China suspende crédito de US$ 6,5 bilhões com a Argentina

O empréstimo foi congelado até que novo presidente argentino esclareça também sua posição sobre Taiwan

O governo chinês anunciou que vai suspender o financiamento de US$ 6,5 bilhões (R$ 31,6 bilhões) provenientes de uma linha de swap cambial para a Argentina. Esse montante fazia parte de um acordo entre o ex-presidente argentino Alberto Fernández e o presidente chinês, Xi Jinping.

A notícia, divulgada pela agência norte-americana REDD Intelligence nesta terça-feira (19/12) e baseada em fontes do governo argentino, coincide com a posse do presidente Javier Milei, que expressou anteriormente sua intenção de romper laços com a “ditadura comunista” da China.

Segundo veículos de imprensa argentinos, o acordo permanecerá suspenso até que o governo argentino inicie negociações produtivas com a China. Recentemente, Milei mudou sua postura, enviando uma carta a Xi solicitando a renovação do swap cambial com Pequim.

Além disso, a China espera que a Argentina esclareça sua posição sobre Taiwan, conforme relatado pela mídia argentina.

Essa decisão teve repercussões diplomáticas: o embaixador chinês em Buenos Aires, Wang Wei, foi convocado por seu governo e retornará a Pequim para apresentar um relatório sobre a projeção da relação com o presidente Milei, bem como sobre os futuros laços econômicos e políticos entre a Argentina e a China.

De acordo com a mídia local argentina, Wang viajará nesta quarta-feira (20/12), com um possível retorno agendado para janeiro. A representação do governo argentino em Pequim é liderada por Valeria Varone, que ocupa o cargo de secretária.

Milei ainda não designou um embaixador para Pequim. A demora nas nomeações diplomáticas causou desconforto na China, somando-se a uma série de declarações públicas ofensivas ao governo chinês feitas pela chanceler Mondino.

Marco Murilo Oliveira