‘Companhias do Teatro Brasileiro’: série exclusiva e inédita sobre a evolução da arte teatral no país estreia no Curta!
24 de julho de 2023A história do teatro no Brasil começa com textos e atores trazidos de Portugal e passa por muitas transformações ao longo dos séculos XIX e XX até se tornar uma arte com características e ídolos nacionais. Esses desdobramentos incluem o extravagante teatro de revista, uma renomada companhia só com atores negros, grupos que se politizaram e encenaram peças de protesto em tempos de autoritarismo e nomes que forjaram uma estética única, como foi o caso do recém-falecido José Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina. A série inédita “Companhias do Teatro Brasileiro” chega ao canal Curta! para contar os principais capítulos dessa história, em 15 episódios de cerca de 26min, cada. A direção é de um veterano das artes cênicas, Roberto Bomtempo.
O episódio inicial é intitulado “Cia. Dramática João Caetano” e começa traçando os primórdios da arte dramática em solo brasileiro, com o padre José de Anchieta e outros jesuítas que encenavam autos para catequizar os indígenas. Entre os entrevistados, há vários historiadores do teatro, como João Roberto Farias, Daniel Marano, Tania Brandão, Suzana Abranches e Rosangela Patriota. Para eles, a chegada da família real portuguesa, em 1808, foi decisiva para o surgimento do teatro como conhecemos hoje.
Poucos anos depois da chegada de D. João VI, foram construídos os dois primeiros teatros do Brasil, ambos com o mesmo nome e quase ao mesmo tempo: o Real Theatro São João de Salvador foi inaugurado em 1812 e o do Rio de Janeiro, no ano seguinte. Uma companhia portuguesa foi contratada pelo rei e passou a residir no Brasil. Embora os papéis importantes ficassem com atores lusitanos, outros menores eram confiados a brasileiros. E foi com esses pequenos papéis que João Caetano começou sua carreira. Graças à sua atuação fulgurosa, logo conquistou o público, o que gerou ciúmes dos colegas portugueses e causou sua consequente demissão.
Seu próximo passo foi fundar a primeira companhia dramática de atores brasileiros, que estreou em 1833 num teatro em Niterói, já que os do Rio de Janeiro não tinham data disponível. A peça inaugural foi “O Príncipe Amante da Liberdade ou A Independência da Escócia”. A crítica de teatro e historiadora Tania Brandão comenta: “A inauguração do teatro brasileiro não se faz com um autor. Não adianta sustentar a teoria de que houve um texto inaugural. Quem começa o teatro brasileiro é um ator, João Caetano”.
Com produção da Camisa Listrada, a série “Companhias do Teatro Brasileiro” foi viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Após “Cia. Dramática João Caetano”, a série traz os episódios: “Cia. Dulcina-Odilon”, “Cia. de Revistas Walter Pinto”, “Teatro Experimental do Negro”, “Cia. Maria Della Costa”, “Teatro Brasileiro de Comédia”, “Teatro de Arena”, “Teatro Oficina”, “Grupo Opinião”, “Teatro Ipanema”, “Asdrúbal Trouxe o Trombone”, “Teatro dos Quatro”, “Companhia Estável de Repertório”, “Grupo Macunaíma” e “Grupo Galpão”.
A estreia é na Terça das Artes, 25 de julho, às 23h30.
Segundo episódio da série inédita ‘Viagem Através do Cinema Francês’ continua a explorar os mestres da direção
No segundo episódio da série inédita — e exibida com exclusividade no Curta! — “Viagem Através do Cinema Francês”, intitulado “Meus Diretores de Referência – parte 2”, continuamos a explorar os mestres que impulsionaram o cinema francês. Bertrand Tavernier (1941-2021), diretor da produção, conduz a narrativa. Ele nos apresenta Sacha Guitry, Marcel Pagnol, Robert Bresson, Jacques Tati e Jean-Jacques Grünenwald, destacando a contribuição única de cada um deles para a sétima arte. Ao longo do episódio, Tavernier compartilha suas visões pessoais sobre esses diretores, revelando suas influências e impacto no cenário cinematográfico francês, por meio de cenas memoráveis, entrevistas e análises.
A respeito de Sacha Guitry e Marcel Pagnol, Tavernier comenta que foram as palavras de Truffaut em relação à modernidade e liberdade presentes nas obras desses dois cineastas que o fizeram explorar seus trabalhos. Ele lembra que, infelizmente, a crítica da época rotulava suas produções como “teatro enlatado”, de forma precipitada e falsa. “Julgamento precipitado e falso. Para começar, algumas peças filmadas permanecem muito divertidas, com diálogos deslumbrantes que passam maravilhosamente bem na tela. E uma interpretação paradoxalmente menos teatral do que em muitos filmes contemporâneos”, avalia.
O cineasta Oliver Assayas também observa uma conexão peculiar entre Guitry e Quentin Tarantino. Para ele os dois são “cineastas do verbo”, cujas histórias se desenrolam principalmente através das palavras. “Assim como Tarantino, Guitry tinha a habilidade de fazer com que o inconsciente falasse e revelasse as nuances da narrativa através de seus diálogos bem trabalhados. Essa velocidade e fluidez na comunicação por meio das palavras conferem a Guitry um talento genial, algo que foi notável especialmente durante a década de 1930, em que o cinema francês estava passando por uma fase de evolução criativa e artística”, analisa.
Ao longo do capítulo, diversos filmes dirigidos por Sacha Guitry são destacados. Alguns deles são “A História de um Trapaceiro” (1936), “O Novo Testamento” (1936), “Désiré” (1937), “Vamos Sonhar” (1936), “O Meu Pai Tinha Razão” (1936) e “La Poison” (1951). Outros filmes são abordados, como “Um Condenado à Morte Escapou” (1956), de Robert Bresson, “Antonio e Antonieta” (1947), de Jacques Becker, e “La vérité sur Bébé Donge” (1952), de Henri Decoin.
“Viagem Através do Cinema Francês” pode ser assistida também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. A produção é da Gaumont, Little Bear Productions e Pathé Production. A estreia do segundo episódio é na Quarta de Cinema, 26 de julho, às 23h.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 24/07
22h25 – “Paulo César Pinheiro – Letra e Alma” (Documentário)
Poeta, escritor e compositor, Paulo César Pinheiro fala sobre suas origens, referências literárias, seu encontro com a poesia e o que lhe deu “régua e compasso”. Autor de vasta e rica produção — entre músicas, livros, peças — e de parcerias, que já atravessam cinco gerações, o poeta não dá sinais de que a inspiração possa se esgotar. O filme tem o próprio Paulo César como narrador de sua história em ordem cronológica: começa falando das memórias da infância no subúrbio carioca e de sua juventude, quando escreveu suas primeiras – e já impressionantes – composições. Fala de um tempo e de uma geração de artistas talentosos com quem conviveu, compôs ou pelos quais foi gravado. Relembra o início da carreira, compondo ao lado de João de Aquino e Baden Powell, e de outros grandes parceiros que teve ao longo da vida, como Pixinguinha, Mauro Duarte e João Nogueira. Direção: Cleisson Vidal e Andrea Prates. Duração: 85 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 25 de julho, terça-feira, às 02h25 e às 16h25; 26 de julho, quarta-feira, às 10h25; 29 de julho, sábado, às 16h; 30 de julho, domingo, às 22h30.
Herval Peixoto – Agência Febre