Como os fertilizantes minerais ajudam a alimentar a humanidade? A NPV vai explicar tudo para você

Como os fertilizantes minerais ajudam a alimentar a humanidade? A NPV vai explicar tudo para você

10 de março de 2023 Off Por Ray Santos
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Valter Casarin, coordenador científico da NPV

O Brasil importa 85% dos fertilizantes usados para a produção de alimentos, energia e fibras. Desde a retomada das atividades, após a pandemia da Covid-19, observamos a escassez e o aumento considerável no custo de fertilizantes minerais (nitrogênio, fósforo e potássio), agravando a situação depois da invasão da Ucrânia pela Rússia. Esta crise impactou enormemente a agricultura mundial, levando novamente ao questionamento: Podemos alimentar o planeta sem, ou parcialmente, fertilizantes minerais?     

Diante desse cenário, vale antes fazer uma breve explicação. É importante destacar, que assim como o ser humano, que necessita de pequenas quantidades de nutrientes em seu corpo para ter uma vida saudável, as plantas também. Elas precisam de muitos nutrientes e os encontram no solo onde crescem. No entanto, quando eles não estão presentes ou apresentam quantidades insuficientes para nutri-las, devem ser adicionados ao solo. 

Vale lembrar ainda, que ao longo da história da humanidade, o homem derrubava uma parte de mata virgem para cultivar seu alimento. Assim, ele se beneficiava plenamente do armazenamento de nutrientes acumulados no solo. E quando a reserva de nutrientes diminuía, repetia o processo. Entretanto, nos dias atuais, essa exploração da terra não é mais possível, com o crescimento acelerado da população, a floresta não tem mais tempo de se reconstituir. Com objetivo de produzir para uma população maior, há a necessidade de praticar uma agricultura intensiva: cultivar constantemente as terras ano após ano. E a etapa intermediária é fazer rotações de culturas, incluindo alguns anos de pousio, cultivando sucessivamente diferentes plantas que usam diferentes nutrientes do solo. 

Desta forma, se pensarmos na produção da alimentação básica da população, como arroz, milho e trigo, estaremos tratando de três culturas fundamentais para a alimentação de nosso dia a dia, ficando dependentes da produção anual, sem poder dar ao luxo de produzir eventualmente. Essas culturas necessitam de grande quantidade de nitrogênio para se desenvolver e produzir, que por sua vez, precisa     estar no solo para ser absorvido pelas raízes.  

Portanto, não temos escassez de nitrogênio no planeta, mas um enorme problema de fornecimento de nitrogênio aos cereais. Felizmente, algumas plantas não têm esses caprichos e, em particular, as leguminosas, que captam o nitrogênio do ar, alimentam-se dele silenciosamente e, além disso, deixam resíduo do nutriente para as plantas seguintes. Por isso, os produtores realizam as rotações de culturas, colocando os cereais após o cultivo das leguminosas, sempre que possível.

Tudo isso funcionou de forma mais ou menos eficiente enquanto éramos “apenas” 1 ou 2 bilhões de pessoas. Mas no século 20, a população explodiu e as necessidades de alimentos também e foi desta forma que o fertilizante mineral apareceu; após o químico alemão Fritz Haber conseguir sintetizar amônia e o industrial Karl Bosh industrializar o processo para fabricar fertilizantes nitrogenados. Este foi o verdadeiro começo da agricultura moderna; e sem ela, nunca conseguiríamos alimentar uma população de 8 bilhões.

Entretanto, a produção de alimentos depende de outros dois fertilizantes amplamente utilizados no mundo, à base de fósforo e potássio. No caso dos fertilizantes fosfatados e potássicos a situação é diferente, pois não se trata de “produtos manufaturados”, mas de “produtos extraídos” das minas (e depois, muitas vezes, enriquecidos). Há, portanto, duas perguntas a se fazer: temos e teremos minas suficientes para atender o consumo nas próximas décadas? E onde estão localizadas essas minas? Estabelecemos relações com os países que possuem essas jazidas? Infelizmente, a situação geopolítica também é muito tensa em relação ao mercado de fertilizantes.

Em 2021, o Brasil comercializou aproximadamente 46 milhões de toneladas de fertilizantes. Por não haver produção interna suficiente para suprir as necessidades da nossa agricultura, o país depende da importação de grande parte desse consumo. Dentre os países produtores estão a Rússia e a Bielorússia, os quais passam por sansões e conflitos políticos. No entanto, também importamos de outros países, como o Canadá, Alemanha, Marrocos e China. 

Há muitas dúvidas ainda sobre as reservas de fósforo no mundo, o que permite questionar se as reservas de fósforo estão chegando ao seu final. Estamos tratando de um nutriente que é um componente essencial do DNA e de várias moléculas orgânicas. O fósforo tem fundamental participação no transporte e armazenamento de energia e ativação de muitas enzimas. É, portanto, essencial para todos os tecidos da planta e, em particular, para o desenvolvimento das raízes. Assim como animais e humanos também precisam dele para processos metabólicos normais.

Em particular, os solos brasileiros são, muitas vezes, deficientes em fósforo, mas com alta capacidade de fixação de fósforo, diminuindo a disponibilidade do nutriente para as plantas. Assim, suprimentos substanciais de fósforo são necessários para o crescimento ideal e produção adequada de alimentos e fibras. Como podemos ver, a futura escassez de fosfatos representará rapidamente uma ameaça direta à paz mundial e à dieta correta da humanidade.

Finalmente, diante de toda a situação econômica e política, o produtor rural deverá enfrentar o problema de escassez e alto preço de fertilizantes minerais. O problema sempre esteve presente, mas dessa vez, ele toma um rumo muito mais grave. Paralelo a essa situação, o produtor rural tem a grande missão de produzir mais. Já somos 8 bilhões e caminhamos em alta velocidade para 10 bilhões, com uma parcela crescente da população que está mais exigente na sua alimentação, pois come carne e bebe leite, todos produtos processados e concentrados, o que requer um grande aumento na produção de produtos vegetais.

Sobre a NPV 

A NPV – Nutrientes para a Vida – nasceu com objetivo de melhorar a percepção da população urbana em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes para a saúde humana. Braço da fundação norte-americana NFL – Nutrients For Life – no Brasil, a NPV trabalha baseada em informações científicas. O uso de fertilizantes de forma responsável e correta é o caminho para oferecer à sociedade oportunidade para maior segurança alimentar e qualidade nutricional dos alimentos e, sobretudo, produzindo de forma sustentável e com total respeito ao ambiente. Nutrir o solo, através dos fertilizantes, é a forma mais sensata de produzir alimentos em quantidade e qualidade para as pessoas, além de valorizar a preservação de nossas florestas. 

A missão da NPV é esclarecer e informar a sociedade brasileira, com base em estudos científicos, sobre a importância e os benefícios dos fertilizantes na produção e qualidade dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada.

A NPV tem sua sede no Brasil, é mantida pela ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e operada pela Biomarketing. A iniciativa conta ainda com parceiros como: Esalq/USP, IAC, UFMT, UFLA e UFPR.

Saiba mais sobre o novo cliente em https://www.nutrientesparaavida.org.br/ 

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