Consumo de alimentos ultraprocessados amplia o número de óbitos, alerta oncologista
10 de novembro de 2022O médico Ramon Andrade de Mello ressalta a importância de uma alimentação saudável
Os alimentos ultraprocessados já respondem por aproximadamente 57 mil óbitos por ano no Brasil. “As facilidades de consumo alimentar dos dias atuais podem estar no caminho inverso da busca da qualidade de vida. Se seguirmos as tendências dos países desenvolvidos, veremos o crescimento de doenças relacionadas a esses produtos, entre elas, diversas enfermidades oncológicas”, alerta o médico Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.
Uma pesquisa recente com estudos desenvolvidos pela USP (Universidade de São Paulo), da Fiocruz, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Universidade de Santiago do Chile aponta o crescimento de morte prematuras (de 30 a 69 anos) associadas ao consumo de alimentos ultraprocessados, que são aqueles que têm em suas fórmulas aditivos sintetizados em laboratório como corantes, conservantes e aromatizantes.
“A mudança de hábitos contribui para uma vida saudável. Não é apenas o consumo de alimentos ultraprocessados que pode provocar doenças oncológicas. O excesso de peso, alcoolismo, tabagismo e sedentarismo também podem desencadear o surgimento de tumores cancerígenos”, detalha o oncologista. Segundo ele, uma alimentação rica em alimentos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, entre outros, contribui para reduzir as possibilidades de diagnóstico de doenças oncológicas.
Ramon Andrade de Mello explica que os alimentos ultraprocessados são responsáveis por boa parte dos casos de câncer de mama, fígado, próstata, esôfago e colorretal: “O diabetes e os problemas cardiovasculares também estão relacionados ao consumo desses produtos”.
No Brasil, os alimentos ultraprocessados respondem por 19,7% do total de energia dietética consumida, enquanto que em países como EUA e Canadá, esses produtos já respondem pela metade do total dessa energia. Segundo os pesquisadores, se o consumo de ultraprocessados alcançar o do México, que é de 29,8%, os óbitos podem chegar a 113 mil.
“Esse é um problema de saúde pública e é fundamental que tanto o setor público quanto a iniciativa privada adotem campanhas de conscientização para a redução de consumo desses produtos”, afirma Ramon Andrade de Mello.
Sobre Ramon Andrade de Mello
Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).
O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology – ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology – ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO).
Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.
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