Dia do Reconhecimento do Soroban

10 de maio de 2021 Off Por Ray Santos
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Foto: Google

Laramara defende a importância do recurso para educação inclusiva no Brasil

Você sabe o que é Soroban? Desde 11 de maio de 2006, o soroban é reconhecido como recurso educativo específico para aprendizagem de cálculos matemáticos por estudantes com deficiência visual no Brasil. Instituições, como a Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual, defendem a importância deste instrumento para vencer os obstáculos do ensino e dar acesso à educação inclusiva.

Apesar do seu reconhecimento no país, ter apenas 15 anos, o Soroban teve sua origem no ábaco que é um instrumento de cálculo, característico dos povos orientais e utilizado bem antes da era cristã. Foi levado da China para o Japão por Kambei Moori, autor do primeiro livro sobre o assunto, denominado Embrião do Soroban, em 1662.

No Brasil, o recurso foi introduzido pelos imigrantes japoneses no ano de 1908, que o consideravam indispensável para cálculos matemáticos do dia a dia. Nessa época, o Soroban ainda não havia sofrido as adaptações necessárias para o uso das pessoas com deficiência visual e possuía cinco contas na parte inferior do eixo ou haste e uma conta na parte superior. O principal divulgador do Soroban no Brasil foi o professor Fukutaro Kato, natural de Tóquio, Japão, e conhecedor das diversas áreas das ciências econômicas e contábeis a partir de 1958, data da publicação de seu primeiro livro em português sobre soroban.

No Brasil, Joaquim Lima de Moraes, que tinha miopia progressiva, teve acesso ao instrumento e verificou a necessidade de adaptação. Em 1949, introduziu um tecido emborrachado sob as contas para que não deslizassem facilmente. No ano seguinte, passou a divulgá-lo, por meio de apresentações e palestras, nos serviços especializados, escolas, universidades, no rádio e na televisão.

A régua de numeração que divide o soroban em duas partes, recebeu em relevo, traços que indicam a separação de classes, vírgula decimal, barra de fração e sinal de índice de potência e pontos que representam as ordens de cada classe.

Mas, afinal, como funciona o Soroban?

O Soroban é um instrumento de cálculo manual e retangular, composto pela parte externa, denominada moldura. Possui uma régua numérica, que o divide em duas partes, superior e inferior, transpassada por eixos ou hastes, onde se prendem as contas. Geralmente possui 21 eixos, divididos pela régua, com traços verticais e pontos em relevo representando as ordens e classes, unidade, dezena e centena. Em cada eixo, há cinco contas. Na parte superior e mais estreita, há uma conta, com valor cinco e na parte inferior, a mais larga, quatro contas, cada uma representa o valor um. Os números são registrados quando as contas, tanto superiores quanto inferiores estão próximas à régua.

Para Graça Corsi, pedagoga especializada em deficiência visual e membro da equipe Técnica de atendimento especializado da Laramara, “O soroban é um excelente instrumento para qualquer aluno, mas se torna imprescindível para a pessoa com deficiência visual. Sua estrutura e metodologia, favorece a formação do conceito e valor posicional do número, desenvolve o cálculo mental, a concentração e confere agilidade e autonomia, permitindo realizar os cálculos matemáticos com velocidade e precisão.”

Reconhecer e incentivar o uso do Soroban como principal instrumento de cálculo, fortalece a inclusão educacional e social, valoriza a diversidade e promove a equiparação de oportunidades para as pessoas com deficiência visual, nas diferentes Instituições de ensino. Para conhecer projetos da Laramara no apoio à educação e outras atividades assistenciais gratuitas, acesse o site laramara.org.br.

Sobre a Laramara

A Laramara é uma Instituição especializada em deficiência visual, muito atuante. Reconhecida como um importante centro de referência na América Latina, se dedica ao estudo, desenvolvimento de projetos e pesquisas na área da deficiência visual. Fundada em 1991, por iniciativa do casal Mara e Victor Siaulys, realiza atendimento especializado nas áreas socioassistencial e socioeducativa com ações complementares e atividades específicas essenciais à aprendizagem e ao desenvolvimento das pessoas com deficiência visual e com deficiências associadas.

As atividades são realizadas em grupos e os usuários dispõem ainda de atendimentos específicos de Atividades de Vida Autônoma, Braille, Soroban, desenvolvimento da eficiência visual – Baixa Visão e Orientação e Mobilidade. Disponibiliza recursos humanos para apoio à inclusão social, colabora para o aperfeiçoamento e a capacitação de profissionais e divulga suas experiências e aquisições para todo o Brasil, por meio de recursos instrucionais produzidos por sua equipe, como livros, manuais e DVDs.

Laramara trouxe para o Brasil a fabricação da máquina braile e da bengala longa, indispensáveis para a educação e a autonomia da pessoa cega. Buscando a inclusão profissional de jovens, adultos e idosos com deficiência visual, ampliou seu projeto socioeducativo em 1996, realizando atendimento para essa população.

www.laramara.org.br / @laramaraoficial

Informações à imprensa:

Sandra Tacla e Georgea Andrade

Tacla Consultoria de Comunicação

Tel.: (11) 3476-1801 e 98288-0505


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