Confiança da indústria de limpeza cresce em março e deflação do setor estimula produção e consumo
14 de abril de 2024Setor é um dos 4 mais otimistas do Brasil, segundo a CNI. Estabilidade de custos e lançamentos de produtos devem estimular produção em 2024. Estudos apontam que, apenas na linha profissional, o mercado mundial de limpeza industrial está projetado para atingir uma avaliação de USD 71.7 bilhões até 2030.
O ICEI Setorial – Índice de Confiança do Empresário Industrial do setor de produtos de limpeza voltou a crescer em março, segundo dados levantados pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, passando de 55,7 pontos (em fevereiro) para 56,3 pontos (março), o que o coloca como uma das 4 categorias mais otimistas da indústria.
Para a ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional, a confiança pode ser explicada pela estabilidade dos custos ao produtor e ao bom desempenho da produção em 2024.
“Todos os segmentos do setor de saneantes registraram altas expressivas de produção neste início de ano, com alguns, como produtos de limpeza e polimento, com evolução de 21,1% nos índices. A boa demanda, somada à estabilidade dos preços de insumos e matérias-primas, após anos de altas acumuladas nos custos de produção, têm reforçado o otimismo dos fabricantes”, explica Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA.
A contenção nos custos produtivos, por sinal, já foi repassada ao consumidor. De acordo com dados no INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, a inflação setorial dos artigos de limpeza está negativa no ano, com queda de 0,8% no 1º bimestre, com produtos essenciais para a saúde pública, como água sanitária (-1,25%), sabão em pó (-1,16%) e sabão em barra (-0,94%), puxando a queda de preços no setor.
“É interessante notar que, das principais categorias que compõem os gastos das famílias, os da divisão Habitação, segmento em que estamos incluídos, apresentaram inflação de 0,24% no bimestre, o que é um bom indicador de estabilidade.
No entanto, dentro desse grupo, apenas os produtos de limpeza, combustíveis e energia (-0,09%) tiveram redução de preços.
Como nossa deflação foi a maior (-0,8%), o setor de saneantes foi um dos responsáveis pelo controle de preços para as famílias neste início de ano”, analisa o diretor-executivo da ABIPLA.
Crescimento em 2024
Neste cenário, Engler acredita que o setor deve crescer acima de 2% a 3% nos níveis de produção em 2024.
Além do controle de custos do produtor, os investimentos em desenvolvimento de tecnologias e novos produtos e o lançamento de linhas ou novas formulações de saneantes podem impulsionar a produção.
Apenas na linha profissional, conforme publicado na House Hold Innovation, análises recentes da Exactitude Consultancy apontam queo mercado mundial de limpeza industrial está projetado para atingir uma avaliação de USD 71.7 bilhões até 2030, impulsionado por uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de, aproximadamente, 5%.
“Mesmo nos períodos mais críticos das crises sanitária e econômica dos últimos anos, nosso setor não parou de investir em desenvolvimento de produtos. Como 2024 é um ano em que as condições de mercado e produção estão mais previsíveis do que em anos anteriores, muitos fabricantes têm se planejado para promover lançamentos e reformular linhas de produtos com novas tecnologias, o que deve alavancar o crescimento”, afirma Engler.
Sobre a ABIPLA
Fundada em 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) representa os fabricantes de sabões, detergentes, desengordurantes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas domissanitários, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública, marcos regulatórios e consumo sustentável. O setor movimenta R$ 32 bilhões anuais e responde por cerca de 92 mil empregos diretos.
Perfil do porta-voz
Paulo Engler é formado em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e Mestre em Direito Tributário pela PUC-SP.
Ocupou cargos de direção em multinacionais e em associações setoriais de grande porte. Atualmente, é diretor-executivo da ABIPLA e Presidente Executivo do IdQ- Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química.
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