Como a tecnologia está transformando o pensamento gerencial?

1 de julho de 2022 Off Por Ray Santos
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Por Itamir Viola *

Há bem pouco tempo atrás, os cargos de gerência eram assumidos por profissionais de sucesso, o qual era atrelado a conhecimento prévio. Ou seja, na tarefa a ser executada, era esse profissional quem conhecia as regras, legislações e formas de fazer. Isso era o que determinava quem, de fato, se destacava na empresa. Com a volatilidade do mercado nos dias atuais, a transformação digital nos bombardeia diariamente com novidades e soluções, cuja premissa é tornar a rotina mais célere. O que é fundamental para o ambiente corporativo, que precisa manter-se atual, atrativo e mais competitivo no mercado, mas também se coloca como um grande desafio.

Diante de um cenário onde a competitividade é o que sobressai, chega ao topo quem oferece diferenciais, mas também sabe se adaptar às mudanças. Dados de uma pesquisa realizada pela agência de comunicação Edelman, em parceria com a Microsoft Brasil, revelaram que 42% das PMEs brasileiras adotaram novas tecnologias do início da pandemia até meados de 2021; 83%, inclusive, disseram que essas tecnologias foram responsáveis por guiar sua recuperação econômica. Já de acordo com informações divulgadas pelo Sebrae, a inovação foi o caminho para a manutenção da saúde financeira da empresa nesse período pandêmico, com 41,9% passando a atuar somente com entregas ou online, e 21,6% adotando o home office como modelo de trabalho.

Esses dados reforçam algo que eu costumo dizer: hoje, a tecnologia está para a gestão empresarial assim como o oxigênio está para a sobrevivência humana. E por que essa comparação? Pura e simplesmente porque sem tecnologia, a gestão não sobrevive. Digo isso salientando o quanto precisamos do aparato tecnológico para fazer as empresas funcionarem. Imagina para quem aderiu ao home office fazer a gestão do seu negócio sem o aparato tecnológico? Ou, quem partiu para a venda online ter que gerir o estoque de forma manual?

Percebe-se quantos são e como os benefícios viabilizados pela tecnologia podem facilitar os processos por meio dos sistemas ERPs, como softwares de gestão empresarial que automatizam processos manuais, armazenam dados em nuvem e unificam a visualização de resultados. No Brasil, dados mais recentes da pesquisa “Panorama Mercado ERP 2020”, realizada pelo Portal ERP, apontam a melhoria da gestão com expectativa de centralização das informações em uma ferramenta única para 56% dos entrevistados, atualização tecnológica – incluindo as que unem APIs ou soluções nativas para 15% e adequação fiscal e tributária para 10% dos respondentes.

Tendo em vista tais benefícios, o cenário ideal tem os processos internamente desenhados no workflow para, então, transformá-los em métodos. É isso o que possibilita a própria tecnologia conduzir a execução de procedimentos e tarefas. Para explicar melhor: pergunte a um Engenheiro Civil como são feitos os cálculos da estrutura de um prédio; ele aprendeu a fazê-los, mas hoje usa tecnologias que as fazem por ele de forma rápida e confiável, já com as devidas margens de segurança. Pergunte a um piloto de avião como ele vai de uma cidade a outra; ele vai te apontar o uso de GPSs confiáveis, mostrando que os cálculos – antes manuais – para navegação, deriva e vento, por exemplo, já estão dentro do que a solução entrega. Do mesmo modo, pergunte a um gestor fiscal como uma nota é emitida; ele vai te dizer que indicando os dados básicos do produto, é a tecnologia quem devolve o valor total da nota e dos devidos impostos, incluindo baixa de estoque e descontos para os diferentes tipos de pagamento.

Algo importante de se salientar é que a tecnologia executa, mas conhecer as ferramentas é fundamental. Esse é um atalho super importante e bastante interessante que viabiliza o conhecimento e a implementação de novidades que se encaixam de forma condizente com a realidade do seu negócio. É o que eu sempre digo: quanto mais inovação, mais rápido e eficiente o resultado. E aqui um adendo: o componente humano nunca deve estar alheio à essa tecnologia, mas, sim, fazer parte do processo. Com o super aparato tecnológico que temos disponível é possível compreender que, quanto mais discernimento para escolher a direção, mais percepção de oportunidades no dia a dia vamos ter para direcionar um planejamento. E quem faz essas escolhas são as pessoas.

Para concluir, deixo uma provocação: como ter valor percebido pelas funções que desempenhamos? Com pragmatismo, eu diria que, além da familiaridade com as ferramentas (como exposto acima), conhecer os métodos e saber a estratégia é de suma importância quando se deseja agregar valor. E se você conseguir juntar tudo isso ao propósito que te motivará de forma real, aí sim estará ganhando em diferenciação.

CEO e Founder da VIASOFT *, um dos mais importantes grupos de empresas de tecnologia e gestão empresarial do Brasil, com nove empresas no portfólio e 30 anos de história. Investidor Anjo da Curitiba Angels, Palestrante, Administrador, Analista de Sistemas, especialista em Inovação e Economia Digital – difusor de conceitos ligados à inovação disruptiva, sociedade conectada, colaboração humana, economia criativa e megatendências do futuro. 

Oliver Press,.


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