Aplicativo melhora a inclusão de pessoas com autismo
23 de julho de 2024Estudante de Joinville participa de hackathon e mostra como a tecnologia pode ajudar na comunicação entre crianças, pais e cuidadores
O Brasil tem mais de 1,2 mil empresas de tecnologia focadas em saúde e até novembro do ano passado, o volume de investimentos no setor ultrapassava US$ 131 milhões. Os dados da plataforma Distrito mostram que as healthtechs brasileiras seguem o ritmo de crescimento do mercado global de saúde digital.
De olho nessa tendência, a Escola Técnica Tupy – instituição do ecossistema UniSociesc – incentiva seus estudantes a participarem de eventos da área, como o 1º Hackathon do Autismo realizado recentemente em Joinville. A competição reuniu jovens catarinenses dispostos a inovarem e desenvolveram soluções em prol da saúde e do bem-estar de familiares, amigos e cuidadores de pessoas autistas.
O programador Thiago Gervasi Eggert, estudante do curso técnico em Informática da ETT, foi um deles. O AutisTale, projeto desenvolvido por sua equipe, ficou em segundo lugar entre 11 grupos participantes. “Com certeza a tecnologia é uma imensa aliada da saúde”, diz o jovem.
Ferramenta de inclusão e compreensão
O AutisTale é um aplicativo que facilita a compreensão de comportamentos não verbais. O objetivo é melhorar a comunicação e a qualidade de vida de pessoas autistas e de quem convive com elas.
“Nossa plataforma atua como facilitadora do acesso ao conhecimento, disponibilizando de forma fácil e gratuita para a comunidade (principalmente pais e cuidadores) diversas instruções e estratégias para o entendimento dos comportamentos não verbais das pessoas autistas”, explica Thiago.
As informações usadas no app, continua o programador, são obtidas junto a profissionais e clínicas especializadas. “Através de uma interface intuitiva e recursos informativos, o aplicativo se transforma em uma ferramenta indispensável de compreensão e inclusão.”
O estudante lembra que grande parte da comunicação humana não é verbal e em pessoas com transtorno do espectro autista isso é bem mais acentuado. “Você já imaginou não entender seu próprio filho? Foi a partir dessa reflexão que criamos o app.”
Saúde na palma da mão
A tecnologia vem transformando a forma como as pessoas se relacionam, trabalham, estudam, namoram e cuidam da saúde. Os aplicativos de saúde ganharam ainda mais relevância durante a pandemia e a fase de isolamento social, o que gerou um boom no mercado de healthtechs.
Segundo estimativas de mercado, entre 2022 e 2030 a taxa de crescimento anual desse segmento deve ficar em 18,8%. Entre os países da América Latina, o Brasil soma 61,7% de todas as startups do setor de saúde. Por aqui, as healthtechs estão entre as três verticais de startups que mais cresceram nos últimos anos.
Graziela Lindner