Exame possibilita o monitoramento de transplantados de medula a partir da comparação entre o DNA do doador e o do receptor

21 de junho de 2022 Off Por Ray Santos
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GeneMapper ID-X Software e GlobalFiler™ PCR Amplification Kit, soluções da Thermo Fisher Scientific, fazem parte do fluxo de trabalho de laboratórios de identificação humana por DNA

São Paulo, junho de 2022 – O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) representa atualmente a terapia de escolha para o tratamento de diversas doenças malignas e não malignas que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas. É realizado através da destruição da medula óssea doente e infusão de novas células normais e saudáveis.

De acordo com dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), em 2020 foram realizados 3.195 transplantes no Brasil. Já segundo números de dezembro de 2021, do REDOME (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), que reúne todos os dados e características genéticas de doadores brasileiros e que faz parte do Instituto Nacional do Câncer (INCA), e que conta com mais de 5.4 milhões de cadastrados, a média de pacientes que buscam doadores não aparentados gira em torno de 650 no país, sendo que de acordo com o REREME (Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea) somente em 2021, 323 transplantes de medula óssea não aparentados foram realizados no Brasil.

Neste contexto, com o objetivo de avaliar o sucesso do transplante de medula óssea alogênico (células-tronco hematopoiéticas vêm de um doador, idealmente um irmão ou irmã com uma composição genética semelhante), instituições como o Hospital do GRAACC, referência em tratamento de crianças e adolescentes com câncer, realizam um exame que compara o DNA do receptor e o DNA do doador, antes e depois do procedimento. Assim, no momento em que a medula começa a produzir células sanguíneas, conhecido como “pega da medula”, é importante que o médico comprove que estas células estão sendo produzidas pela medula do doador e não pela medula antiga do paciente. A presença de informações genéticas de duas pessoas diferentes no mesmo organismo é chamada de “quimerismo”. O transplante é geralmente bem-sucedido quando há quimerismo completo, ou seja, o sangue gerado é igual ao do doador. Já o quimerismo misto acontece quando ainda há uma mistura do sangue produzido pela medula nova e pela medula antiga.

Ainda que haja quimerismo completo, o exame ainda deve ser realizado periodicamente, porque há casos em que o paciente transplantado volta a produzir as células sanguíneas doentes, o que sinaliza a recidiva da doença e o mau prognóstico para o paciente. No exame de quimerismo, isso pode ser detectado com a diminuição da porcentagem do perfil genético do doador no sangue ou na medula óssea do receptor, permitindo ao especialista selecionar tratamentos adicionais e aumentar as chances de sucesso do transplante.

“A parceria do GRAACC e da Thermo Fisher permitiu a padronização desse tipo de investigação em nosso laboratório para todos os pacientes que tenham feito TCTH alogênco, ou seja, com a medula de um doador saudável. Desde 2018, fizemos mais de 1.400 investigações de quimerismo, entre novos perfis e acompanhamentos de crianças e adolescentes já submetidos ao TCTH. O acompanhamento com uma estratégia sensível e específica dá mais segurança aos médicos na tomada de decisões relacionadas aos pacientes submetidos ao transplante”, conta a geneticista Silvia Toledo, coordenadora do Laboratório de Genética do Hospital do GRAACC.

Conhecida mundialmente por seu know-how no apoio às empresas e instituições de pesquisa durante o desenvolvimento de diversas soluções voltadas para a ciência, a Thermo Fisher Scientific, oferece para seus clientes, dentre eles o GRAACC, o software GeneMapper ID-X Software, para análise automatizada de genotipagem, auxiliando em investigações forenses, banco de dados de DNA e testes de paternidade. Além disso, reagentes químicos como o kit GlobalFiler™ PCR Amplification permitem, a partir de amostras biológicas, gerar o perfil de DNA utilizado nas análises de quimerismo e também outras aplicações que envolvam a identificação de cada ser humano.

“A partir de nossas soluções, é possível agilizar e assegurar todo o processo de Identificação Humana, trazendo resultados confiáveis, de maneira eficaz e transparente, porque oferecemos equipamentos, reagentes e softwares de análise integrados e validados seguindo padrões internacionais. Além disso, dispomos de uma equipe de cientistas e engenheiros de aplicação em campo, que garantem a confiança em todo o fluxo de análises”, avalia Rafael Astolphi, gerente de Desenvolvimento de Mercado em Identificação Humana (HID) da Thermo Fisher Scientific na América Latina.

Sobre a Thermo Fisher Scientific

A Thermo Fisher Scientific é líder mundial em produtos e soluções científicas, com receita anual acima de US$ 25 bilhões, cerca de 75 mil funcionários e investe mais de US$ 1 bilhão por ano em pesquisa e desenvolvimento. No Brasil, são 450 funcionários, trabalhando desde a operação até o atendimento ao cliente, reforçando o enfoque científico da empresa. Sua missão é capacitar os clientes a tornarem o mundo mais saudável, mais limpo e mais seguro, acelerando a pesquisa em ciências da vida, resolvendo desafios analíticos complexos, melhorando os diagnósticos dos pacientes e aumentando a produtividade dos laboratórios. Para mais informações, visite www.thermofisher.com.

Sobre o GRAACC

O Hospital do GRAACC é referência no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnico-científica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer pediátrico, o desenvolvimento de ensino e pesquisa.

É a primeira instituição do País, especializada em câncer infantojuvenil, a receber a acreditação da Joint Commission International (JCI), uma das organizações mais conceituadas do mundo na área de certificações em serviços de saúde. Em 2021, ano marcado pela pandemia, atendeu cerca de 4 mil pacientes de todo o País e realizou mais de 33 mil consultas, além de cerca de 1,6 mil procedimentos cirúrgicos, 25 mil sessões de quimio e radioterapia e 96 transplantes de medula óssea.

Em 30 anos de atividades, o GRAACC elevou o patamar do tratamento de alta complexidade do câncer infantojuvenil no Brasil, com taxa média de 72% de chances cura, e investe constantemente em medicina individualizada e investigação genética para que cada vez mais crianças e adolescentes com câncer possam ter um futuro todo pela frente.

Tamer Com,.


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