Burnout: ascensão da Síndrome e a necessidade de diagnósticos precisos
22 de julho de 2024A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, tem ganhado destaque nas discussões sobre saúde mental no ambiente de trabalho. O aumento significativo de casos tem preocupado tanto empregadores quanto profissionais de saúde.
No entanto, a complexidade do diagnóstico e a confusão com outras doenças mentais têm dificultado a identificação e o tratamento adequado, como ressalta o Dr. Vicente Beraldi, médico especialista em medicina do trabalho.
Dr. Vicente Beraldi destaca que “a questão do Burnout é muito mais complexa do que as pessoas pensam. Há uma grande confusão sobre o que realmente é essa síndrome e o que são outras doenças relacionadas à saúde mental. Muitas vezes, problemas pessoais são trazidos para o ambiente de trabalho, mas não necessariamente se configuram como Burnout.”
A síndrome de Burnout é caracterizada por sintomas como cansaço excessivo, dor de cabeça, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos negativos e físicos, como pressão alta, dores musculares e problemas gastrointestinais. Para as empresas, o impacto é significativo, resultando em exaustão de energia, distanciamento mental ou negativismo relacionado ao trabalho e redução da eficácia profissional.
Diagnóstico e confusões
“A falta de um diagnóstico claro e o tratamento inadequado podem prejudicar tanto a empresa quanto o colaborador. É essencial diferenciar Burnout de outras condições como ansiedade e depressão para que o tratamento seja eficaz”, explica Beraldi. “O acompanhamento por profissionais especializados, como psiquiatras e médicos do trabalho, é crucial para um diagnóstico preciso.”
O Ministério da Saúde recentemente atualizou a lista de doenças relacionadas ao trabalho, incluindo o Burnout. Essa inclusão traz importantes mudanças, como o direito ao auxílio-doença acidentário e aposentadoria por invalidez para aqueles que comprovadamente desenvolvem a síndrome. A nova postura destaca a necessidade de reconhecimento dos fatores psicossociais ligados à gestão organizacional e às condições do ambiente corporativo.
Diversos fatores no ambiente de trabalho podem contribuir para o desenvolvimento do Burnout:
1. Metas acirradas e prazos apertados: Transformam o ambiente de trabalho em um campo hostil.
2. Diversidade geracional e cultural: Gera choques sociais e culturais dentro das empresas.
3. Conciliação do bem-estar com expectativas financeiras: O desafio de alcançar o bem-estar dos colaboradores enquanto se mantém o alinhamento com expectativas financeiras.
Dr. Vicente Beraldi enfatiza a necessidade de criar ambientes mais justos e colaborativos: “A prevenção é crucial para manter a saúde mental e a qualidade de vida dos colaboradores, contribuindo para ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos.”
Para prevenir o Burnout, Beraldi recomenda:
1. Estabelecimento de objetivos: Definir pequenos objetivos na vida profissional e pessoal.
2. Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: Participar de atividades de lazer.
3. Atividades físicas regulares: Praticar exercícios regularmente.
4. Cuidados com a saúde mental: Evitar substâncias nocivas, não se automedicar e garantir uma boa qualidade de sono.
Assessoria de Imprensa da Moema Medicina do Trabalho