Canaviais irrigados por gotejamento, um novo conceito de sustentabilidade
19 de julho de 2022Por Daniel Pedroso, especialista agronômico da Netafim Brasil
Realizada na cidade de Glasgow, na Escócia entre os dias 1 e 12 de novembro de 2021 a COP 21 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) tratou de assuntos voltados a conter o aquecimento global visando reduzir, principalmente pelos países membros, a emissão de GEE (gases de efeito estufa). Nessa reunião, o Brasil se comprometeu a reduzir em 50% a emissão de gás carbônico, um dos principais vilões. Segundo as novas estimativas do SEEG, o Brasil liberou 2,16 bilhões de toneladas de gás carbônico em 2020.
Para isso, várias políticas ambientais estão sendo tomadas, sendo que dentre essas, está a política de combustíveis e a adoção crescente do etanol em nossa frota veicular, baseando-se que foi comprovada que esse tipo de combustível pode diminuir em até 90% a emissão de carbono, quando comparado a gasolina. Buscando incentivar a produção e adoção desse combustível, foi criado o Renovabio, que pode ser entendido como uma política que reconhece o papel estratégico de todos os biocombustíveis na matriz energética brasileira no que se refere à sua contribuição para a mitigação de emissões dos gases causadores do efeito estufa. Com isso, os biocombustíveis viabilizam uma oferta de energia cada vez mais sustentável, competitiva e segura.
Como principais tópicos para a redução na emissão de GEE, o Renovabio concentra suas atenções no aumento na produção de etanol (o qual ocupa 19% da matriz energética nacional), redução no consumo de diesel e a redução no consumo de fertilizantes, principalmente a base de nitrato.
Com isso em pauta, a irrigação, principalmente a irrigação por gotejamento pode influenciar na balança de maneira positiva.
Por exemplo, já é de conhecimento que com o uso da irrigação localizada a produtividade pode aumentar em torno de 50-80% da produtividade histórica da área. Fazendo alguns cálculos: considerando que uma área qualquer produz 100 ton/ha e que em média 1 ton de cana de açúcar produz 80 litros de etanol, chegamos a produção de 8.000 litros de etanol/ha. Caso opte em utilizar a irrigação por gotejamento e considerando um aumento mínimo de 50% na produtividade, teremos: 150 ton/ha x 80 litros de etanol, seria igual a 12.000 litros de etanol/ha ou seja 50% a mais de etanol, com potencial de redução de 90% de carbono para atmosfera.
Com esse mesmo raciocínio, estudos mostram que com o uso do gotejamento, com a possibilidade em se realizar os tratos culturais via sistema (fertirrigação e proteção de cultivos), pode-se reduzir no mínimo em 13% o uso de diesel.
Além disso, com base no conceito em verticalização da produção, há uma redução no custo de produção de cana de açúcar, ou seja, o custo de Reais investidos para se produzir uma tonelada de cana de açúcar é menor, como observado na tabela abaixo.
Com esses dados, podemos concluir que o uso da irrigação por gotejamento, através da maior produção de etanol, redução no consumo de diesel e redução do uso de fertilizantes por tonelada de cana de açúcar produzida é uma excelente ferramenta para chegar a meta estipulada pelo governo e não porque dizer em ter um canavial mais sustentável
Sobre a Netafim
Fundada em um pequeno kibbutz em Israel há mais de 50 anos, a Netafim é pioneira e líder mundial em soluções para irrigação. Com atuação em mais de 110 países, chegou ao Brasil na década de 1990, com um portfólio completo de produtos e soluções inovadoras de irrigação por gotejamento, que visam contribuir com o eficiente uso da água, aumentando a produtividade na agricultura e trazendo mais tranquilidade ao produtor rural
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