em que ela foi tirada? De repente, vemos uma foto que não parece
tão interessante assim, mas quando sabemos a história por trás daquela
imagem é outra experiência.

“A história por trás da foto” as vezes é mais interessante do que a
própria fotografia e, prova de que estamos sempre tropeçando na
história, durante um encontro com o prefeito Mário Celso Lopes, um a
migo antigo, Celso Carlos da Silva revelou uma história interessante de
uma fotografia ícone da história de Andradina.

Na imagem, um senhor bem alinhado posa ao lado de uma imensa tora de
peroba que foi utilizada por décadas, como prova da fertilidade das
terras de Andradina. A tora ficou estacionada por décadas como forma de
convencer as pessoas das riquezas dessa nova cidade que nascia nas
selvas: “Andradina – a Canaã das Selvas”, a “Cidade Milagre”.

A árvore foi cortada por Grimbalde José da Silva, pai de Celso Carlos,
mesmo antes da fundação da cidade. A árvore foi cortada na Ilha Seca,
local onde se instalaria mais tarde a estação ferroviária de Lussanvira,
nos limites com o município de Itapura.

“Meu saudoso pai puxou a tora com 14 juntas num carro de bois carreiro
até estação ferroviária de Andradina. Para quem não sabe isso são 28
bois. Ele sempre contava com orgulho sobre ter carreado na Fazenda
Guanabara, que era de Antônio Joaquim de Moura Andrade, de 1935 até
1943”, explicou.

Ilha Seca/Lussanvira
Sobre Ilha Seca, a estação de Lussanvira, aberta em 1910, era parte do
tronco da Noroeste do Brasil até pelo menos 1940, quando a variante mais
ao sul foi terminada, ligando Araçatuba a Jupiá, passando por Andradina.

Na época da ativação ali estava afazendado o português João Ramos da
Cruz e existia um pequeno povoado com uma agência avançada de correio no
sertão. O terror do local era o valentão Isaias de Tal.

Ilha Seca foi a estação de onde partiram, após a chegada por trem, os
passageiros que se dirigiam à Fazenda Guanabara, que foi demarcada com
gente que desceu na estação de Ilha Seca em 1929 e de lá partiu traçando
uma trilha até chegar ao ponto central da futura fazenda.

Na década de 1930 o transporte na região era bem precário. Havia uma
jardineira que saía às 8 horas de Araçatuba e chegava às 15 horas na
estação de Ilha Seca, próxima de Lussanvira. Havia uma baldeação para a
jardineira mista da Empresa São Sebastião com destino a Andradina com
previsão de chegada entre 20 e 24 horas, se não houvesse contratempos.
Lussanvira foi abandonada por passar por uma zona de malária muito
intensa causando problemas para os ferroviários e moradores da região.
As pessoas se acostumavam com alagamentos e apresentava as piores
condições para tráfego e povoamento. Em 1961, o ramal foi
definitivamente extinto e todo o trecho junto a Lussanvira, incluindo a
própria estação, foi submergido pela construção da represa de Três
Irmãos.

Foto: historia da foto

DCPA


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