CTOs apontam tendências no mercado de Tecnologia em 2024 e perfis dos profissionais mais valorizados

CTOs apontam tendências no mercado de Tecnologia em 2024 e perfis dos profissionais mais valorizados

13 de dezembro de 2023 Off Por Marco Murilo Oliveira
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– Executivos de três startups identificam acomodação salarial em boa parte das posições, com algumas exceções, e destacam habilidades e cargos em alta

– Todos ressaltam que a Inteligência Artificial será a bola da vez no ano, seja para crescer, proteger ou pivotar seus negócios

– Lideranças terão que administrar tendência de retorno ao presencial com falta de engajamento dos colaboradores, diz consultoria de Recrutamento e Seleção 

São Paulo, dezembro de 2023. A atração de talentos, o desafio de retê-los em meio ao retorno dos modelos híbrido e presencial, e o rápido impacto da Inteligência Artificial (IA) nas empresas de tecnologia deverão nortear a agenda de CTOs em 2024.

Salários. Ao analisar a relação entre oferta e demanda de mão de obra em tecnologia, três CTOs de startups brasileiras destacam que o mercado no próximo ano deverá ficar mais aquecido para vagas qualificadas e que as remunerações continuarão altas, mas não com o cenário anterior de salários super inflacionados. “Os profissionais qualificados continuam muito valorizados e com muita dificuldade de substituição. Por outro lado, existe uma acomodação da remuneração com crescimento nominal menos acentuado em comparação com anos anteriores. Em 2024, acreditamos que esse processo de acomodação irá continuar bem como a procura por perfis ainda mais qualificados tecnicamente”, aponta André Aziz, CTO da techfin Z.ro Bank.

Mesmo considerando as demissões em massa de 2022 e início de 2023, puxadas pela crise das big techs, Samuel Moreira, CTO da edtech Télos avalia um 2023 aquecido e espera mais de 2024. “O mercado continua a crescer, principalmente porque no ano de 2023 tivemos um grande volume de startups e empresas de diversos setores buscando profissionais de TI. Tenho uma perspectiva otimista sobre os salários para 2024, acredito que continuarão elevados principalmente devido à alta demanda por profissionais realmente qualificados e a importância estratégica da tecnologia nas empresas.”

Ricardo Morale, CTO da logtech Freto, observa que a altíssima demanda por profissionais de tecnologia, principalmente os que atuam na vertical de desenvolvimento de softwares, retornou à normalidade em 2023. “Acredito na lei da Oferta e Demanda. Certamente, áreas emergentes terão alta procura; logo, profissionais com maior valorização e alta movimentação. Boas maneiras de ter um efeito balanceado é procurar formar profissionais, seja buscando “na fonte” recém-formados ou formando dentro de casa.”

Setores e cargos em alta. Seguindo sua análise, Morale, do Freto, pontua que profissionais com atuação em IA, Big Data e Automações em geral seguirão com alta procura. “Hoje, essas áreas são pilares para impulsionar, pivotar e dar possibilidade de escalar os negócios”, completa.

Samuel, da Télos, aponta uma perspectiva otimista no mercado para as áreas de fintechs, agronegócios, bancos, saúde e educação, com ênfase nos profissionais das seguintes áreas: consultor de ERP, engenheiro de dados, analista de segurança da informação, desenvolvedores de RPA/automações, programadores com foco em IA e gerentes de TI. Contando também com alta demanda nas habilidades de ERP, nuvem, python, salesforce e banco de dados.

Já Aziz, do Z.ro Bank, aponta que as áreas de segurança e proteção de dados associadas à inteligência artificial estarão na pauta das empresas. “De um modo geral, as empresas ainda estão implementando processos com o auxílio de IA e as questões que envolvem segurança e proteção dos dados não estão completamente resolvidas. Os profissionais que conseguirem aparar essas arestas serão muito demandados.”

Home office em xeque. Levantamento divulgado em maio deste ano pela Unispace com 9.500 funcionários e 6.650 empregadores de 17 países revelou que, nos últimos meses, 72% das companhias implantaram políticas de retorno ao escritório. No Brasil não é diferente, e em 2024 CTOs terão que administrar a tendência de retorno ao presencial com a falta de engajamento dos colaboradores, não só da área de tecnologia.

Victor Fazzio, sócio-sênior do Grupo Hub, consultoria de Recursos Humanos, diz que existe uma dificuldade marcante nos processos seletivos de vagas híbridas ou presenciais. “Muitas abordagens junto a potenciais candidatos não viram entrevistas, mesmo entre as companhias mais desejadas, pois a primeira pergunta feita é a respeito do modelo de trabalho. As pessoas querem qualidade de vida, ir à academia de manhã. Enquanto a cultura do controle se intensifica de um lado, empresas dispostas a repensar essa relação podem sair na frente na atração de talentos.”

A visão de André Aziz, CTO do Z.ro Bank, corrobora a análise de Victor, do Grupo Hub. “O que observamos é que isso facilita a nossa busca por talentos, pois os profissionais de empresas que voltaram para o presencial ou híbrido estão mais dispostos, e muitas vezes em busca de migrar para o modelo remoto.” O Z.ro Bank trabalha essencialmente no modelo remoto, com o time de tecnologia acompanhando essa política, além de manter um escritório no metaverso, diminuindo a necessidade de reuniões presenciais, que esporadicamente ocorrem em seus escritórios em Recife e São Paulo.  

Samuel Moreira, CTO da Télos, que opera no modelo 100% remoto, também enxerga o movimento, destacando o microgerenciamento dos profissionais e fortalecimento de cultura das empresas. “Em contrapartida, vejo o descontentamento dos colaboradores. Muitos preferem aceitar um salário muito menor apenas para poder continuar em casa. Acredito que, com o tempo, mais e mais profissionais vão renunciar cargos presenciais para poderem ter maior qualidade de vida e tempo de qualidade.”

Para Morale, CTO do Freto, o mercado vive outro momento, no qual é possível avaliar o que de bom foi absorvido dos modelos de trabalho 100% Home Office, híbrido e presencial. “Acredito que cada empresa tem sua própria cultura e, alinhada ao seu estágio de maturidade, muitas áreas podem exercer algumas dessas modalidades que estejam melhor aderentes a suas realidades”, pondera o executivo. Na logtech são praticados dois modelos: híbrido e 100% remoto.

Sobre o Freto

Com o propósito de simplificar a logística rodoviária, movendo caminhoneiros, o Freto é a plataforma onde os melhores caminhoneiros e as melhores cargas se encontram. Com processos 100% digitais, a logtech está mudando a forma de usar a Estrada para fazer negócios, criando uma relação ganha-ganha entre transportadores, embarcadores e motoristas. O encontro entre os melhores caminhoneiros e as melhores cargas pode acontecer em até um minuto, permitindo ganhos de agilidade e redução dos custos operacionais. Desde a fundação, em 2018, até junho de 2023, a empresa movimentou mais de 100 milhões de toneladas na plataforma, correspondendo a mais de R$12 bilhões em fretes. Essas cargas são publicadas por grandes produtores de grãos, açúcar, siderúrgicas, fabricantes de papel e celulose e cimenteiras, para mais de 180 mil motoristas ativos e qualificados.

Sobre o Grupo Hub:

Fundado em 2014 enquanto consultoria de Recursos Humanos, o Grupo Hub cresceu e hoje desenvolve soluções one stop shop para Recrutamento e Seleção, desenvolvimento e tecnologia, com a missão de conectar empresas com os melhores talentos. Partindo da premissa de que a contratação está comoditizada, o Grupo se destaca na preocupação com as pessoas do início ao fim do processo, reconhecendo as diferenças entre as gerações e o potencial de cada uma para impulsionar a performance das empresas. Com alto nível de flexibilidade, desenvolveu uma metodologia consultiva escalável que ao longo de 9 anos já atendeu 400 companhias, alcançou 282 mil candidatos entrevistados e quase 9 mil posições trabalhadas, com 99,5% de assertividade, índice de recompra do cliente de 90% e NPS de 98%. Em seu portfólio, estão grandes marcas como Natura, Itaú, iFood, Stellantis e Vale.

Mais informações: https://grupohub.com/

Sobre a Télos:

A Télos é uma edtech de impacto social que tem como objetivo descentralizar o ensino de linguagem de programação no Brasil, transformando vidas e fortalecendo a economia de pequenas e médias cidades por meio da conexão de jovens talentos do interior do país com empresas de tecnologia e inovação.

A jornada completa pelo ensino de programação dura seis meses, unindo conteúdo técnico, inglês e softskills, com apoio humanizado ao aluno, que tem a opção de pagar o curso depois de ser contratado. A partir de uma experiência gamificada, a startup garante aprendizado mais leve e uma taxa de conclusão superior a 90%. Por outro lado, resolve uma dor importante de CTOs e RHs, trazendo ferramentas que ajudam as empresas a identificarem os candidatos ideais para suas necessidades. 

Sobre o Z.ro Bank:

Lançado em setembro de 2020 como primeiro banco digital multimoedas com tecnologia blockchain do Brasil, o Z.ro Bank ampliou sua atuação para se tornar uma techfin especialista em criar serviços financeiros inovadores para outras empresas. Atende clientes nacionais e internacionais no segmento B2B, com foco em soluções de Pix e Câmbio. Desde o lançamento, em agosto de 2022, o serviço de Pix para empresas já alcançou R$ 20 bilhões. Em alguns meses de 2023, mais de 5% de todos os pix de pessoas para empresas no Brasil foram processados pelo gateway do Z.ro Bank. No segmento B2C, além de realizar os serviços tradicionais de um banco, os usuários podem, em uma mesma conta, pagar e receber em reais ou criptoativos, sempre com liquidez imediata. A empresa foi finalista em várias premiações como 100 Startups to Watch, Ranking 100 Open Startups (Top 10 Scaleups) e Prêmio Banking Transformation. Mais informações: https://www.zrobank.com.br/

Júlio Souza | Ryto Public Affairs


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