Emoção, lucidez e despedida: os bastidores da seleção de vôlei na conquista do bronze em Paris

Emoção, lucidez e despedida: os bastidores da seleção de vôlei na conquista do bronze em Paris

10 de agosto de 2024 Off Por Ray Santos
Compartilhar

Equipe feminina celebrou a terceira colocação no torneio olímpico com vitória sobre a Turquia, por 3 sets a 1, neste sábado, 10

Gabriel Gatto Gabriel Gatto Luiz Carlos Pavão, de Paris (França) Luiz Carlos Pavão, de Paris (França) 

10 ago 2024 – 16h23
(atualizado às 16h27)
Compartilhar
Exibir comentários

Brasil vence a Turquia na decisão do bronze do vôlei feminino dos Jogos de Paris
Foto: REUTERS/Annegret Hilse

A conquista do bronze no torneio feminino de vôlei dos Jogos Olímpicos de Paris consolida o espírito de resiliência da bicampeã seleção brasileira. Com 100% de aproveitamento até a semi, quando caiu diante dos Estados Unidos, a equipe ‘sacudiu a poeira’ e despachou a Turquia para garantir a 3ª colocação.

    A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

O fantasma da derrota dramática na semifinal, por 3 sets a 2, não deu as caras na Arena Paris Sul 1 neste sábado, 10. Com o controle da partida, a equipe comandada pelo multicampeão Zé Roberto confirmou o favoritismo sobre a Turquia, seleção que buscava uma inédita medalha olímpica no vôlei.

Notícias relacionadas
Brasil e Turquia disputaram o bronze no vôlei feminino dos Jogos de Paris Foto: Miriam Jeske/COB
Brasil desconhece a Turquia e conquista o bronze no vôlei feminino dos Jogos de Paris
Thaisa Daher abaça Gabi, colega de quipe Foto: Reprodução | Globo
Emocionada, Thaisa se despede dos jogos, ‘passa bastão’ para Diana e cita lesões
Rosamaria Montibeller, que atua nas posições de oposta e ponteira Foto: Reprodução | Globo
Rosamaria diz que bronze é ‘coroação de trabalho duro’: “Significa muito”

O treinador, inclusive, foi um dos que mais se emocionou após a vitória. À imprensa, Zé Roberto explicou a importância que dá ao bronze e a preocupação em se despedir de Paris com as mãos vazias.

“Eu tinha uma preocupação grande com a conquista dessa medalha, porque eu ficaria muito triste se nós voltássemos para o Brasil sem nada. Era uma questão extremamente importante de representar o nosso povo, a nossa bandeira, de sair daqui com uma medalha olímpica, porque isso é história. E isso a gente fez, deixou nossos nomes como medalhistas de bronze na Olimpíada de Paris”, exaltou o treinador.


José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina de vôlei, em jogo contra Turquia
Foto: REUTERS/Annegret Hilse

As veteranas Thaisa Daher, bicampeã olímpica, e Gabi Guimarães, capitã da seleção e prata em Tóquio-2020, foram as jogadoras que, após o calor da derrota, cravaram que o bronze era considerado ‘pouco’ perto do que a equipe feminina de vôlei merecia. Com a vitória e o fim do ciclo olímpico, elas exaltaram a medalha.

A capitã revelou, também, ter contato com o apoio de Zé Roberto para se inspirar à luta pela terceira colocação: “Foi uma frustração muito grande, mas assim que a gente entrou no vestiário, o Zé puxou a gente e nos trouxe muita lucidez da importância de voltarmos com essa medalha de bronze para casa”.
Publicidade

“O esporte é muito ingrato, porque foi no detalhe e logo a gente tinha que jogar de novo e superar essa dor que estava sentindo, foi um dia muito ruim, muito triste. Ao mesmo tempo foi muito bom porque Deus deu a oportunidade, a gente tinha uma oportunidade de fazer diferente no próximo jogo, com muita dificuldade, com o coração partido”, desabafou Thaisa.

Gabi, Zé Roberto e Thaisa falam após bronze do Brasil no vôlei feminino
Foto: Luiz Carlos Pavão/Terra
Fim de ciclo e passagem de bastão

Após sua quarta participação olímpica, a meio-de-rede Thaisa revelou que se despede da seleção brasileira de vôlei e não disputará vaga para o ciclo de Los Angeles-2028. Aos 37 anos, a atleta conquistou o ouro em Pequim-2008 e Londres-2012. Atuou nos Jogos do Rio, em 2016, e apenas ficou de fora, por lesão, das Olimpíadas de Tóquio, em 2021, após se lesionar.

“Aqui está se encerrando um ciclo, acho que por isso eu chorei tanto, foi uma vida inteira dedicada ao vôlei, à seleção, vou continuar no clube, mas a seleção realmente, para mim, é muito desgastante. Tem uma galera voando aí, umas meninas principalmente no meio”, disse à atleta.

Com dois ouros e um bronze olímpico no currículo, Thaisa afirma que ‘passou o bastão’ à central Diana: “Peguei pelo braço, abracei e falei: ‘estou passando o bastão para você, tem total condição de firmar sua posição e levar esse time’, ela começou a chorar e agradeceu. É passar esse legado que eu deixo, espero que tenha feito da melhor maneira possível”.

Conheça a Chaumet, joalheria que fez as medalhas dos Jogos Olímpicos de Paris

Fonte: Redação Terra


Compartilhar