Sem água, cheiro de podridão e o sonho de uma vida digna: o retrato da falta de saneamento em SP
1 de outubro de 2024Cerca de 80.913 pessoas da capital paulista não têm acesso ao abastecimento de água potável; outras 307.55 vivem sem esgotamento sanitário
Imagem: Isabella Lima/Terra
- Isabella Lima
Compartilhar – 27 set2024 – 21h38 (atualizado em 1/10/2024 às 09h34)
Na primeira casa de uma viela estreita, no Jardim Represa, em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo, vive Madalena Félix da Silva. Seu sonho é simples, mas ainda soa inalcançável: ver, um dia, a água tratada e limpa jorrar da torneira de sua casa.
Tudo que queria era não precisar tomar um “banho de gato”, como ela mesma diz, com a leveza de quem tenta suavizar a dura realidade.
Isso porque ela e sua família são alguns dos milhares de rostos por trás das estatísticas de uma São Paulo sem saneamento básico.
- Esta é a primeira matéria da série de reportagem Votos Invisíveis, que dá voz aos eleitores paulistanos que vivem longe dos grandes centros e sem acesso a direitos básicos, como saneamento, educação de qualidade e transporte.
Do centro de São Paulo até a comunidade que Madalena mora, o percurso de carro leva cerca de três horas. Isso fora do horário de pico. E, para quem utiliza o transporte público, o tempo de viagem é ainda maior. Não há nenhuma linha direta para o local, o que exige “várias baldeações”, como definem os moradores da comunidade.
“Esse lugar aqui é esquecido”, lamenta Madalena, que para lidar com a escassez de água, depende de um poço em casa, que frequentemente seca por causa dos períodos de estiagem. Nessas ocasiões, a paulistana precisa recorrer à solidariedade de vizinhos para obter água. “A gente pega do vizinho, que libera para nós. A gente coloca uma bomba e abastece a nossa casa”, relata.
No bairro Jardim Represa, com a ausência de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário — previstos na legislação brasileira como direitos básicos –, a responsabilidade da instalação de poços artesianos e fossas ficam a cargo dos moradores. Mas, infelizmente, a maioria deles não tem condições financeiras para arcar com esses custos. E muitos acabam recorrendo a soluções improvisadas com mangueiras, garrafas e/ou baldes para abastecer suas residências a partir dos limitados recursos de uma mina próxima ou até a partir da solidariedade de vizinhos.
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A família de Madalena, por exemplo, é uma das que consome água da mina, que, às vezes, sofre com períodos de seca, o que agrava ainda mais a situação. “Quando não está seca, minha filha passa na mina para encher uns galões, só para beber”, explica.
O consumo de água para outras atividades, como banhos e tarefas domésticas, é extremamente limitado. “É banho de gato, tem que ser bem rapidinho”, diz a moradora, ao relatar que até mesmo sua neta, de 8 anos de idade, já sabe que deve economizar.
A vida no Jardim Represa é um reflexo da ausência de ações políticas que visem melhorar a infraestrutura do bairro. Madalena afirma que, em mais de 20 anos que mora na comunidade, nenhum político visitou a região fora do período eleitoral para oferecer soluções.
“Nada, nada, nada. E a água encanada ia melhorar muito para nós, além de que o esgoto aqui é quase tudo a céu aberto.”
O local é esquecido apenas quando se trata de melhorias para a população. Mas, durante as eleições municipais, a presença de políticos, mesmo que em imagens, é bem forte.
Ao longo do percurso feito pelo Terra no bairro, cartazes com os rostos de candidatos à Prefeitura de São Paulo e a vereador tomavam conta das ruas, bem próximos a córregos a céu aberto, exemplos do descaso dos órgãos públicos com a comunidade da Zona Sul de São Paulo.
Desafios para ter água
Na mina onde Madalena busca a água para suprir suas necessidades básicas, localizada a aproximadamente 500 metros de sua casa, moradores –das mais variadas idades– aguardavam na fila para encher garrafas e galões.
Para alguns, a caminhada até lá leva cerca de 10 minutos, mas, para outros, o trajeto é bem mais longo. Embora o tempo de percurso pareça curto, o esforço é grande ao carregar o peso dos recipientes cheios de água.
quem aguente levá-los no ombro, alguns optam por fazer o transporte por meio de carros ou motos, mas o carrinho de mão é o equipamento mais utilizado por lá.
Enquanto enchia suas mais de 15 garrafas para garantir o consumo de água de sua família, José Clodoval Maximino Rodrigues, de 60 anos, que vive na comunidade há 25 anos, relatou ao Terra que reside em uma casa cercada pela vegetação, longe de outros imóveis.
“Aqui é uma água pura, água de Deus, sem cloro, sem nada, muito boa. Mas, para abastecer minha casa – isso porque eu trago muitos baldes no carro, eu venho duas vezes no mês; essa água eu uso para beber, para cozinhar, para tudo.”
Sobre como lida com os dejetos, José menciona a fossa séptica que contratou para instalar. “Pagando R$ 16 mil, senão o dejeto ia para o lençol freático”, explica, destacando que essa solução foi necessária devido à falta de infraestrutura na área.
Ele critica a ausência de apoio político, afirmando que os governantes deveriam cuidar melhor da questão da água e esgoto.
O que os políticos deveriam fazer é bancar isso aí. Infelizmente, eles não fazem nem o básico — José Clodoval Maximino Rodrigues
Realidade de muitos paulistanos
O Marco Legal do Saneamento Básico (Lei nº 14.026/2020) foi criado com o intuito de modernizar e expandir os serviços de saneamento básico no Brasil, assegurando que toda a população tenha acesso a água potável e tratamento de esgoto. A lei estabelece como meta a universalização desses serviços até 2033, com a previsão de que pelo menos 99% da população seja atendida com água potável e 90% tenha acesso à coleta e tratamento de esgoto.
Metas já cumpridas por São Paulo, que é uma das capitais com melhor índice de saneamento básico do País. Segundo o censo 2022, 99,51% dos moradores contam com abastecimento adequado de água, 95,62% com esgoto adequado, 99,9% com banheiro e 99,7% com coleta de lixo. E a ausência de saneamento básico –como a apontada no Jardim Represa– é um indicativo claro da desigualdade territorial e social na capital paulista.
Dados do Instituto Água e Saneamento (IAS) apontam que há ainda 80.913 habitantes sem acesso à água, enquanto o esgoto de 307.557 habitantes não é coletado. O lixo de 194.686 paulistanos não é recolhido, e outros 41.567 domicílios ainda estão sujeitos a inundações.
Os números, que já são bastante significativos, estão muito abaixo da realidade completa do município, conforme explica o engenheiro civil Luiz Fazio, criador da ONG Biosaneamento, que atua em projetos de saneamento básico em favelas e periferias. De acordo com ele, a análise dos indicadores sociais pode criar uma falsa impressão sobre a realidade da cidade.
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Os dados, geralmente, se baseiam na autodeclaração da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que considera apenas as áreas “atendíveis”, desconsiderando a situação crítica das favelas e comunidades irregulares, que não são incluídas nas estatísticas do Sistema Nacional de Informação do Saneamento (SNIS).
“As áreas de favelas e as áreas irregulares não entram no SNIS. Porque não é uma área atendida, é uma área que está em conflito, que não tem regularização fundiária, então vira uma área não atendível. Uma vez que é uma área não atendível, não é obrigado a entrar no número do SNIS, que é o autodeclarado. Ou seja, o problema de saneamento é muito maior do que se acha”, afirmou.
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Poço artesiano feito por moradora ajuda comunidade
Na mesma viela que mora Madalena, há algumas casas abaixo, reside Rosimeire Alves Fugueiteiro, de 63 anos, que vive há 30 anos no bairro, e, segundo seus vizinhos, já fez mais pela comunidade do que muitos políticos. Com o poço artesiano em sua residência, ela ajuda muitos moradores a terem acesso à água de qualidade.
Ao Terra, ela conta que quando chegou ao local, grávida de sua filha mais velha, ela enfrentava a dura realidade de não ter água em casa. “Eu estava grávida de três meses e tinha que ir na casa da minha comadre, do outro lado, com um barrigão, pegar água e lavar roupa porque eu não tinha água. Era muito difícil”, relembra.
Para armazenar a água que conseguia buscar em baldinhos, ela e a filha precisavam encher uma pequena caixa d’água, subindo uma escada e despejando os baldes lá de cima. A situação foi especialmente difícil durante os anos em que ela e sua família não tinham chuveiro.
Ficamos mais de 20 anos sem poder tomar banho de chuveiro, usávamos uma canequinha. E o frio era terrível — Rosimeire Alves Fugueiteiro
Após anos de dificuldades, Rosimeire e seu marido conseguiram pagar cerca de R$ 5 mil para cavar um poço artesiano em casa, o que transformou a vida deles e de muitos vizinhos. “Foi difícil, cavamos cinco poços até dar certo em um. Tinha muita pedra embaixo, mas, finalmente, conseguimos”, conta.
Com esse poço, Rosimeire passou a ajudar outros moradores da região que também sofrem com a falta d’água. “Hoje, minha vizinha vem aqui pegar água, e, às vezes, lava a roupa na minha casa. A situação é difícil, ela chega cansada, levando as roupas molhadas no carro.”
Além da falta d’água, o bairro onde Rosimeire vive também sofre com a ausência de coleta de esgoto adequada. “Aqui em casa, a gente tem fossa, meu marido mesmo cavou. Mas tem gente que não tem e acaba vivendo com esgoto a céu aberto, o que traz sujeira e doenças”, conta. Ela destaca ainda o abandono da região pelas autoridades. “Infelizmente, é o que acontece por aqui”, lamenta.
Vizinha de Rosimeire, Luciane Duarte bebia da água da casa da amiga ao contar que mora na comunidade há cinco anos e depende do poço artesiano da colega para ter acesso à água. Embora tenha um poço em sua própria casa, a água é imprópria para consumo e até para atividades diárias básicas, como demonstrou ao Terra.
A água que sai das torneiras é tão ferruginosa que o chuveiro e a parede do banheiro já estão manchados pela ferrugem. Devido à má qualidade, Luciane precisa até lavar o cabelo na casa de Rosimeire.
Minha água vem como se tivesse limo, tipo ferrugem. Quando você toma banho, a pele fica oleosa, como se fosse óleo. É horrível — Luciane Duarte
A dificuldade de lavar roupas é outro obstáculo que enfrenta. “Eu lavei uma roupa de cor que tinha um pedacinho branco e ficou amarelado por causa da água do poço”, conta. Para beber, Luciane também depende da água fornecida pela vizinha ou precisa ir até uma mina. Ela destaca que, ao contrário de outros bairros próximos, sua região é esquecida pelo poder público. “No bairro seguinte já tem água, e aqui não tem”, lamenta.
Luciane ainda destaca que a comunidade é responsável por fazer tudo por conta própria, desde o poço até a fossa para o esgoto. “Tudo aqui é o próprio pessoal que faz, nada do poder público”, afirma. A falta de infraestrutura adequada para o esgoto, com fossas e esgoto a céu aberto, gera um odor constante que invade sua casa, principalmente sua cozinha. “Sinto o cheiro forte na minha cozinha”, diz, mostrando as dezenas de mosquitos que proliferam por conta da situação.
Apesar de todas as dificuldades, Luciane mantém esperança de que um dia a infraestrutura mínima possa chegar. “Espero que um dia isso chegue, mas será que eu vou estar aqui para ver?”, questiona, ao relembrar os anos de abandono e descaso.
Impacto na vida das crianças
A rua e a vala de esgoto separam o pequeno Pedro, de 5 anos, das oportunidades de brincar ao ar livre, como jogar bola, pular amarelinha e socializar com outras crianças do bairro. Josiane Silva Salles, de 35 anos e moradora da comunidade há 33 anos, revela que nunca pôde permitir que seu filho brincasse na rua por causa do esgoto a céu aberto que passa em frente à sua casa. Isso porque ela se preocupa com o risco à saúde de seu filho e a possibilidade de contaminação por leptospirose, com a presença de ratos na área.
“Na minha casa, tenho uma fossa séptica, mas a água do chuveiro e da pia escoa diretamente para o corredor. Isso atrai roedores, e meu filho nem pode brincar aqui fora, pois é perigoso”, relata Josiane.
Além disso, ela depende da água de um poço comum, que é insuficiente nos períodos de seca. “Quando não chove, ficamos sem água. Preciso pedir ajuda à minha vizinha [Rosimeire], que tem um poço semiartesiano. Só assim consigo lavar roupa ou preparar alimentos”, afirma ela, que menciona a frustração de não ter o básico para garantir a higiene de sua família.
“Já tive que lavar verduras na casa da minha mãe porque não tinha água suficiente aqui. É algo absurdo, ter que pedir para lavar alface”, desabafa. A escassez de água impacta até nas tarefas mais básicas, como dar banho na cachorra, algo que ela agora só consegue fazer em um pet shop. Lavar roupa também se tornou um desafio, pois, mesmo tendo comprado uma lavadora, precisa levá-la para a casa de outra pessoa para conseguir utilizá-la.
A moradora também expressou sua indignação com a ausência de ações políticas na comunidade. “Todo ano é a mesma coisa, e está cada vez pior. Já mandei e-mails para políticos, mas nunca obtive resposta”, afirmou. Josiane acredita que melhorias no saneamento básico trariam uma enorme mudança em sua qualidade de vida, especialmente para seu filho.
Saneamento é uma necessidade básica e a gente não tem — Josiane
Efeitos físico e emocional
O criador da ONG Biosaneamento, Luiz Fazio, destaca que a falta de saneamento básico impacta diretamente a saúde e a qualidade de vida das crianças em comunidades vulneráveis. “Quando você fala em médico que atende crianças nessas condições, é vermífugo o tempo todo”, explica.
A consequência dessa realidade vai muito além das infecções, afetando também a autoestima e a capacidade de desenvolvimento dessas crianças. “A criança falta na escola, as pessoas faltam no trabalho. Tem estudo que mostra mães que não podem trabalhar porque estão cuidando dos filhos doentes”, completa, destacando como o problema afeta toda a dinâmica familiar.
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Além do impacto físico, o emocional também sofre. Viver em um ambiente que cheira mal e está repleto de esgoto gera um efeito sobre a saúde mental. “É um problema muito complexo de se resolver, não é algo que a pessoa pode resolver sozinha, isso sobrecarrega”.
Segundo ele, essa realidade é ainda mais cruel para as crianças, que estão constantemente expostas ao esgoto. “Elas passam todo o desenvolvimento com infecções sucessivas, o que prejudica o sistema imunológico e impede que atinjam seu potencial”, explica. A solução para esse problema da falta de saneamento nessas comunidades envolve vontade política e articulação entre diversos setores, conforme destacou o engenheiro civil.
Ele ressaltou que, na região de Parelheiros, a ONG está desenvolvendo um projeto de acesso à água com a comunidade Guarani, que focará em melhorias em um poço existente. Em uma ação semelhante com a mesma etnia no Jaraguá, a ONG implementou biodigestores, que são responsáveis pela produção de gás, além de vermifiltros, que funcionam como caixas d’água onde minhocas californianas –as mesmas utilizadas em composteiras domésticas–, para tratar o esgoto. “Não resolve tudo, mas ajuda em parte”, afirmou.
O que diz a prefeitura
Ao Terra,Fernando Chucre, secretário executivo de Planejamento e Entregas Prioritárias do município de São Paulo, afirmou que, embora a responsabilidade pela implementação do saneamento seja do governo estadual, o município tem uma gestão mais ativa, especialmente após o novo contrato com a Sabesp.
Segundo Chucre, o plano municipal de saneamento está em andamento há alguns meses e prevê um mapeamento detalhado das áreas que não possuem abastecimento de água e rede de esgoto. “Mananciais são uma prioridade absoluta, tanto pela redução de custos de tratamento quanto pela melhoria da qualidade das águas que abastecem a região metropolitana”, afirmou ele.
Ele também mencionou que a prefeitura fará a implantação de redes de água e esgoto em áreas de reurbanização, com ressarcimento posterior pela Sabesp. Além disso, afirmou que o novo contrato prevê um aumento de 50% nos investimentos anuais, com o objetivo de permitir maior velocidade na cobertura de todas as áreas, inclusive núcleos irregulares, até 2029. “Até 2029, todos os núcleos receberão redes de água e esgoto tratadas”, disse Chucre.
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Gustavo Rabello, coordenador de Segurança Hídrica do município, destacou que, com o novo marco regulatório e a regionalização dos serviços, a prioridade é compatibilizar os investimentos da prefeitura e da Sabesp, de modo a evitar desperdícios de recursos e retrabalhos.
“Não faz sentido a prefeitura executar obras de pavimentação e drenagem para depois a Sabesp quebrar tudo para instalar redes de esgoto. Estamos mapeando essas oportunidades para otimizar os investimentos”, explicou ele, que assim como Chucre, sinalizou que o Jardim Represa deve ser incluído no próximo plano de saneamento da cidade.
Já o Governo do Estado de São Paulo afirmou que os imóveis no Jardim Represa e Nova América não são atendidos pela Companhia de Saneamento Básico, pois são áreas informais inseridas em Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia Hidrográfica Billings, que dependem de processo de regularização fundiária pelo município.
“A Sabesp está em conjunto com o município de São Paulo atualizando o planejamento para atendimento das áreas informais, com objetivo de atender os requisitos solicitados no novo contrato de concessão. A Sabesp esclarece que está comprometida com a universalização do saneamento básico com o objetivo de atender e melhorar a qualidade de vida de toda a população”, apontou em nota.
O que os candidatos ao cargo de prefeito propõem ao problema
A reportagem também entrou em contato com seis candidatos à Prefeitura de São Paulo –Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB)– para entender suas propostas sobre saneamento básico na cidade. Apenas a assessoria de Marçal não enviou as informações solicitadas.
O espaço permanece aberto para comentários.
Veja as propostas dos candidatos que responderam:
- Guilherme Boulos (PSOL)
Boulos propõe implementar a coleta seletiva aliada a programas de educação, comunicação e mobilização social, incentivando cooperativas de catadores e criando unidades de triagem em todos os 96 distritos.
Ele também quer aumentar a capacidade de compostagem de resíduos orgânicos, beneficiando a agricultura familiar e as hortas urbanas.
- José Luiz Datena (PSDB)
Datena vê a renovação do contrato de concessão com a Sabesp como uma oportunidade única para universalizar os serviços de água e esgoto, conforme o marco legal do saneamento.
Ele promete que irá usar a autoridade da prefeitura para exigir que a empresa cumpra essa meta, assegurando que as tarifas de água e esgoto não aumentem.
Além disso, afirma que planeja implementar um plano de macrodrenagem e combate a enchentes, adaptado às novas condições climáticas.
- Marina Helena (Novo)
Marina Helena afirma ser defensora do Novo Marco do Saneamento e da privatização da Sabesp. Segundo ela, a nova legislação e a participação da iniciativa privada podem atrair investimentos, utilizando “blue bonds”, que financiam projetos que preservam recursos hídricos.
- Ricardo Nunes (MDB)
O atual prefeito Ricardo Nunes declarou que o novo contrato com a Sabesp prevê um aumento de R$ 21,7 bilhões em investimentos em saneamento até 2040, totalizando R$ 84,1 bilhões até 2060.
Esses investimentos incluem a universalização do acesso à água e esgoto até 2029, além de programas de despoluição e monitoramento da qualidade da água, como o Programa Córrego Limpo.
Ele também mencionou o Programa Mananciais –que foca nas áreas das represas Guarapiranga e Billings–, bem como a permanência do Fundo Municipal de Saneamento e Infraestrutura (FMSAI).
- Tabata Amaral (PSB)
Tabata Amaral planeja fortalecer a estrutura do Comitê Gestor do Saneamento de São Paulo, responsável por articular ações necessárias e monitorar o andamento das metas com a Sabesp.
A candidata também quer retomar o Programa Se Liga na Rede, que conecta residências de baixa renda à rede de esgoto e garante a instalação de equipamentos sanitários adequados.
Além disso, pretende implementar um programa de urbanização das favelas, utilizando recursos subutilizados da Prefeitura, como o Fundurb e o FMSAI.
Fonte: Redação Terra