Doença de Peyronie: saiba tudo sobre o problema que pode atingir 1 a cada 5 homens do mundo
15 de maio de 2023Dados são da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
A Doença de Peyronie é conhecida por provocar deformidades na região do pênis, que vai se entornando. Analogamente, essa condição vai fazendo com que o homem tenha dificuldade de ereção, o que pode trazer consequências para a sua saúde de um modo geral e levar ao aparecimento de outras doenças, como a depressão.
Segundo os especialistas, “apenas” 10% da população masculina, com maior incidência em homens acima dos 40 anos, acabam desenvolvendo esse problema para a ereção. Por outro lado, a Doença de Peyronie já pode acometer um número maior de pessoas.
Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com base em produções científicas da área, apontam que a incidência da doença pode variar entre 0,5% a 20% na população mundial. A seguir, entenda mais sobre os impactos desta deformida:
Mudanças no corpo
O corpo humano sofre diversas alterações ao longo da vida: os pelos perdem a cor e ficam brancos, a elasticidade da pele diminui e rugas podem surgir, a força muscular não é mais a mesma e o desempenho sexual também pode sofrer alguns impactos.
No caso masculino, alguns diagnósticos estão mais diretamente associados ao avanço da idade e a fatores sexuais, como é o caso da Doença de Peyronie.
Curvatura peniana e rigidez vertical
Trata-se de um caso relativamente comum, como demonstrado pela SBU, pois atinge cerca de 10% dos homens brasileiros. Isso significa que entre 10 homens, pelo menos um deles sofre com a doença.
A Doença de Peyronie é uma patologia que se manifesta a partir da alteração acentuada dos níveis de curvatura do pênis, o que vem acompanhado de dores intensas, dificuldade de manter ereções e até diminuição do tamanho do pênis.
Causas da doença de Peyronie
O Peyronie não é uma doença associada a fatores genéticos. Ela não aparece do dia para a noite e resulta de um processo de longo prazo, com o amadurecimento de fibroses na túnica albugínea do pênis.
Fibroses penianas
As fibroses no pênis são microlesões que se acumulam ao longo do tempo pela repetição de alguns movimentos, em especial durante a penetração sexual, momento em que o pênis está mais pressurizado e sensível aos impactos do escape.
Ou seja, a depender da posição sexual ou da má lubrificação íntima, o pênis fica mais suscetível a sofrer micro impactos que, a longo prazo, resultam na alteração da curva, do calibre e da rigidez do pênis.
As fibroses criam assimetrias no membro, que podem ser tanto na circunferência do pênis como nas laterais.
No primeiro caso, o resultado é o afinamento do pênis, enquanto no segundo a consequência é o pênis ficar torto na direção em que a fibrose foi mais intensa.
Principais sintomas da doença de Peyronie
Como estamos falando de uma doença que se desenvolve ao longo de um determinado período, os sintomas serão notados pela percepção da alteração estética do membro e/ou da sensação de dor.
Os principais sintomas da Doença de Peyronie são:
- alteração anormal da curvatura peniana, acima de 30º;
- diminuição do tamanho do pênis;
- dor em atividades rotineiras;
- dificuldade de manter a ereção ou de realizar movimentos penetrativos na hora H;
- afinamento do membro.
Dificuldades sexuais e fisiológicas
Pelos sintomas descritos é possível inferir que uma das áreas mais afetadas será a saúde sexual dos homens com Peyronie.
Entretanto, além das dificuldades sexuais como o impacto no desempenho sexual, homens com esse problema podem sentir dificuldades para fazer xixi e dores fortes durante atividades físicas ou durante trabalhos que exigem muito esforço físico.
Saúde mental
Outro ponto que merece destaque é o impacto na saúde mental desses pacientes. Há um impacto significativo na autoestima e no próprio prazer sexual tanto pessoal quanto da parceira(o).
É comum que homens que sofram com a Doença de Peyronie se sintam mais ansiosos, estressados e também mais deprimidos que o normal. Por isso, buscar um profissional da psicologia pode ser recomendado para auxiliar no processo de tratamento e recuperação deste diagnóstico.
Fases de desenvolvimento
A Doença de Peyronie se desenvolve em duas fases distintas:
- Fase aguda/inflamatória: primeiro estágio da doença, com duração entre 12 e 18 meses. Nesse momento, há mudança progressiva do ângulo de curvatura peniano, junto do surgimento de placas fibrosas na parte debaixo do membro. Essa é a fase em que a fibrose ainda não cicatrizou;
- Fase crônica: também conhecida como fase cicatricial, é o momento em que a placa fibrosa está completamente cicatrizada e estável, o que significa que os medicamentos terão pouco ou nenhum efeito para reverter a tortuosidade. É uma fase mais grave e avançada do problema.
Medicamento ou cirurgia?
Para tratar a Doença de Peyronie, há dois caminhos possíveis: o caso pode ser tratado com medicamentos orais ou injetáveis, ou pode seguir a alternativa da intervenção cirúrgica.
Quando a Doença de Peyronie é diagnosticada logo na fase inicial (aguda), a ação de substâncias medicamentosas e fármacos é recomendada para evitar que as fibroses aumentem.
Caso o Peyronie seja identificado em fase crônica, a situação exige uma intervenção de cunho permanente, via cirurgia para implante de prótese peniana. A prótese oferece uma taxa de correção de aproximadamente 70% dos casos.
Mesmo quando identificada na fase inflamatória, a melhor alternativa pode ser a cirurgia. Há casos em que os remédios apenas diminuem o aumento da fibrose, mas não são capazes de reverter o que ficou torto e nem recuperar o membro em casos de afinamento e perda do tamanho, por exemplo.
Em alguns casos, ainda, as deformidades causadas pela doença de Peyronie podem ser corrigidas por meio de técnicas cirúrgicas precisas, como a Técnica Egydio, que visa alongar os tecidos do pênis com múltiplas incisões de relaxamento para possibilitar a recuperação do tamanho e diâmetro do membro, até o limite dos nervos, vasos e uretra. Trata-se de um dos procedimentos mais indicados na busca do melhor resultado e satisfação dos pacientes.
Todas essas decisões devem ser acompanhadas por um especialista e por exames adequados e que sejam capazes de fornecer o diagnóstico correto para o seu caso. Visite um urologista e faça consultas com frequência!
Por Alcindo Batista