Embrapa Agropecuária Oeste realiza ações estratégicas com presenças de destaque no cenário nacional
6 de dezembro de 2024À esquerda, na foto, Rogério Beretta (secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável do governo de Mato Grosso do Sul) e, à direita, Clenio Nailto Pillon (diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa) Foto: Sílvia Zoche Borges/Embrapa |
O diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clenio Nailto Pillon, e o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável do governo de Mato Grosso do Sul, Rogério Thomitão Beretta, estiveram na Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) na primeira semana de dezembro de 2024 para a ação de revisão da Agenda Estratégica da Unidade – o diretor no dia 2 e o secretário no dia 4.
O objetivo é que o Centro de Pesquisa esteja alinhado com as metas e os objetivos institucionais da Embrapa, especialmente em um cenário de expansão, inovação e adaptação a novos desafios.
]Novos diálogos juntos a diferentes atores serão realizados para construção da agenda estratégica no próximo ano.
Harley Nonato de Oliveira, chefe-geral da Agropecuária Oeste, disse que esse é um momento muito importante, para “dialogar, pensar e discutir sobre os próximos 50 anos da Embrapa.
O que nos trouxe até aqui não é o que vai nos levar adiante.
Os desafios e as oportunidades são colocados a cada dia e, assim, com a participação interna, por meio dos empregados, e externa através dos diferentes atores que atuam no setor, iremos construir uma agenda estratégica e alinhada aos novos desafios”.
Rafael Zanoni Fontes, chefe adjunto de P&D, contou que, atualmente, o Centro de Pesquisa passa por uma “janela importante de transformação, com um leque de oportunidades.
Temos que enxergar os desafios regionais, enfrentá-los e encontrar os caminhos para a solução, mobilizando competências tanto na Embrapa quanto em possíveis parceiros”.
O analista Leandro Lima de Oliveira, supervisor do Núcleo de Desenvolvimento Institucional (NDI), da Embrapa Agropecuária Oeste, que é também o coordenador do Grupo de Trabalho da Agenda, falou que este processo de discussão com agentes externos à Unidade vai além da revisão técnica, mas também representa uma oportunidade de diálogo e construção conjunta.
“Uma Agenda atualizada nos permitirá estar ainda mais preparados para implementar projetos transformadores, melhorar a articulação interna e externa e enfrentar os desafios do futuro com segurança e efetividade”, disse.
Conversa com o diretor
No dia 2, Pillon teve uma série de reuniões e discussões com a equipe da Embrapa Agropecuária Oeste. Primeiro, com o Colegiado de Gestão, em seguida com membros do Grupo de Trabalho para a revisão da Agenda Estratégica do Centro de Pesquisa da Embrapa, depois uma reunião geral com todos os empregados e, por fim, com as equipes de pesquisa e de transferência de tecnologia.
O diretor salientou na sua fala que a “Embrapa está aberta ao novo”. Ele destacou a importância da articulação e das discussões que algumas Unidades, como a Embrapa Agropecuária Oeste, já iniciaram.
Segundo ele, essas ações são muito importantes para a construção da Agenda, sempre com foco na estratégia da Empresa, expressa no VII Plano Diretor da Embrapa (PDE).
“Nos últimos 50 anos, a Embrapa trabalhou para garantir a segurança alimentar do Brasil, isso foi fundamental. Daqui para frente, o olhar é para outras questões; não que a Embrapa não vá continuar trabalhando com aquele desafio, mas há outros a serem superados, como a soberania alimentar”, disse Pillon, e falou dos desafios globais que estão no PDE e as escolhas estratégicas feitas pela instituição. “Devemos olhar para além dos desafios das cadeias produtivas, devemos olhar também para os grandes desafios presentes no VII PDE”.
“Reflitam sobre os desafios do dia a dia da Unidade, mas também sua contribuição para os desafios presentes no PDE. Temos que olhar por outros ângulos”, alertou Pillon, que enfatizou também que os trabalhos de pesquisa devem ser direcionados para a gestão de entregas e não somente para a gestão de projetos, como se tem feito.
“A partir de 2025, vamos focar na gestão das entregas, porque são elas que vão impactar. A sociedade quer saber o que estamos entregando. Devemos sair da gestão dos meios, que são os projetos, para a dos resultados, que são as entregas”.
O diretor falou sobre o resgate dos Sistemas de Inteligência da Embrapa para resgatar as discussões técnicas prospectivas com as equipes, estimulando a discussão sobre a ciência.
“Os chefes de P&D precisam valorizar as discussões com suas equipes. Isso é fundamental”, orientou Pillon, dizendo também que ouvir é uma forma de engajar.
“É preciso ter espaço para inovar, formular, propor, criar. Temos que voltar a valorizar isso. Estratégias e pessoas são os dois pilares mais importantes de uma empresa”.
Conversa com o governo de MS
No dia 4, foi a vez dos empregados da Embrapa Agropecuária Oeste conversarem com Rogério Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável do governo de Mato Grosso do Sul.
Em sua fala, ele apresentou o cenário atual e os avanços e a diversificação das cadeias produtivas, bem como sobre o processo de verticalização que vem ocorrendo no estado, com a instalação de diversas indústrias em diferentes cadeias agropecuárias.
Segundo Beretta, MS é o primeiro colocado em crescimento da indústria de transformação, com 68% de crescimento entre 2010 e 2024.
Também é o primeiro estado em investimento público (15,30%) e o terceiro maior em crescimento econômico do Brasil (PIB 2023 foi de 6,6%).
Ele informou que o estado sul-mato-grossense possui 38% de vegetação nativa, um “estado extremamente sustentável, com crescimento de áreas agrícolas e florestais em áreas que antes eram ocupadas por pastagens degradadas, inclusive, com crescimento de áreas remanescentes”, assegurou, sendo que MS possui 62,64% do bioma Cerrado, 27,28% de Pantanal e 10,48% de Mata Atlântica.
O secretário afirmou que “Mato Grosso do Sul é uma potência agrícola. É o estado que mais exporta produtos florestais do País.
Mas, ainda assim, precisamos aumentar nossas cestas de produtos” e exemplificou que o governo do estado já está se movimentando nesse sentido com a vinda da cultura do amendoim com previsão de 35 mil hectares de área plantada e da laranja que já está ocupando cerca de 30 mil hectares.
“Os produtores de laranja de São Paulo estão vindo para cá, fugindo do greening que está afetando 44% dos pomares daquele estado. E o governo de MS estabeleceu regras muito rígidas de sanidade”, contou. Outras opções citadas foram a macaúba e o combustível sustentável da aviação (SAF).
De acordo com os dados apresentados, Mato Grosso do Sul foi o estado brasileiro com maior crescimento no balanço de fixação de carbono que, segundo Beretta, devem-se ao alto índice de áreas com integração lavoura-pecuária-floresta (3,169 milhões de hectares), ao alto grau de implementação de florestas plantadas e ao programa de pecuária “Precoce MS” em que a idade média de abate é de 22 meses enquanto o padrão é de cerca de 42 meses.
Além disso, citou políticas públicas como o “Programa Estadual de Bioinsumos” e ações de manejo e conservação do solo e da água, como o “Prosolos”.
Beretta também falou sobre práticas importantes que o governo do estado incentiva, como os sistemas irrigados com o programa “MS Irriga”, o que contribuiu para a instituição do primeiro polo de irrigação em Mato Grosso do Sul na Bacia do rio Ivinhema.
“As verbas federais só chegam a estados que tenham polo, e a Embrapa Agropecuária Oeste ajudou muito na criação deste polo”, contou.
Outras práticas são a do Sistema Plantio Direto (SPD), pecuária sustentável, bioinsumos, terminação intensiva, recuperação de pastagens degradadas, manejo de resíduos da produção animal e vegetal e florestas plantadas que hoje ocupam uma área de 1,6 milhão de hectares e que, segundo o secretário, chegará a 2 milhões de hectares em breve devido a diversos projetos.
“O estado carbono neutro até 2030 é devido a todas as práticas sustentáveis que estamos trabalhando”, garantiu Beretta.
O secretário finalizou a apresentação falando sobre a Rota Bioceânica, o corredor rodoviário com extensão total de 3.320 quilômetros que liga o oceano Atlântico e Pacífico.
“É um projeto federal e que Mato Grosso do Sul tem trabalhado muito também. Quando se concretizar, MS será o centro da rota, um hub logístico”.
O segundo momento de Beretta foi com as equipes de pesquisa e de transferência de tecnologia do Centro de Pesquisa. “Esse encontro com o secretário possibilitou debate sobre novas possibilidades de integração e realização de trabalhos em parceria.
Havendo o aprofundamento das discussões, especialmente sobre a atuação de uma Unidade Ecorregional, e como ela pode contribuir com os desafios do MS, especialmente sobre os temas sistemas de integração, fixação de carbono, sustentabilidade agrícola, piscicultura, manejo de resíduos animal e vegetal, fruticultura, erva-mate e produção leiteira”, disse o chefe-geral Harley Nonato de Oliveira.
Ao final das discussões, ao conhecer mais sobre a Embrapa Agropecuária Oeste, Beretta disse, que o governo do estado de MS conta com o Centro de Pesquisa para contribuir com o estado na busca de soluções de desafios e propôs efetivar novas parcerias e idealizar projetos que devam ser conduzidos e finalizou: “Não temos a noção daimportância e do impacto da integração entre governo do estado, Embrapa Agropecuária Oeste e iniciativa privada. Essa integração será muito relevante”.
O chefe-geral reforçou o compromisso de, enquanto Unidade Ecorregional, contribuir para o avanço do estado de Mato Grosso do Sul, por meio não somente das competências instaladas do Centro de Pesquisa, mas através de todas as Unidades instaladas nas cinco regiões do Brasil, e colocou a Unidade à disposição do governo do estado, inclusive, de articular internamente com a Rede Embrapa de Pesquisa.
Sílvia Zoche Borges (DRT-MG 08223)
Embrapa Agropecuária Oeste
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