A inflamação da coluna vertebral e suas consequências serão discutidas em evento sobre doenças do trato gastrointestinal
O reumatologista Alexandre Ibrahim Uehbe é um dos convidados especiais do Simpósio Interdisciplinar em Doenças Inflamatórias Intestinais. Foto: Robson Faria

A inflamação da coluna vertebral e suas consequências serão discutidas em evento sobre doenças do trato gastrointestinal

23 de julho de 2024 Off Por Marco Murilo Oliveira
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As espondiloartropatias, um conjunto de diversas doenças que acometem a coluna vertebral (espôndilo), serão tema de abertura e de uma mesa redonda do Simpósio Interdisciplinar em Doenças Inflamatórias Intestinais (SIDII), nesta sexta-feira, 26 de julho, no Hotel Wyndham Salvador Hangar Aeroporto. Para o reumatologista e imunoterapeuta Alexandre Ibrahim Uehbe, diretor da Novaclin, que abordará o assunto no evento, trata-se de uma condição presente em 1,1% da população mundial. Durante o simpósio, o especialista vai falar sobre como reconhecer as manifestações clínicas e radiológicas das espondiloartropatias que podem vir, muitas vezes, em associação com as doenças inflamatórias autoimunes do intestino.

As espondiloartropatias (também chamada de espondiloartrite ou espondilopatia) compõem um termo usado para descrever um grupo de doenças que causam inflamação articular na coluna vertebral, nos seus ligamentos e outras articulações periféricas (principalmente membros inferiores).

Segundo Alexandre Ibrahim, elas são caracterizadas geralmente por dor lombar e rigidez pela manhã, que pioram no repouso e melhoram com os movimentos. “Essas doenças comprometem também bacia, quadril, joelhos, Tendão de Aquiles e calcanhar; e até mesmo ombros e cotovelos em alguns casos”, detalha o reumatologista.

A Ciência diz que as espondiloartropatias são doenças inflamatórias autoimunes que, além de comprometerem o funcionamento articular do esqueleto, podem se manifestar em mucosas, na pele, nos olhos e no trato gastrintestinal, vindo daí o convite para falar sobre o assunto no evento.

“Apesar da espondiloartrite não ter cura, as modalidades de tratamento têm avançado bastante nos últimos anos graças às inovações tecnológicas e no desenvolvimento de novos medicamentos, partindo inicialmente do objetivo de aliviar a dor e reduzir a inflamação, com o uso de produtos farmacológicos de uso tópico e oral, medicações injetáveis, e imunobiológicos, até fazer a doença “adormecer” ou “inativar”, explica o reumatologista. Para Alexandre Ibrahim, a terapêutica interdisciplinar também deve focar na reabilitação e proporcionar o retorno do paciente a uma vida mais próxima da normal, sempre com um controle médico próximo e com o paciente engajado para que haja um resultado satisfatório.

Segundo o reumatologista, algumas ações paralelas complementam o tratamento, como a atividade física supervisionada, o controle postural, a orientação de evitar esforços excessivos, a conscientização sobre manter o peso adequado e a prática da fisioterapia, visando preservar a função das articulações, a fim de se evitar ou minimizar sequelas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O médico também sinaliza que, em casos de falta de resposta ao tratamento e em situações mais graves, procedimentos minimamente invasivos podem vir a ser realizados.

Para detectar a doença são necessários uma boa avaliação clínica, exames laboratoriais sanguíneos que avaliam a atividade inflamatória e a presença de marcadores genéticos, além de investigação por imagem. Em quadros mais sistêmicos, a espondiloartrite pode vir acompanhada de manifestações extra-articulares, como inflamações intestinais ou colite, fadiga, anemia, bem como, inflamação ocular (chamada uveíte) e doenças autoimunes de pele como a psoríase.

LUME Comunicação Integrada


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