Farmacêuticos podem usar inteligência artificial com nova resolução, veja o que muda
9 de setembro de 2024O “boom” da inteligência artificial não deixou nenhuma área de fora. Marketing, mercado financeiro, transporte, engenharia são alguns exemplos de segmentos que se beneficiam com as ferramentas disponibilizadas no mercado. A saúde tem se destacado no uso da inovação, e para isso, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) passou a permitir recentemente o uso de tecnologias como IA e blockchain por farmacêuticos.
Segundo a especialista em direito na saúde Nilza Sacoman, a Resolução nº 10, de 2 de julho de 2024, regulamenta as funções do profissional com relação a inteligência artificial e saúde digital, um segmento que engloba tecnologias da informação na rotina de profissionais de saúde e de pacientes, usadas para tratamento, aprendizagem, treinamento e realização de pesquisas, como a prática da teleconsulta.
“O reconhecimento oficial do CFF busca estimular a integração do farmacêutico na área da saúde digital. Com a nova regra, os profissionais da área podem usar softwares como dispositivos médicos, conhecidos como saMD com a finalidade de medicamento digital, digiêutico ou terapêutico digital, desde que tenham um farmacêutico como responsável técnico e com representação no Brasil”.
De acordo com a resolução, o entendimento de serviços da saúde digital inclui aplicativos, hardwares, softwares, dispositivos eletrônicos, bases de informação e algoritmos, que tenham como objetivo final a promoção da saúde. A publicação define como medicamento digital, digiêutico e terapêutico digital como tratamentos que usam software para prevenir, gerenciar e tratar doenças, que podem funcionar em conjunto com medicamentos ou de maneira independente.
“Além da permissão para o uso dessas ferramentas, o farmacêutico deve seguir uma série de regras. É preciso reportar falhas técnicas às autoridades de saúde, monitorar o comportamento dos softwares, assegurar que o uso da IA não substitui o julgamento clínico no próprio farmacêutico e criar diretrizes para implementar a tecnologia em sua prática profissional, entre muitas outras normas a serem seguidas”, explica a advogada.
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