Confiança da pequena indústria caiu no segundo trimestre do ano, segundo CNI
31 de julho de 2024O indicador oscila abaixo dos 50 pontos desde abril e, quando detalhado, aponta insatisfação com as condições correntes da economia e das próprias empresas
Indústrias de pequeno porte estão menos confiantes com a economia e com as próprias empresas atualmente, segundo o Panorama da Pequena Indústria. A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o indicador de confiança do empresário industrial caiu de 49,7 pontos em junho para 49,3 pontos em julho. O índice vem oscilando abaixo da linha de 50 pontos desde abril, quando passou do estado de confiança para falta de confiança.
Por outro lado, ainda que não tenha cruzado a linha dos 50 pontos, as perspectivas para os próximos seis meses são mais favoráveis. O indicador aumentou de 48,4 pontos para 49,5 pontos em julho e é o maior resultado do ano até o momento.
“A indústria de transformou foi a responsável por essa melhora nas perspectivas, pois espera aumento de demanda, no número de empregados e também têm maior intenção de investir nos próximos meses”, explica a economista da CNI, Paula Verlangeiro.
> Veja aqui a sonora completa com a economista da CNI.
Indicador de desempenho mostra estabilidade
Em junho, no geral, o índice de desempenho das pequenas indústrias ficou estável em relação a maio, permanecendo em 45,3 pontos. Contudo, houve variação entre os setores: enquanto a indústria extrativa apresentou avanço de 1,3 ponto, a indústria de transformação registrou pequeno aumento de 0,3 ponto – que pode ser considerado estabilidade – e a indústria da construção, queda de 1,8 ponto.
Indústria de transformação puxou melhora da situação financeira
O índice de situação financeira das pequenas indústrias aumentou de 40,5 pontos para 41,1 pontos. O indicador é calculado com base na facilidade de acesso ao crédito e na satisfação com a margem de lucro operacional e com a situação financeira.
Novamente, a alta do indicador se deu pela indústria de transformação, que registrou alta de 1,1 ponto no trimestre. O resultado se deu, principalmente, pela redução da insatisfação tanto com a margem de lucro operacional quanto com a situação financeira. A dificuldade de acesso ao crédito ainda é alta para todos os setores.
Elevada carga tributária continua como principal problema
No segundo trimestre, as empresas de pequeno porte indicaram que a elevada carga tributária está em primeiro lugar no ranking de principais problemas enfrentados tanto pela indústria de transformação, com 43,5% de assinalações, como também pela indústria da construção, com 33,3% de assinalações.
Outros problemas que compõem o ranking são: demanda interna insuficiente; taxas de juros elevadas; falta ou alto custo de trabalhador qualificado e não qualificado; e competição desleal (informalidade, contrabando, pirataria).
Sobre o Panorama da Pequena Indústria
O Panorama da Pequena Indústria apresenta quatro indicadores: desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança. Todos os índices variam de 0 a 100 pontos. Quanto maior ele for, melhor é a performance do setor.
A composição dos índices leva em consideração itens como volume de produção, número de empregados, utilização da capacidade instalada, satisfação com o lucro operacional, situação financeira, facilidade de acesso ao crédito, expectativa de evolução da demanda e intenção de investimento e de contratações.
Além disso, a pesquisa também traz o ranking dos principais problemas enfrentados pelas pequenas indústrias em cada trimestre.
A pesquisa é divulgada trimestralmente com base na análise dos dados da pequena indústria levantados na Sondagem Industrial, na Sondagem Indústria da Construção e no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Todos os meses, as pesquisas ouvem cerca de 900 empresários de empresas de pequeno porte.
Panorama da Pequena Indústria – 2ºtri
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