ESG deve fazer parte da estratégia e da cultura organizacional
1 de dezembro de 2022Por Monica Bressan*
Muitos veem o termo ESG (Environmental, Social and Governance) como uma novidade, mas ele surgiu pela primeira vez em 2004, em um relatório conjunto do Pacto Global da ONU e do Banco Mundial denominado Who Cares Wins, dirigido especialmente às grandes instituições financeiras, a partir de um questionamento: como integrar fatores sociais, ambientais e de governança na tomada de decisão de investimentos.
Mas, antes de pensar no “como”, alguns devem se perguntar: Por que os empresários devem integrar esses fatores aos negócios?
Porque questões ambientais, sociais e de governança representam riscos para os negócios. Simples assim.
Quando da análise de um investimento a ser feito, o investidor deve analisar, entre outras coisas, o seu risco. E, ao longo dos últimos anos, vem se consolidando o entendimento de que os fatores abrangidos pelo ESG representam riscos importantes para os investimentos de uma forma geral, ou seja, para os negócios.
Assim, se um empresário quer garantir a sustentabilidade da sua própria empresa, deve pensar nos elementos ambiental, social e de governança como riscos a serem tratados. E, ao mesmo tempo em que cuidará do seu próprio negócio, contribuirá para o desenvolvimento sustentável da sociedade como um todo.
Isto posto, temos então o questionamento proposto há 18 anos: como integrar fatores sociais, ambientais e de governança na tomada de decisão de investimentos e nos negócios de uma forma geral?
Antes de mais nada, importante destacar que essa é uma decisão estratégica. Não basta a adoção de ações isoladas ou superficiais voltadas para a proteção do meio ambiente ou de cunho social.
A adoção de ações que atendam à pauta do ESG depende, primeiro, de uma orientação estratégica da organização, com o estabelecimento dos valores e princípios que deverão pautar suas atividades, e que orientarão a análise dos impactos das atividades da empresa em relação ao ESG e das ações práticas que serão adotadas em relação aos mesmos.
Mas, ainda assim, de nada adianta ter uma estratégia e planos bem definidos se os valores que a empresa pretende proteger não fizer parte da própria cultura organizacional e da vida de todos os principais envolvidos com o negócio.
A cultura de uma organização representa a percepção dos seus gestores e colaboradores acerca da mentalidade que nela predomina. É construída ao longo do tempo e passa a impregnar todas as suas práticas. A forma como a empresa comunica seus valores e metas, de forma implícita ou explícita, faz toda a diferença para atingir aquilo que propõe.
É por isso que não basta planejar e documentar metas e ações alinhadas à pauta ESG, mas difundir, por meio de planos de comunicação e treinamentos, e com o total suporte da alta direção da empresa, aquilo que se pretende realizar. Somente assim se garantirá a adoção de fato de uma cultura voltada para o ESG e a sustentabilidade do próprio negócio no longo prazo.
Monica Bressan * é especialista em governança corporativa, compliance, ISO 37001, ISO 31000, contratos e finanças. Consultora, palestrante e professora. Formada em Direito e em Administração de Empresas, com especialização em Direito Tributário e Mestre em Finanças Corporativas. Com certificação ISO 31000 Lead Risk Manager (Gestão de Riscos) e ISO 37001 Provisional Auditor (Antissuborno). Membro da Comissão de Compliance da OAB/SP. Com mais de 20 anos de experiência organizacional e jurídica.
”Ótima experiência com: mapeamento, implantação e acompanhamento de controles internos para todas as áreas da empresa; apoio jurídico-legal para a tomada de decisões; gerenciamento de projetos, com capacidade de atuar em equipe de forma colaborativa; realização de treinamentos focados nas necessidades da organização e disseminação de cultura de melhores práticas”.
Comuniquese,.