Pandemia derruba 23% da demanda por exames de sangue oculto e 31% das colonoscopias no SUS

30 de março de 2021 Off Por
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Por apresentar poucos sinais em estágios iniciais, o câncer colorretal (CCR) deve ser rastreado periodicamente em homens e mulheres, a partir dos 50 anos de idade. Essa investigação acontece, basicamente, por meio da realização de dois exames, que podem ser decisivos para salvar a vida do paciente: a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia.

Segundo o presidente da SOBED, Ricardo Dib, apesar de ser um procedimento simples, o exame que investiga a presença de sangue nas fezes ainda é requisitado de forma insuficiente no Brasil. “Embora tenha aumentado o número de solicitações ao longo da última década, o volume ainda está aquém do adequado, se considerada toda a população brasileira dentro da faixa etária elegível ao rastreio”, comenta.

O cenário se tornou ainda mais crítico devido à pandemia de COVID-19. Em 2020, o número de exames de sangue oculto nas fezes caiu 23% em relação a ano anterior. Em números absolutos, foram realizados aproximadamente 350 mil exames a menos. O impacto dessa redução foi mais sensível no estado que, historicamente, ocupa o primeiro lugar em quantidade desse tipo de exame: Minas Gerais, que deixou de realizar pelo menos 41.562 rastreios. Na sequência, aparecem Sergipe (menos 1.782), Rio Grande do Norte (1.091), Amazonas (1.043) e Rio de Janeiro (762).

CONFIRA AQUI AS PESQUISAS DE SANGUE OCULTO POR ESTADO

Já a colonoscopia, exame indicado aos pacientes em que existe uma suspeita diagnóstica, apresentou uma queda percentual ainda mais significativa no ano da pandemia. Foram menos 106.030 procedimentos, em comparação com 2019 – uma redução de 31%. Os estados com os maiores declínios foram: São Paulo, com 35.511 colonoscopias a menos; Rio de Janeiro, menos 8.762; Minas Gerais, 8.339; e Rio Grande do Sul, 7.392.

“É preciso mobilizar toda a sociedade para reverter com urgência essa grave situação. Apenas ampliando o acesso aos procedimentos diagnósticos, será possível reduzir os altos números de mortes e hospitalizações verificados no Brasil. Nesse sentido, o apelo da SOBED neste Março Azul também é direcionado aos governantes e gestores públicos. Para que os pacientes tenham chances efetivas de tratamento e cura, é imprescindível a elaboração de políticas de saúde com foco no tema”, conclui Marcelo Averbach.

CONFIRA AQUI AS COLONOSCOPIAS POR ESTADO

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