Custeado pelo Acordo de Reparação da tragédia-crime da Vale em Brumadinho, CRAS é inaugurado em Mário Campos
5 de maio de 2024Centro de Referência de Assistência Social é mais uma iniciativa que busca honrar a memória das 272 pessoasmortas no colapso da barragem. Das vítimas, 20 eram mariocampeses
Inauguração do CRAS em Mário Campos – Foto AVABRUM
Brumadinho, 3 de maio de 2024 – A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (AVABRUM) participou, no último dia 30, da inauguração do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), em Mário Campos.
O Acordo de Reparação decorrente do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho vai destinar R$ 540 mil para custear a remuneração dos 13 servidores do espaço durante o primeiro ano do projeto, além da compra de equipamentos e insumos para o seu funcionamento.
Mário Campos foi o município mais afetado pela tragédia-crime da Vale depois de Brumadinho, com grande impacto na saúde da população e na economia da cidade.
Das 272 vítimas fatais, 20 eram mariocampeses. O CRAS, além de ajudar a população, busca honrar a memória de todos que foram mortos no colapso da barragem.
Durante a cerimônia, a presidente da AVABRUM, Andresa Rodrigues, que perdeu seu único filho na tragédia, destacou o cuidado especial que a associação dos familiares tem tido para garantir que todos os recursos do acordo sejam investidos para melhorar a vida das pessoas impactadas pelo rompimento.
“Desejamos que cada vida que entrar neste espaço seja ressignificada; que esse seja um local de esperança”, disse a mãe de Bruno Rodrigues.
No evento, além de Andresa, também representaram a AVABRUM Alexandra Andrade, que perdeu o irmão, Sandro Andrade Gonçalves, e o primo, Marlon Rodrigues Gonçalves; Jacira Francisca Costa, mãe de Thiago Mateus Costa; Nayara Cristina Dias Porto Ferreira, esposa de Everton Lopes Ferreira; e Maria Regina da Silva, mãe Priscila Elen Silva, todos enterrados na lama da Vale.
“Onde tem qualquer centavo do acordo, que foi do sangue dos nossos, a gente faz questão de estar presente. Onde nós entramos, estamos com as 272 pessoas que foram mortas sem saber o que estava acontecendo. Uma covardia muito grande. Esse dinheiro não é da Vale, muito menos dos cofres públicos. É um dinheiro de sangue”, disse a mãe de Priscila Elen.
Com a presença do prefeito de Mário Campos, Anderson Ferreira Alves, a ação também contou com a presença de outros servidores públicos do município.
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