Qual o papel da assistência social para romper com a desigualdade?

Qual o papel da assistência social para romper com a desigualdade?

16 de dezembro de 2024 Off Por Ray Santos
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Foto: arquivo

Dados de 2023, do CadÚnico, revelam um retrato alarmante da realidade social no Brasil: das mais de 240 mil pessoas em situação de rua, 69% são negras.

A trajetória desses indivíduos, muitas vezes, se entrelaça com a exclusão social, refletindo a falta de acesso a serviços essenciais, como educação, saúde e emprego.

Essa situação não é apenas uma questão de escassez de recursos, mas de um sistema desigual que restringe as oportunidades e o potencial de indivíduos e comunidades ao longo do tempo. 

Diante deste cenário, o fortalecimento de serviços de assistência social deve ser entendido não apenas como uma ação corretiva, mas como uma estratégia vital para romper com este ciclo vicioso.

Existem organizações dispostas a oferecer uma saída para essas pessoas, com soluções que não atendem apenas suas necessidades pontuais e urgentes como alimentação e moradia, mas que dão autonomia e constância. 

A história da desigualdade racial enraizada no Brasil e no mundo não se limita a condições econômicas.

Envolve aspectos culturais e sociais que afetam a percepção e o tratamento da população negra.

Por isso, além das iniciativas voltadas para assistência imediata, é crucial que haja um reconhecimento profundo da interseccionalidade que permeia as questões raciais da nossa sociedade.

Programas que promovem a cultura e o conhecimento, como oficinas de arte e educação em direitos humanos, podem empoderar essas comunidades, ajudando a desconstruir estigmas e preconceitos que contribuem para a marginalização. 

Além disso, é indispensável que as políticas públicas se alinhem com a promoção da equidade racial. Investimentos em educação, saúde e capacitação profissional devem ser direcionados com um olhar atento para as especificidades das comunidades negras, assegurando que tenham acesso igualitário a oportunidades de desenvolvimento.

Além disso, a criação de políticas que incentivem a inclusão no mercado de trabalho e que garantam direitos fundamentais, como moradia digna, podem catalisar uma mudança significativa nas condições de vida dessas populações. 

O fato é que a transformação social não é alcançada de maneira isolada. É essencial que a sociedade civil, os governos e as instituições tenham esforços conjuntos em prol dessa causa.

O diálogo aberto e contínuo sobre as injustiças que perpetuam a marginalização é fundamental para a construção de um futuro mais inclusivo.

Cada iniciativa para o fortalecimento das políticas públicas e a promoção de oportunidades representa uma contribuição significativa para o avanço de uma sociedade mais equitativa.

*Rodrigo Souza é Coordenador do Perfeita Alegria Tanguá do Rio de Janeiro,


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