PUC-Campinas está com inscrições abertas para projeto que visa prevenir a violência escolar
28 de agosto de 2024Égide concederá bolsas a trinta profissionais da rede pública de ensino com experiência na área
A PUC-Campinas está com inscrições abertas até o próximo sábado, dia 31 de agosto, para o processo seletivo que visa a entrega de trinta bolsas de estudo para o Projeto Égide: Experiência e Prevenção da Violência Escolar, voltado para os professores, orientadores pedagógicos e diretores educacionais da rede pública de ensino que demonstrem alguma experiência com a questão da violência escolar. Uma vez preenchidos os pré-requisitos necessários, será realizada uma fase de análise documental e uma entrevista para selecionar os bolsistas.
Elaborado por pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação em Direito (PPGD) e em Educação (PPGE) da PUC-Campinas, em parceria com a Prefeitura de Campinas, o objetivo do projeto, que conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), é estudar e implementar políticas públicas para prevenir a violência em escolas.
Os interessados deverão enviar para o e-mail hjs.ppgdireito@puc-campinas.edu.br os seguintes documentos: RG, CPF, Currículo Lattes atualizado e documento que comprove o exercício da função na unidade escolar em que trabalha ao longo do ano de 2023. Além disso, a mensagem deve conter um e-mail e um telefone (com DDD e WhatsApp) para contato. Demais informações constam do edital, que pode ser encontrado clicando aqui.
De acordo com o diretor da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, Prof. Dr. Lucas Catib de Laurentiis, o Égide, cuja sigla significa “Estratégia Integrada contra Incidentes em Escolas”, “enquanto política pública, surgiu após a ocorrência de uma série de ataques a instituições de ensino ocorridos em todo o Brasil no primeiro semestre do ano passado e tem como finalidade unir esforços da Guarda Municipal de Campinas, de toda a comunidade escolar e de todas as secretarias e órgãos públicos do município, em especial as de Segurança Pública e Educação, a fim de contribuir com a comunidade ao promover uma cultura de paz, respeito e tolerância nos ambientes escolares, sempre buscando avaliar os impactos e as necessidades deste tipo de política pública”.
Sobre as bolsas
O projeto aprovado pela FAPESP contempla bolsas para os educadores e gestores do sistema educacional do município de Campinas, que é a instituição parceira da PUC-Campinas nesta pesquisa. O plano de execução é de três anos e nele estão incluídas bolsas de ensino público, técnicas e de pesquisa nas modalidades mestrado e pós-doutorado. A quantidade e o valor delas foram pré-determinadas pela FAPESP, porém, nada impede que, no futuro, os pesquisadores ampliem o seu objeto de análise, o que dependerá da formulação de novas parcerias com outros entes públicos ou com a iniciativa privada.
Ampla pesquisa
O professor continua dizendo que para que o projeto pudesse ser apresentado à FAPESP foi realizada uma ampla pesquisa dentro do contexto da violência escolar, em âmbito local e mundial.
“Verificamos que, desde 2002, ocorreram, no Brasil todo, 25 atentados em escolas, somando 46 mortes e 137 feridos. Revólveres e pistolas foram usados em 11 dos episódios e causaram três vezes mais mortes do que armas brancas, como facas, que apareceram em dez ocorrências. As armas de fogo foram responsáveis pela morte de 34 pessoas (76%), enquanto as brancas mataram 11 (24%) em ataques a instituições de ensino. A arma mais empregada foi o revólver calibre .38, que apareceu em 53% dos ataques. Outras armas de fogo utilizadas foram a pistola .40 (20%), o revólver .32 (13%), a garrucha .38 (7%) e a garrucha .22 (7%)”, conta Laurentiis.
Em 2023, ele diz que a média de ataques a escolas foi de um por mês e que as causas dessa crescente violência, todas elas relatadas por educadores e pela comunidade, são a discriminação, a intolerância política e religiosa, casos de bullying e o uso excessivo das redes sociais, com acesso dos jovens a conteúdos violentos e inadequados.
Parceria
Contemplado na primeira chamada de projetos destinados ao Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP) da FAPESP ao lado de outros 69 trabalhos, o Égide surgiu da assinatura, em fevereiro deste ano, de um termo de cooperação entre a PUC-Campinas e a Prefeitura de Campinas. “A partir de então, temos realizado reuniões constantes, seja para alinhar a pesquisa às ações dos agentes públicos, seja para realizar atividades conjuntas, como ocorre com o edital de seleção de professores da rede pública de ensino, que foi construído com estreita relação entre os pesquisadores e os gestores da Secretaria de Educação”, explica o diretor.
Laurentiis finaliza dizendo esperar que “professores, orientadores pedagógicos e diretores educacionais da rede pública de ensino juntem-se, de fato, a essa causa e ajudem a construir um futuro mais seguro para as nossas crianças”.
Assessoria de Imprensa PUC-Campinas