CIRURGIA DE LIPEDEMA: QUANDO DEVE SER CONSIDERADA?

• Estudo recente realizado nos EUA comprova a efetividade da cirurgia de lipedema: 84% das mulheres ouvidas relatam melhora na qualidade de vida e 96% delas notam melhora na mobilidade;
• Por mais de 30 anos, a carioca Tamiris de Sá, que lutou pelo diagnóstico de lipedema, ouviu dos médicos que o que ela tinha era obesidade;
• Após perder 69 kg e chegar nos 143 kg (contra os 212 kg antes do início do tratamento clínico), a carioca com grau 4 da doença fará a sua primeira cirurgia em São Paulo, no Hospital Nove de Julho;
• Esta é a primeira cirurgia de lipedema a ser viabilizada gratuitamente no país por meio de ações sociais que contam com ajuda de uma ONG e da iniciativa privada;

São Paulo, 21 de setembro do ano 2023 – A recomendação do Instituto Lipedema Brasil, primeiro centro de referência na doença crônica que atinge cerca de 10 milhões de mulheres no país, é que a mulher com lipedema, nos graus leves a moderados para a melhora dos sintomas, deve investir em tratamento clínico multidisciplinar com nutricionistas (para ajudar na alimentação anti-inflamatória), endocrinologistas (para ajudar na questão hormonal), vasculares (para cuidar de outros possíveis acúmulos e inchaços, vasos e veias etc) e fisioterapeutas (para ajudar na locomoção). E, a única forma de retirar as células de gorduras doentes (causa do lipedema) é com tratamento cirúrgico por meio da lipoaspiração. Mas, quando se deve considerar a cirurgia? Somente nos graus mais avançados?

Não. Quando as dores, mesmo com exercícios direcionados, a sensação de peso e a textura da pele, que lembram celulite (mas não são), mesmo com dietas adequadas não deixam de incomodar ou quando a mobilidade melhora e mesmo assim continua comprometida, o tratamento cirúrgico pode ser recomendado, sim.

E nos graus mais avançados, também. Quando a depressão ataca, quando não é possível sair da cama. Quando não dá para ficar de pé por muito tempo etc. Este foi o caso da carioca Tamiris de Sá, de 35 anos, que possui grau 4 de lipedema. “Sempre fui gordinha, de pernas grossas, quadril largo e bumbum grande, mas nunca imaginei que fosse uma doença e que se chamava lipedema”, conta.

“Tive depressão, me escondi de tudo e de todos, por vergonha do meu corpo. Não conseguia ficar de pé por longos períodos, não conseguia andar, comecei a ter feridas nos quadris e minha saúde mental piorou”, revela. Somente anos depois, Tamiris teve a depressão curada. Perdeu 11 kg e tomou gosto pelos exercícios físicos. Atualmente, vai para a academia cinco dias por semana. No entanto, em pleno 2023, seu corpo com lipedema em grau avançado (já que a doença não tem cura) ainda dá sinais de pouca mobilidade, dores e hematomas. Cirurgia neste caso? Sim! divulgação/ redes sociais @tamiris.desa

Rede de apoio e acolhimento – Através dos canais da ONG Movimento Lipedema (@ongmovimentolipedema), uma das poucas associações que abordam o tema do ponto de vista social, Tamiris encontrou uma rede de apoio onde passou a compartilhar sua história e pôde ser acolhida por outras mulheres com a doença. Para a diretora-presidente da ONG, Gabriela Pereira, esta é uma oportunidade única de garantir um tratamento completo a uma mulher que sofre há tantos anos, física e psicologicamente, com o lipedema. “Educamos a paciente para que ela saiba viver bem com essa patologia, pois lipedema não tem cura e progride sem o tratamento direcionado. Tamiris é nossa primeira paciente com tratamento global, clínico e cirúrgico. Estamos muito felizes com este primeiro sonho sendo realizado em parceria com os profissionais do Instituto Lipedema Brasil e o Hospital Nove de julho”, comenta. (crédito fotos: arquivo pessoal Tamiris de Sá) Ação social – Sem a cobertura do tratamento cirúrgico pelo SUS ou pelos convênios, as mulheres brasileiras com lipedema, principalmente as de baixa renda, têm que contar com ações sociais lideradas por ONGs, potencializadas com iniciativas privadas. Prova disto foi a ação liderada pela ONG Movimento Lipedema e pelo dr. Fábio Kamamoto – que financiou pessoalmente parte da cirurgia da Tamiris -, com a ajuda do corpo clínico multidisciplinar do Instituto Lipedema Brasil, preparando a carioca para a sua primeira cirurgia, que será realizada no dia 23 de setembro no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil. Esta é a primeira de quatro cirurgias que serão realizadas gratuitamente pelo hospital. “Na Dasa temos como compromisso o cuidado que acolhe. Poder devolver qualidade de vida para a Tamiris e outras pacientes que sofrem com a doença é muito gratificante para nós”, comenta Bruno Pinto, diretor-geral do Hospital Nove de Julho. “A Tamiris passará a ter qualidade de vida. Vamos remover, a cada cirurgia, por meio de lipoaspiração até 7% do peso dela. Ou seja, vai ser uma grande transformação para ela. Estou muito feliz de poder fazer parte desta história”, comenta dr. Fábio Kamamoto, que será o cirurgião responsável pela cirurgia da carioca. Tamiris com o médico pioneiro no tratamento cirúrgico do lipedema, dr. Fábio Kamamoto “Tudo mudou e com a cirurgia vai ficar ainda melhor. Estou muito mais feliz, pois estou reconstruindo minha vida, estou recuperando minha liberdade, minha independência, algo que pensei ter perdido. Coisas simples do dia a dia que não conseguia mais fazer, como sair da minha casa até o meu portão, mas hoje estou livre para ir e vir, mesmo com todas as dores e limitações. Imagina depois da cirurgia? É muita felicidade”, finaliza Tamiris. Dados científicos sobre a cirurgia de lipedema – Um estudo americano observou um grupo de mulheres com a doença durante 10 anos. Elas foram submetidas ao tratamento cirúrgico entre julho de 2009 e julho de 2019. Todas as pacientes preencheram um questionário relacionado à doença e tiveram um acompanhamento por um período de 20 meses. O estudo concluiu que elas relataram uma redução significativa nas queixas associadas à doença e melhora na qualidade de vida. Um dos destaques do estudo é que houve perda de peso em todas as fases até três meses após a cirurgia. Os autores também descobriram que as mulheres tiveram uma redução significativa na necessidade de terapia descongestiva e que a percepção na melhora dos sintomas e qualidade de vida se mantiveram até 12 anos após o tratamento cirúrgico. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35089257/ e https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32789540/ Entendendo o lipedema “As principais características do lipedema, que possui cinco tipos e quatro estágios, são dores frequentes nas regiões das pernas, quadril, braços e antebraços, que ficam mais grossos e desproporcionais em comparação com o restante do corpo. Por exemplo, no tornozelo parece que há um “garrote” e os joelhos perdem o contorno”, explica dr. Vitor Gornati, vascular do Hospital Nove de Julho e Coordenador do Núcleo Clínico do Instituto Lipedema Brasil. Além disso, dr. Gornati comenta que o lipedema é uma doença hereditária que se manifesta principalmente nas mulheres, mas também pode ser transmitida de pai para filha, mesmo que o homem não tenha tido nenhum sintoma antes.” Por isso, é importante prestar atenção no histórico familiar e procurar um médico quando perceber que a gordura está excessiva”, finaliza o dr. Gornati. O CID do lipedema é o EF 02.2. Crédito fotos: Divulgação Conheça Lipedema/ Instituto Lipedema Brasil/ ONG Movimento Lipedema/ Agência KBranding/  Sobre o Instituto Lipedema BrasilO Instituto Lipedema Brasil (www.institutolipedemabrasil.com.br) é o primeiro centro de referência de Lipedema no país, criado para compartilhar informações, apresentar a doença para a sociedade e mobilizar milhões de mulheres. É o primeiro no país a dedicar estudos, pesquisas e ensino à população e aos profissionais de saúde. Criado e dirigido pelo dr. Fábio Kamamoto desde 2021, o Instituto Lipedema Brasil foi pensado para unir três pilares importantes dessa mudança: Transformação social, Educação e Pesquisa. Por meio de uma campanha online, o Instituto luta pela democratização do acesso ao tratamento da doença no país, como já acontece em outros países como os Estados Unidos. Atualmente, a campanha conta com mais de 28 mil assinaturas. Sobre o Hospital Nove de JulhoFundado em 1955, em São Paulo, o Hospital Nove de Julho é referência em medicina de alta complexidade com destaque para as áreas de Neurologia, Oncologia, Onco-hematologia, Cardiologia, Urologia, Trauma e Ortopedia. Com cerca de 3,2 mil colaboradores e 7 mil médicos cadastrados, o hospital possui 414 leitos de interação e 105 Unidades de Terapia Intensiva. O centro cirúrgico inclui três salas para cirurgia robótica e a Sala Inteligente, que permite a realização de cirurgias em sequência. Além disso, oferece atendimento ambulatorial no Centro Médico com mais de 40 especialidades e 12 Centros de Referência. Sobre a DasaA Dasa é a maior rede de saúde integrada do Brasil. Faz parte da vida de mais de 23 milhões de pessoas por ano, com alta tecnologia, experiência intuitiva e atitude à frente do tempo. Com mais de 50 mil colaboradores e 250 mil médicos parceiros, existe para ser a saúde que as pessoas desejam e que o mundo precisa, estando presente em cada etapa de cuidado. Acredita que para cuidar sempre é preciso cuidar por inteiro. Por isso, olha para a gestão da saúde de um jeito preventivo, preditivo e personalizado. Integra medicina diagnóstica, hospitais, genômica, oncologia, coordenação de cuidado, pronto atendimento, telemedicina, pesquisa clínica e ciência. Ao todo, conta com 15 hospitais referências (considerando rede própria,crescimentos inorgânicos e os deals que ainda estão sob aprovação dos órgãos reguladores), e mais de 59 marcas entre medicina diagnóstica e hospitais, distribuídas em mais de mil unidades no Brasil. A Dasa garante uma navegação ágil, descomplicada e sem atritos na jornada da saúde, tanto para pacientes quanto para médicos, por meio da sua plataforma de gestão de saúde digital, o Nav. Além disso, oferece soluções integradas e inovadoras de saúde corporativa, por meio do Dasa Empresas. Somos Dasa e somos para toda a vida. Para mais informações, acesse: www.dasa.com.br.

Instituto Lipedema Brasil