Investimento em inovação e responsabilidade ambiental pautarão o futuro do mercado de reposição
28 de março de 2024Por Marcelo Martini
Ter um automóvel na garagem é o sonho de muitas pessoas. A praticidade e o conforto na rotina, economia de tempo, segurança ao circular nas ruas, além da liberdade para locomover-se em qualquer hora do dia são algumas das razões que justificam a procura por um meio de transporte próprio.
No entanto, com o veículo em posse, os condutores devem atentar-se a alguns cuidados relacionados as condições mecânicas, e, neste sentido, o mercado de reposição é um aliado fundamental ao prover inúmeras opções que beneficiam automotores.
O Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) estima que a Indústria Brasileira de Autopeças faturou R$238,2 bilhões em 2023.
Desse montante, o aftermarket corresponde a 22,5%. Para 2024, a expectativa é que o segmento de reposição participe de 22,3% do faturamento de R$ 247,7 bilhões previstos para o setor de autopeças.
Embora haja uma projeção de pequena queda, espera-se que o setor siga investindo em inovações que acompanhem as principais tendências do universo automotivo. Isso envolve a oferta de uma infraestrutura que conte com soluções de ponta e um atendimento ágil que supram as necessidades dos motoristas e motociclistas.
Próximos passos do mercado de reposição
Apesar da movimentação tímida em 2022, o investimento em novos automóveis tornou-se uma realidade para a população brasileira no ano passado.
Segundo relatório da FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), em 2023 foram emplacados 2.179.356 de carros, contra 1.957.621 registrados em 2022, um crescimento de mais de 11%.
Em paralelo, as motos também acompanharam esse movimento, com 1.581.526 de motocicletas vendidas em 2023, aumento de mais de 16%.
Diante da alta demanda nas ruas, o mercado de reposição sente na pele o impacto deste crescimento gradativo, além de observar o surgimento de novas oportunidades de negócios, tendo em vista a consequente maior procura por serviços de cuidados automotivos.
Desta forma, cabe ao setor fortalecer a cultura da revisão periódica para a conservação do veículo e para evitar situações de manutenção corretiva, que pesam mais para o bolso do consumidor.
Em sinergia com os cuidados dos modelos tradicionais, a eletrificação veicular tende a se destacar ainda mais, sendo que, de acordo com dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), as vendas devem superar 150 mil unidades em 2024.
Diante disto, o grande desafio é a construção de uma infraestrutura de recarga para longas distâncias. Por outro lado, grandes centros urbanos já têm investido em eletropostos, o que impulsiona a circulação de carros elétricos nas cidades.
Outra tendência está no avanço da digitalização no meio automotivo. As montadoras devem apostar em sistemas disruptivos, ampliando a segurança dos veículos, além de torná-los mais customizados e inteligentes. Já o mercado de reposição também se apoia na inovação para suprir essa cadeia.
A partir da integração de mecanismos de busca, por exemplo, é possível identificar as soluções mais adequadas, com relação ao preço e necessidades do reparador.
Além disso, a tecnologia permite o controle em tempo real e mais assertivo de estoque e informações detalhadas sobre diferentes tipos de veículos. Isso provoca uma visão ampla do que deve ser priorizado, inibindo investimentos desnecessários e otimizando o fluxo de caixa.
Os efeitos dos lubrificantes no aftermarket
Entre os passos primordiais na revisão veicular está a troca do óleo lubrificante. Para isso, é importante que os condutores sigam à risca as recomendações presentes no manual do fabricante e optem por produtos em sinergia com as especificidades do carro.
Neste sentido, o olhar do mercado de reposição segue voltado para a ampliação dos produtos de menor viscosidade e que assegurem a redução da emissão CO₂. Inclusive, já é possível notar frotas circulando com viscosidades de 0W-20 e 0W-40.
Com a utilização desses tipos de lubrificantes, o consumo de combustível tende a diminuir, gerando maior proteção ao meio ambiente.
Em paralelo, cabe as empresas do setor seguirem apostando em soluções sustentáveis, tornando os veículos mais ecologicamente corretos.
Além dos motores, o setor também tem se atentado aos cuidados com carros de transmissão automática, com produtos que garantem a lubrificação completa dos câmbios, realizando a limpeza, prevenindo a oxidação e garantindo seu funcionamento.
No caso das motos, além dos lubrificantes de qualidade para o motor, ainda é preciso contar com boas opções de fluidos de suspensão e freios para assegurar uma pilotagem segura.
Com as recentes transformações no segmento automotivo no que tange a eletrificação da frota, cuidados ambientais, maior emprego tecnológico e aumento da presença veicular, o mercado de aftermaket tem pela frente mais munição para seguir estimulado em buscar alternativas modernas e, ainda, preparar profissionais do setor para lidarem com esse cenário.
Certamente isso potencializará a competitividade entre as companhias, fazendo com que motoristas, motociclistas e reparadores saiam ganhando com o acesso a produtos mais inovadores e sustentáveis.
Marcelo Martini é Gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS, maior fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados do mundo.