AquaRio anuncia nascimento inédito de filhotes de tubarões galhas-brancas-de-recife, ameaçados de extinção
8 de agosto de 2022Esta é a primeira vez que a espécie se reproduz em aquários no Brasil e faz parte do projeto de conservação e pesquisa científica do atrativo
Trazidos diretamente da Indonésia para o AquaRio em 2016, os tubarões da espécie galha-branca-de-recife(Triaenodon obesus) tiveram seus primeiros filhotes! As crias são um macho e uma fêmea, nascidos em 07 de março e 07 de maio, e reforçam o propósito de conservação e pesquisa científica do equipamento, indicando o sucesso no trabalho de cuidado e bem-estar dos animais que o atrativo vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos.
Os pequenos galhas-brancas-de-refice são os primeiros da espécie a nascerem em aquários no Brasil. Esse tipo de tubarão é mais comum na região Indo-Pacífico e está classificado como uma espécie vulnerável pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Ou seja, há um risco elevado de extinção na natureza em um futuro bem próximo, tornando ainda mais importante os projetos de conservação.
“O nascimento desta espécie de tubarão fortalece ainda mais nosso propósito de conservação e pesquisa científica. Ao reproduzir tubarões galhas-branca-de-recife, estamos gerando dados que são importantes para compreendermos mais sobre esta espécie e, assi, podermos atuar em sua conservação”, explica Rafael Franco, biólogo marinho e responsável técnico do Aquário Marinho do Rio.
Com apenas dois e quatro meses de vida, o casal de filhotes de tubarão têm cerca de 50cm e pesam aproximadamente 900g. Esse tipo de animal pode atingir até 2 metros e pesar cerca de 20kg. Na natureza, a espécie vive em recifes de corais, caça em bando entre as fendas tocas, costuma passar o dia descansando em grutas e zonas de sombra. Por terem hábitos noturnos, durante a noite são ativos e verdadeiros predadores. No entanto, para as pessoas, são considerados não agressivos e geralmente não se sentem ameaçados pela presença humana.
Os pequenos ainda não habitam o tanque oceânico do AquaRio, pois precisam adquirir maturidade suficiente para conseguirem cuidarem de si sozinhas e não serem predadas por outros animais que vivem no recinto. Durante esse período, estão sob cuidados veterinários, que analisam a evolução diária de cada uma, até que estejam aptas a morar com os demais animais oceânicos do parque. Ainda não há uma previsão de quando o público poderá ver os novos filhotes do AquaRio, já que, até o momento, não há qualquer tipo de literatura científica com a informação sobre peso e tamanho suficientes para estarem em um tanque com outras espécies de peixes.
Um bem-sucedido programa de reprodução de espécies marinhas
Referência em programas de conservação da biodiversidade marinha, o AquaRio mantém seu próprio Centro de Pesquisa Científica, com mais de 20 estudos, em parceria com as principais universidades do país (UFRJ, UERJ, UFF, USU e UCB). O equipamento é o único da América do Sul a figurar seleta lista da Associação de Zoológicos e Aquários (AZA) com aquários que mais tem compromisso com a pesquisa e o bem-estar dos animais.
Dentre as pesquisas na área reprodutiva, destaca-se a de conservação das raias-borboletas (Gymnura altavela), nativas do litoral brasileiro e ameaçadas de extinção. A atração carioca foi a primeira e é a única instituição no mundo realizar a reprodução desta espécie de peixe.
Há também estudos envolvendo a biologia reprodutiva de tubarões ameaçados de extinção, cavalos-marinhos e outras espécies.
Approach Com,.