Estudo alerta para áreas de risco no Espírito Santo

Estudo alerta para áreas de risco no Espírito Santo

20 de setembro de 2023 Off Por Marco Murilo Oliveira
Compartilhar

Cartografia de risco geológico de Muniz Freire (ES) aponta seis áreas de risco alto e cinco de risco muito alto

O município de Muniz Freire, no Espírito Santo, apresentou seis áreas de risco “alto” e cinco de risco “muito alto”, associadas a processos de deslizamentos planares, inundações, enxurradas e quedas de blocos, conforme aponta a Cartografia de Risco Geológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB), disponível aqui .

A cidade enfrenta desafios significativos relacionados à estabilidade das encostas íngremes ocupadas. Uma preocupação adicional é a realização frequente de cortes irregulares nas encostas para a construção de moradias, o que agrava ainda mais a situação. Essas construções em cortes podem ser encontradas tanto no meio quanto na base das encostas, segundo o mapeamento.

Outro desafio de Muniz Freire é referente aos processos hídricos, sendo inundações o principal a ser observado na região. As características das drenagens locais, que são encaixadas e recebem uma grande quantidade de águas em um curto período de seus afluentes e encostas, contribuem para o transbordamento desses canais, resultando no impacto às moradias do entorno.

Os pesquisadores do SGB informaram que, comparado ao levantamento anterior, de 2014, os resultados atuais mostram aumento no número de áreas de risco geológico no município, devido principalmente à compartimentação de áreas existentes, com a nova metodologia de mapeamento, e ao aumento de eventos naturais extremos. De acordo com eles, “em geral o município tem atuado para reduzir as áreas de risco existentes, com a execução de obras de proteção superficial e contenção de encostas.

Áreas de Risco no Espírito Santo

Até o final de agosto, o SGB já havia realizado cartografias de áreas de risco geológico em 77 municípios do Espírito Santo e identificado mais de mil setores que podem sofrer processos geológicos. O número de pessoas que vivem em moradias de risco passa de 323 mil, conforme as informações dos relatórios disponíveis aqui .

Políticas públicas para prevenção de desastres

O estudo apresenta sugestões para diminuir ou erradicar o risco geológico, como: elaborar plano de contingência que envolva as zonas rural e urbana, para aumentar a capacidade de resposta e prevenção a desastres no município; e realizar programas de educação ambiental voltados para as crianças em idade escolar e para os adultos em seus centros comunitários, com o intuito de ensinar a evitar a ocupação de áreas impróprias para construção.

O SGB recomenda ainda instalar sistema de alerta para as áreas de risco, por meio de veiculação pública (mídia, sirenes, celulares), permitindo a remoção eficaz dos moradores, em caso de alertas de chuvas intensas ou contínuas.

O mapeamento realizado pelo SGB é essencial para subsidiar a tomada de decisões assertivas, relacionadas às políticas de ordenamento territorial e prevenção de desastres. Além disso, auxilia na definição de critérios para disponibilização de recursos públicos destinados ao financiamento de obras de prevenção e resposta a desastres. Dessa forma, o SGB contribui para reduzir vulnerabilidades sociais e impulsionar o desenvolvimento regional.

A atuação do SGB está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial aos ODSs 1, 2, 9, 11, 12 e 13, que tratam de: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; indústria, inovação e infraestrutura; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima.

Ministério de Minas e Energia


Compartilhar