Conheça mulheres que inspiram na odontologia desde o passado até os dias atuais
21 de março de 2023As mulheres são maioria entre profissionais de odontologia no Brasil. Mas, não foi sempre assim. Veja a trajetória feminina e dicas de especialistas para a carreira
São Paulo, 21 de março do ano 2023 – Durante anos, mulheres tiveram que lutar para ingressar em universidades e no mercado de trabalho, assim como pelo direito aos diplomas que as habilitam a exercer profissões para então buscar a igualdade social e a independência. Para a odontologia alguns nomes foram revolucionários.
No cenário mundial, a doutora Lucy B. Hobbs Taylor, que, recusada em faculdades nos EUA, estudou de forma particular com dentistas até abrir seu próprio consultório. Só mais tarde teve seu diploma de graduação e doutorado em odontologia. Uma curiosidade é que Lucy nasceu em 14 de março, no mês da mulher.
No Brasil, alguns nomes notáveis são: Leonor Henriqueta Álvares dos Santos e Isabella Von Sydow, duas primeiras mulheres no país graduadas em odontologia, respectivamente em 1878, em Salvador – Bahia, e no Rio de Janeiro, em 1899. Antonia D’Ávila, também foi pioneira, ao obter seu diploma nos Estados Unidos.
Com o passar do tempo, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) admitiu cada vez mais mulheres. Hoje elas são a maioria na profissão, conquista que aconteceu gradativamente. Em 1960, aproximadamente 90% dos dentistas eram homens. Já em 2008, o sexo masculino representava uma parcela de 56,3% dos dentistas. Em 2018, o jogo virou e as mulheres se tornaram 69,6% dos profissionais desde então.
Para falar sobre a atuação das mulheres na área, nada melhor do que especialistas experientes que podem ser inspiração para muitas outras. As doutoras Maria Fernanda Kolbe, Luciana Sargologos, ambas de São Paulo, e a doutora Manuela Netto, do Rio de Janeiro, falam sobre odontologia e dão dicas para outras mulheres.
Maria Fernanda e Manuela Netto tiveram inspiração em seu ciclo de convivência. “Estava entre medicina e odontologia e fui positivamente influenciada pela minha dentista, a Dra. Rose Georgevich, e sua família. Esta família que me atendia me inspirou”, conta Maria Fernanda, graduada em 2003 em odontologia, especializada em periodontia e mestre em clínicas odontológicas com ênfase em Periodontia, que atua na SORR Clínica e como SDA Trainer da EMS (Electro Medical System).
Manuela Netto, cirurgiã dentista pós graduada em periodontia, mestre em ciência de materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME-RJ) e treinadora da Swiss Dental Academy conta sua inspiração. “Minha dentista de infância, que era mãe de uma colega minha da escola. Me lembro de gostar de ir no consultório dela porque havia brinquedos na sala de espera e no final da consulta eu podia escolher brindes caso me comportasse. Me lembrei dessa referência ao não passar no vestibular para Direito. Sem saber o que fazer, em uma conversa, me lembrei do dia da profissão na escola que ia toda de branco dizendo que seria dentista. Hoje agradeço por não ter passado para Direito e vejo o quanto que a experiência agradável que a minha Odontopediatra me ofereceu quando criança me inspirou a seguir a mesma profissão” relata a doutora.
Luciana Sargologos, CEO na LS Dental Life Clínica Odontológica, mentora e treinadora na Dentsply Sirona, além de Líder de Opinião na EMS, graduada em odontologia com especialização em odontologia do Sono, conta que não teve uma referência, mas sentia aptidão. “Sou a primeira pessoa da área médica em minha família. Desde bem pequena já se notava o meu dom no “cuidar” desde brincadeiras da infância a preocupação com a saúde de amigos e familiares”, explica Luciana.
Quanto a profissão ser majoritariamente feminina, Luciana tem uma visão de que ainda há espaços a serem preenchidos. “Desde os primórdios há uma maioria masculina e, apesar de termos mais e mais mulheres, a odontologia contínua representada pelos homens, isso é evidente nos congressos pela grade de palestrantes. Na minha especialidade de tecnologia em odontologia, sou minoria entre meus colegas homens”, conta a Sargologos.
Para Manuela, a odontologia passou por uma mudança com o tempo “Hoje a odontologia está majoritariamente feminina sim, mas no passado era uma profissão dominada pelos homens. Um levantamento feito em 2010 por professores da USP em parceria com o Ministério da Saúde e da Educação mostra essa mudança a partir da década de 80 e 90. O aumento das mulheres no mercado de trabalho no geral contribuiu para esse fato. A personalidade mais empática do sexo feminino, exibindo maior capacidade de reconhecer os sentimentos de outra pessoa e agir de forma apropriada àquele estado de espírito, em comparação aos homens, que são mais racionais, foi outro fator contribuinte, dado que a Odontologia é uma profissão que exige conexão humana” enfatiza a especialista.
A fim de incentivar mulheres nesta profissão, a Dra Maria Fernanda Kolbe dá um recado: “A dica para as mulheres que almejam ser dentistas é: se joguem. A carreira é linda e engloba muitas possibilidades, mexe com a saúde e autoestima das pessoas. Podemos transformar a vida dos pacientes, o que é muito mágico. E a carreira permite uma agenda mais flexível”. Porém, a especialista alerta que é preciso ter algumas habilidades. “É preciso cuidar de gente e amar estar com gente. Se você gosta, será uma excelente profissional. Quero falar para as mulheres, principalmente as que estão ingressando, que o nosso lugar é onde a gente quiser, desde que façamos com respeito, carinho, preocupação com o outro. Amar o que fazemos, é o que nos faz grandes profissionais”, conclui.
Outra dica dada pela dra Manuela é manter a própria essência. “Mantenha sempre em mente o porquê escolheu essa profissão e busque conhecer quem você é. Quando os desafios vierem, esses pilares te manterão firme no caminho do seu propósito”, recomenda a profissional.
Sobre a experiência das profissionais e o dia a dia no consultório, as doutoras mostram que não apenas as mulheres se preocupam com beleza, estética e com a manutenção de sua saúde. Atualmente, os homens também buscam profissionais para saúde, estética e outros assuntos, como a odontologia do sono.
A Dra. Luciana conta que seu público é dividido igualmente, ressaltando a preocupação dos homens com sua saúde. “Acho que isso se deve à minha atuação como especialista na Odontologia do Sono, cuidando do ronco e apnéia onde os homens são mais prevalentes”, relata a especialista.
Já a Dra Maria Fernanda, explica que também atende uma parcela igualitária, mas não foi sempre assim. “Atendo uma proporção muito igual de homens e mulheres. Atendia mais mulheres, além disso esposas e mães marcavam consultas para os maridos e filhos. Ultimamente, houve uma tendência de os homens se cuidarem e se comprometerem com a sua saúde e estética”, explica a profissional. “Mulheres eram mais preocupadas com a estética, saúde e mais disciplinadas. Atualmente, eu não vejo diferença, acredito que as mulheres estejam mais ocupadas, com mais tarefas, são profissionais, filhas, amigas, mães e esposas. São muitos papéis e os homens têm tomado mais consciência da importância do seu cuidado. Pelo menos no meu consultório e no meu dia a dia, tenho visto uma questão mais igualitária neste sentido”, finaliza Kolbe.
O mesmo aconteceu no consultório da Dra Manuela, que também viu essa diferença no cuidado acontecer. “Apesar das mulheres terem uma tendência a serem mais disciplinadas e preocupadas com saúde, tenho visto nos últimos anos homens comprometidos com a saúde bucal, aplicando os cuidados indicados pelo dentista e comparecendo com frequência nas consultas de manutenção preventiva. Para mim, isso mostra que nós, profissionais, devemos estimular a conscientização dos pacientes, independentemente de gênero, pois somente através do conhecimento e da informação podemos escolher mudar. A grande virada de chave é conhecer o paciente e encontrar estratégias que funcionem para ele, sendo homem ou mulher “, explica a doutora.
Porém, ainda há uma preocupação maior do público feminino. “O que vejo na rotina clínica é que as mulheres, no geral, são mais preocupadas com a aparência e com a própria saúde do que os homens, mas existem exceções. Essa preocupação faz com que as mulheres sejam mais disciplinadas em manter os cuidados rotineiros de higiene oral, como passar fio dental, usar raspador de língua, usar escovas interproximais, seguindo as orientações. Além de manterem uma regularidade maior nas consultas periódicas de revisão”, finaliza Manuela.
Do ponto de vista da tecnologia e novidades, as mulheres estão à frente, na visão da Dra Luciana Sargologos. “As mulheres são mais cuidadosas e preocupadas com a saúde bucal, vão ao consultório com mais frequência e estão sempre mais antenadas nas novidades de técnicas, cremes dentais e enxaguatórios” explica a especialista. Entre as inovações está o protocolo GBT (Guided Biofilm Therapy), da EMS, Electro Medical Systems, que tem como principal objetivo oferecer um tratamento suave e eficaz. Com foco na eficiência dos resultados e no conforto dos pacientes, remove o biofilme dental de forma confortável, prevenindo diversas doenças e identificando o local exato em que a limpeza precisa acontecer.
Por fim, podemos concluir que a odontologia é uma profissão aberta às mulheres, mas ainda existem lacunas a serem preenchidas. Hoje, existem muitas profissionais que podemos olhar como referências, tanto referências do passado, que batalharam pelo ingresso das mulheres no mercado, como profissionais dos dias de hoje, como as doutoras Luciana Sargologos, Manuela Netto e Maria Fernanda Kolbe, que podem servir de inspiração para muitas outras dentistas no futuro.
Sobre a EMS
Fundada em 1981, a EMS, Electro Medical System, é uma empresa suíça referência em dispositivos médicos que atua em três áreas da saúde: Dental, Terapia da Dor e Urologia, com equipamentos de última geração e tecnologia moderna. A multinacional está fundamentada em três pilares importantes: a tecnologia de qualidade e precisão suiças, a evidência clínica comprovada sobre a eficácia de seus métodos e produtos, e plataformas de educação de primeiro nível.
KR2 Com,.