Câncer de intestino: após o tratamento, vida normal?
20 de março de 2023No calendário de saúde, o mês de março recebe o laço azul marinho e é dedicado à prevenção do câncer colorretal – ou de intestino. Nos últimos meses, a doença vem sendo muito comentada em razão de acometer pessoas famosas, como o Rei Pelé e, mais recentemente, o cartunista Paulo Caruso. No bate papo a seguir, o cirurgião oncológico Gilmar Ferreira do Espírito Santo, da Oncomed-MT, fala sobre o tratamento e a vida após a doença.
Existem tipos diferentes de câncer de intestino? Quando utilizamos o termo “câncer do intestino”, geralmente estamos nos referindo ao câncer colorretal, ou seja do intestino grosso e o reto. Os cânceres do intestino delgado ou fino são muito raros. Todo paciente diagnosticado com câncer de intestino precisa passar por cirurgia? A cirurgia ainda é parte fundamental do tratamento do câncer colorretal, sendo empregada na maioria dos pacientes. Porém, há casos muito iniciais que podem ser tratados através de ressecções colonoscópicas e outros em reto nos quais o tratamento definitivo pode ser alcançado com rádio e quimioterapia ou imunoterapia. Existem tipos diferentes de cirurgia para tratamento do câncer de intestino? Sim. O seguimento colorretal é dividido simplificadamente em quatro partes: cólon direito ou ascendente, cólon transverso, cólon esquerdo ou descendente e o reto. A cirurgia dependerá da localização do tumor. O que define quem precisa e quem não precisa da bolsa de colostomia? O estágio do tumor e a sua localização são determinantes. Nos casos de cirurgia de urgência por obstrução do cólon por tumores avançados, daí a importância do diagnóstico precoce e, nos tumores de reto mais distais, próximos ao ânus, pode ser necessário a colostomia. Nos outros casos que são a maioria, geralmente a colostomia (“bolsa”) é desnecessária. |
A utilização da bolsa de colostomia mudou com o passar dos anos? Sim. Houve uma evolução muito grande no conhecimento da evolução natural da doença, nas técnicas cirúrgicas e no tratamento como um todo. Isso permite que com segurança e evidência científica, evitemos a colostomia na maioria dos casos. No tratamento do câncer colorretal, o que vem primeiro: cirurgia ou quimioterapia? Isso também depende do estágio em que o tumor é diagnosticado e da sua localização. Nos tumores do cólon em estágios avançados, quando a doença já se disseminou para outros órgãos, a quimioterapia deve ser empregada inicialmente. Nos outros tumores do cólon, que ainda se encontram localizados, a cirurgia permanece como tratamento inicial. Nos tumores localizados nas porções mediais e distais do reto, a quimioterapia e a radioterapia em conjunto, também devem ser aplicadas antes da cirurgia. A radioterapia também pode ser utilizada no tratamento desta doença? Sim, mas somente nos tumores do reto. Nos tumores localizados no cólon, tratamento é a cirurgia aplicada de forma isolada nos casos mais iniciais ou associada com a quimioterapia. Passado o tratamento, o que muda na vida da pessoa que teve câncer colorretal? Uma vez finalizado o tratamento, espera-se uma vida normal. Mesmo aqueles que ficam com colostomia definitiva podem ter uma vida normal. Alimentando-se sem restrições, praticando atividades físicas e um convívio social como qualquer outra pessoa. A única exigência é que façam retornos periódicos com seu médico e realizem os exames solicitados. Quais são os índices de cura deste tipo de câncer? Essa resposta também depende da fase em que a doença é diagnosticada. Nos estágios iniciais a cura pode ser de até 100%, porém, considerando-se todos os estágios a taxa de cura gira em torno de 60-65%. Vale a pena ressaltar que mesmo pacientes com doença avançada, em casos selecionados, podem ainda ser curados com tratamento adequado. Sobre a Oncomed-MT – Situada em Cuiabá (MT), a clínica especializada no tratamento multidisciplinar do câncer iniciou suas atividades em 1996. Hoje conta com sede ampla, de fácil acesso e fortemente estruturada, dispondo de consultórios, ala de quimioterapia com farmácia unidade de radioterapia. O corpo clínico é formado por oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos, radio-oncologistas, hematologistas, mastologistas, urologistas e profissionais especializados em cuidados paliativos. Saiba mais em www.oncomedmt.com.br. |
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