Como são os estagiários atuais?

Como são os estagiários atuais?

4 de setembro de 2023 Off Por Daniel Suzumura
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Entenda a nova geração de colaboradores no mercado de trabalho

Ao longo das últimas décadas, o mercado de trabalho tem passado por significativas transformações, impulsionadas pela evolução digital, mudanças culturais e sociais. Esses movimentos também trouxeram consigo uma nova geração de colaboradores, com características e perspectivas distintas das anteriores. Por isso, decidi explorar as principais alterações no perfil dos jovens e as características marcantes em suas personalidades.

Flexibilidade e mobilidade:

Uma das principais novidades é a busca por maior flexibilidade e mobilidade no ambiente corporativo. Esse público valoriza a possibilidade de conciliar a vida profissional com a pessoal, optando por horários mais abertos e a capacidade de atuar remotamente. Essa tendência é impulsionada pela disseminação da tecnologia, permitindo a conexão contínua e facilitando a realização de tarefas a partir de qualquer local. No modelo a distância, as companhias obtêm um leque maior de opções para encontrar o candidato ideal e habitantes de cidades pequenas ganham a chance de estagiar em grandes centros. Nesse caso, é interessante proporcionar um auxílio home office ou equipamentos de qualidade para o indivíduo otimizar seu rendimento, demonstrar seu potencial, evoluir cada dia mais e entregar bons resultados.

Propósito e impacto social:

Ao contrário dos mais experientes, para quem o trabalho era muitas vezes apenas uma fonte de sustento, a nova geração busca um senso de propósito na carreira. Eles valorizam empresas preocupadas com causas sociais e ambientais, buscando contribuir para um mundo melhor por meio do seu suor de cada dia. Isso reflete uma crescente consciência sobre questões globais e a necessidade de encontrar significado na jornada laboral. Logo, trata-se de um aspecto interessante para os executivos, pois agregam esse conhecimento e vontade em seu negócio.

Aprendizado contínuo e desenvolvimento pessoal:

Com a rápida evolução do aprendizado e a transformação constante das indústrias, os novos integrantes compreendem a importância do lifelong learning para se manterem relevantes. Eles buscam oportunidades de desenvolvimento, seja por meio de cursos, workshops, mentorias ou vivências práticas, visando aprimorar suas habilidades e competências. Por isso, respirar o cotidiano de uma organização faz a diferença para os futuros líderes, pois constroem uma bagagem maior e entendem como funciona a engrenagem de uma entidade.

Inovação e criatividade:

Essa parcela da população traz consigo uma mentalidade empreendedora, valorizando a inovação e a criatividade. Eles estão dispostos a questionar o status quo, buscar soluções não convencionais e propor novas ideias para impulsionar o crescimento do local onde atuam. Essa abordagem dinâmica e proativa é fundamental em um ambiente cada vez mais competitivo e voltado para a constante mudança. Isso acontece, pelos conteúdos atuais absorvidos em sala de aula, afinal, a lei 11.788/2008 exige matrícula em uma instituição de nível superior, profissional, médio, de educação especial, ou nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos – EJA. Quem faz pós-graduação, MBA, mestrado e doutorado também têm essa possibilidade. Para isso acontecer, basta constar no projeto pedagógico.

Valorização do ambiente de trabalho:

O ambiente desempenha um papel crucial na atração e retenção dos principais candidatos. Eles valorizam uma cultura organizacional inclusiva, diversa e com espaços para o desenvolvimento da interação em equipe. A hierarquia rígida é substituída por estruturas mais horizontais para facilitar a comunicação e a troca de pensamentos entre os membros do time. Nesse sentido, é fundamental tratar todos igualmente, proporcionar bons benefícios aos estudantes e promover a construção de laços entre os colegas.

Uso intensivo da tecnologia:

Os novos integrantes cresceram imersos no universo digital e, por isso, tem uma familiaridade natural com as ferramentas tecnológicas. Essa afinidade permite uma adaptação mais simples a novas plataformas e aplicativos, se tornando um ativo valioso para quem busca agilidade e adequação em relação às tendências do mercado.

Logo, as contratantes com capacidade de entender e abraçar as alterações na sociedade estão mais propensas a atrair talentos promissores e comandar negócios mais suscetíveis a bons resultados.

Como transformar os mais jovens em grandes líderes?

A Geração Z (nascidos após 2001) é frequentemente descrita como imediatista, impaciente, mimada e com falta de ambição. Conforme esse grupo ocupa cada vez mais postos nas companhias, as discussões sobre seu perfil têm se intensificado. Diante das particularidades, é essencial destacar os motivos para prepará-los com o intuito de formar os gestores das próximas décadas.

Esse público é conhecido por seu não conformismo e sua forte noção de direitos. Atualmente, eles constituem parte significativa das companhias e, de acordo com o portal Business Insider, até 2025, representarão 27% dos trabalhadores. No entanto, apesar de ser rotulada de diferentes formas e considerada uma geração desafiadora, também apresenta grande potencial. Suas características distintas dos mais velhos, como a necessidade de feedback constante e busca por propósito em suas atividades, fazem a diferença.

No entanto, um dos maiores empecilhos é sua falta de interesse em chegar ao topo da pirâmide hierárquica. Suas prioridades concentram-se na facilidade e eles não têm uma lealdade completa com os empreendimentos nos quais possuem vínculo. Se não estiverem satisfeitos com alguns aspectos, vão embora sem muito sofrimento. Diante desse cenário, surge a questão: como prepará-los para serem líderes?

Compreender e atender às suas necessidades, os incentiva a desenvolver suas habilidades de liderança e será determinante para garantir a contribuição significativa para o crescimento da instituição. O investimento em programas de treinamento e capacitação, adaptados ao perfil e às aspirações dos jovens, pode ser a chave para cultivar a próxima geração de comandantes talentosos e comprometidos.

Prepará-los para serem influentes e motivados requer uma abordagem diferente. Rotações de cargos e projetos desafiadores podem ajudá-los a adquirir skills gerenciais. A afinidade no engajamento com princípios de sustentabilidade e responsabilidade social pode ser aproveitada para conquistá-los e, consequentemente, elevar o patamar da corporação. Adaptar-se com horários flexíveis, formatos híbridos ou remotos, projetos multifuncionais e uma comunicação aberta e transparente ajuda a reter esses indivíduos.

Portanto, abra as portas do seu negócio para essa juventude motivada, ávida por mostrar seu potencial e contribuir para o desenvolvimento. Dessa forma, além de fortalecer sua equipe, você estará colaborando com a economia e a educação do Brasil. Essa luta é de todos nós. Conte com a Abres!

Carlos Henrique Mencaci * é presidente da Associação Brasileira de Estágios – Abres.

Imprensa Abres


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