Menos da metade das OSCs brasileiras são lideradas por mulheres
15 de outubro de 2024Entre negras, presença em instituições do terceiro setor atinge o teto de 40%
A discussão sobre igualdade no terceiro setor está crescendo. Dados do Mapa das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) mostram que o quadro de colaboradores dessas entidades é composto por 65% de mulheres. Entretanto, a presença feminina em cargos de liderança corresponde a apenas 46%. Em relação à igualdade racial, 58% das entidades possuem 40% ou menos de pessoas negras em sua equipe, o que pode ser visto também em estudo da Associação Brasileira de Organização Não-Governamentais (ABONG), que indica que 46% dos funcionários são negros.
Para Gigi Favacho, gerente da Rede CT – Capacitação e Transformação – rede de desenvolvimento de empreendedores sociais esportivos para uso de leis de incentivo, “Estamos presenciando uma mudança na curva dos números de representatividade no Brasil, mas é importante observar que diversidade, não reflete, necessariamente em inclusão. Uma organização pode ser diversa em números de representatividade, mas é preciso observar quais são as consequências desses números no tecido gerencial dessas organizações, quem são as pessoas em camadas decisórias, quais são as vozes ouvidas, qual o público prioritariamente impactado”.
“Temos praticamente 880 mil OSCs registradas oficialmente até 2023 no Brasil e muitas delas trabalham com a promoção da inclusão social, seja pelo esporte, arte, busca por direitos, saúde, entre outras formas. É coerente e necessário que a promoção da equidade esteja no core das estratégias de negócio e sustentabilidade destas organizações. Tomando como parâmetro um estudo realizado pelo Instituto Identidades do Brasil, que revela que para cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial, observa-se um incremento de quase 4% na produtividade das empresas. Além disso, para cada 10% de aumento na diversidade de gênero, há um acréscimo de quase 5% na produtividade. Ou seja, além de falarmos de avanços de pautas sócio identitárias, a diversidade, inclusão e equidade provocam um efeito em cadeia na sociedade, até mesmo do ponto de vista produtivo e econômico”, diz.
Rede CT promove minicursos para OSCs
Uma modalidade que será lançada pela Rede CT é a de cursos de curta duração. As aulas, ministradas por profissionais que atuam no terceiro setor, serão voltadas para projetos sociais e trarão discussões sobre temas como “Tecnologia para OSCs”, “Esporte para o Desenvolvimento Humano”, “Comunicação para OSCs”, “Criação e Manutenção de OSCs”, “Gestão Institucional de OSCs” e “Gestão Financeira de OSCs”.
As inscrições serão abertas em breve na própria plataforma do projeto, que pode ser acessada pelo link – www.capacitacaoetransformacao.org. As aulas serão mensais e disponibilizadas gratuitamente também no site da Rede CT. Confira o cronograma completo:
- OUTUBRO/2024 – Tecnologia para OSCs
- NOVEMBRO/2024 – Esporte para o Desenvolvimento Humano
- DEZEMBRO/2024 – Comunicação para OSCs
- JANEIRO/2025 – Criação e Manutenção de OSCs
- FEVEREIRO/2025 – Gestão Institucional de OSCs
- MARÇO/2025 – Gestão Financeira de OSCs
Sobre a Rede CT
A Rede CT – Capacitação e Transformação, é um projeto que, com apoio do Instituto Futebol de Rua, Nexo Investimento Social e Rede Igapó, e patrocínio do Itaú, capacita empreendedores sociais esportivos para uso da Lei Federal de Incentivo ao Esporte. Com a expectativa de capacitar 300 OSCs e mentorear outras 120, a Rede CT visa capacitar representantes dessas organizações para auxiliar em programas de apoio à prática esportiva como agente de transformação social nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, com foco em cidades no interior dos estados e pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
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