Postura comercial: Quais são as alternativas para retirada dos promotores de crescimento?

29 de setembro de 2022 Off Por Ray Santos
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Por Elisa François *

A manutenção do bom status sanitário nas granjas de postura é de fundamental importância para a garantia dos resultados

Em 21 de julho de 2022 o MAPA publicou a portaria SDA No.623 que estipula um prazo de 60 dias para consolidar a proibição em todo território nacional da manipulação, fabricação, comercialização, importação e uso como aditivo melhorador de desempenho da bacitracina e da virginamicina. Estes dois princípios ativos vêm somar-se a outros em uma lista que já se iniciou em anos anteriores. Assim, como já acontece em outros países, o que se espera é que substâncias antimicrobianas somente terão sua utilização restrita ao tratamento de enfermidades nos animais, através de dosagens terapêuticas por um período determinado e prescritas pelo médico veterinário responsável.

O adensamento da criação, desafios de ambiência, tipo de alimentação e altos índices de produtividade tornam o sistema de criação de aves de postura um fator de estresse para os animais. Qualquer falha ou desequilíbrio neste sistema pode ocasionar perdas como alta mortalidade e baixo desempenho. A manutenção do bom status sanitário nas granjas de postura é de fundamental importância para a garantia dos resultados.

Os antibióticos promotores de crescimento (APCs) foram (e por vezes ainda são) utilizados com o intuito de manter a integridade intestinal. Como as dosagens são inferiores à concentração inibitória mínima (CIM), a ação anti-inflamatória destes produtos é o benefício de sua utilização (Niewold, 2007; Broom, 2017), sendo a manutenção da integridade do intestino um dos papéis mais importante que eles desempenham.

Quais seriam, então, as nossas opções para manter a eficiência produtiva sem o uso de APCs? Existem tecnologias e aditivos nutricionais que podem ajudar neste desafio na postura comercial como os probióticos e minerais orgânicos.

Com o objetivo de avaliar o desempenho de um probiótico e um mineral orgânico nas aves de postura, em 2021 foi realizado um experimento no Laboratório de Ciência Avícola (LAVIC-UFSM, Santa Maria, RS, Brasil) onde foram utilizadas 32 poedeiras White Plymouth Rock e 32 Red Rhodes Island com 50 semanas de idade.

As dietas foram formuladas à base de milho, farelo de soja e farelo de trigo durante todo período experimental e foram suplementados os aditivos probiótico CLOSTAT®, a base de Bacillus Subtillis (PB6) e KemTRACE™ Cromo Propionato de Cromo 0,4% (propionato de cromo). Os tratamentos consistiram em dieta controle (formulada com milho, farelo de soja e farelo de trigo sem aditivos); Controle + probiótico (dieta controle suplementada com PB6 500 g/ton); Controle + Cromo (dieta controle suplementada com Cromo 50 g/ton) e Controle + PB6 + Cromo (suplementado com ambos os aditivos).

Água e ração foram fornecidas ad libitum. O peso das aves e a produção de ovos foram padronizados antes do início do experimento. As aves foram alimentadas com dietas experimentais entre 55 e 70 semanas de idade. E o experimento foi composto por 4 tratamentos e 16 repetições.

No resultado final do experimento nenhum efeito foi observado entre as linhagens e os tratamentos. Os dados do período acumulado de 55 a 70 semanas estão apresentados na Tabela 1. Observa-se efeito significativo (p<0,05) para produção de ovos, massa de ovos, conversão alimentar (kg de ração/dúzia de ovos e kg de ração/kg de ovos). É importante ressaltar o efeito positivo do uso dos aditivos na produção de ovos, ocorrendo aumento da produção em 8,2% em relação a dieta controle para tratamento PB6 + Cromo.


Os dados para perdas e ovos sujos, em porcentagem, encontram-se nas Figuras 1 e 2 respectivamente. Para o período total de 55 a 70 semanas a inclusão do PB6 e Cromo, juntos ou separados, em relação ao controle diminui a porcentagem de perda de ovos e ovos sujos. É importante ressaltar o efeito sinérgico com a inclusão do PB6 e Cromo;

Os resultados referentes à qualidade de casca estão apresentados na Tabela 2.  De 55 a 70 semanas de idade, as dietas suplementadas com PB6 + Cromo resultaram em maior (P <0,05) porcentagem de casca, espessura de casca e força de casca em comparação com a dieta controle não suplementada.


A utilização dos aditivos CLOSTAT® (Bacillus subtilis PB6) e KemTRACE™ Cromo (propionato de cromo) melhora o desempenho das poedeiras reprodutoras, com aumento na porcentagem de produção, massa de ovos e diminuição na conversão alimentar (kg de ração/dúzia de ovos e kg de ração/kg de ovos). Além de observar efeitos positivos na perda de ovos, ovos sujos. A utilização dos aditivos PB6 e Cromo melhora a qualidade de casca, com melhora na espessura, porcentagem de casca e força da casca.

Referências

A. Niewold, 2007.The Nonantibiotic Anti-Inflammatory Effect of Antimicrobial Growth Promoters, the Real Mode of Action? A Hypothesis. Poultry Science 86:605–609
Leon J. Broom, 2017.The sub-inhibitory theory for antibiotic growth promoters. Poultry Science 96:3104–3108

Souza et al. 2021. The Impact of Bacillus subtilis PB6 and Chromium Propionate on the Performance, Egg Quality and Nutrient Metabolizability of Layer Breeders. Animals, 11(11), 3084.

Sobre a Kemin Industries

A Kemin Industries é uma fabricante global de ingredientes, que se empenha diariamente em transformar de maneira sustentável a qualidade de vida de 80% da população mundial com seus produtos e serviços. A empresa possui mais de 500 ingredientes patenteados para saúde e nutrição humana e animal, alimentos para animais de estimação, aquicultura, nutracêuticos, tecnologias alimentares, tecnologias agrícolas e indústrias têxteis.

Por mais de meio século, a Kemin se dedica ao uso da ciência aplicada para enfrentar os desafios do setor e oferecer soluções de produtos para clientes em mais de 120 países. A Kemin fornece ingredientes para alimentar uma população em crescimento, com seu compromisso com a qualidade, segurança e eficácia de alimentos, rações e produtos relacionados à saúde.

Fundada em 1961, a Kemin é uma empresa privada, de propriedade e operação familiar, com mais de 3.300 funcionários e operações globais em 90 países, incluindo instalações de fabricação na Bélgica, Brasil, China, Índia, Itália, Rússia, São Marino, Singapura, África do Sul, Turquia e Estados Unidos. Outras informações sobre a Kemin podem ser encontradas na sua página (www.kemin.com), ou nas redes sociais LinkedIn (www.linkedin.com/showcase/kemin-animal-nutrition-&-health-south-america/) e Facebook (www.facebook.com/keminamericadosul).

Elisa François * é gerente de Serviços Técnicos Sr da Kemin Saúde e Nutrição Animal América do Sul.

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