Nove pessoas são condenadas à morte no Irã por suspeita de “conluio com Israel” para matar cientista nuclear

Nove pessoas são condenadas à morte no Irã por suspeita de “conluio com Israel” para matar cientista nuclear

7 de dezembro de 2022 Off Por Ray Santos
Compartilhar

Caso do assassinato de principal suspeito de liderar o programa nuclear iraniano tem, ao todo, 15 réus

No Irã, nove pessoas foram sentenciadas à pena de morte pelo assassinato de Mohsen Fakhrizadeh, um dos principais cientistas nucleares do país. Segundo declaração do porta-voz do judiciário iraniano, Massoud Setayeshi, os nove réus foram acusados ​​de “corrupção na terra” e conluio com Israel, ambos crimes capitais na República Islâmica. 

O cientista foi morto em 2020 em um ataque cuja responsabilidade o Irã atribuiu a Israel. Em 2018, o governo israelense acusou Fakhrizadeh de liderar os esforços iranianos para construir uma bomba atômica, informação que o Irã negou. Quando foi morto, Fakhrizadeh estava sob sanções dos Estados Unidos por seu papel no programa nuclear iraniano. Depois do ataque, o Irã ameaçou vingança.

Israel não comentou publicamente a alegação de que foi o responsável, embora Yossi Cohen, ex-chefe do Mossad, o serviço secreto israelense, tenha confirmado no ano passado que Fakhrizadeh estava há muito tempo na mira da agência.

O Irã frequentemente prende, encarcera e executa indivíduos que acusa de serem espiões para nações estrangeiras, mesmo sem oferecer provas. Em entrevista coletiva, o porta-voz Setayeshi disse que, junto àqueles que enfrentarão a pena de morte, outras seis pessoas tiveram “outras acusações” contra elas, e que o caso tem, ao todo, 15 réus.

André Lajst, cientista político e presidente executivo da StandWithUs Brasil, explica que “não é incomum que no regime da República Islâmica haja execuções, mesmo sem provas contundentes contra os acusados”. Um exemplo recente são as punições aos manifestantes a favor dos direitos das mulheres iranianas, cujo estopim foi a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos que morreu após ter sido detida pela chamada ‘polícia da moralidade’ por não usar o véu islâmico de acordo com os rígidos códigos de vestimenta do país. “Nesse tipo de regime, não há margem para discussão sobre direitos humanos”, comenta o especialista.

Foto do Release: O cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh em foto não datada. (Times of Israel/Cortesia)

Art Presse


Compartilhar