Ministro Flávio Dino debate no Senado conjunto regulatório para meios digitais

Ministro Flávio Dino debate no Senado conjunto regulatório para meios digitais

15 de setembro de 2023 Off Por Marco Murilo Oliveira
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Objetivo é fortalecer arcabouço legal para prevenir e reprimir crimes e condutas ilícitas nas plataformas

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o secretário-executivo, Ricardo Cappelli, o secretário nacional de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, e a assessora especial e especialista em Direitos Digitais do MJSP, Estela Aranha, estiveram nesta quarta-feira (13/09) na Comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado (CCDD) para debater com parlamentares um conjunto regulatório para meios digitais no Brasil.

De acordo com Flávio Dino, o estabelecimento de uma legislação consistente acerca do tema é imprescindível para prevenir e coibir crimes cometidos no ambiente digital, além de definir claramente a responsabilidade das empresas de tecnologia em conteúdos que propaguem atos ilícitos e façam apologia a criminosos. Na avaliação do chefe da Pasta, a nova forma de comunicação e propagação de informação derivadas das plataformas exige estrutura normativa que abranja a proteção de direitos e leis mesmo nos meios mediados.

“São temas novos, precisamos de novas leis. É possível uma regulamentação administrativa? Sim, mas ela nunca será plenamente eficaz. É possível que o Poder Judiciário julgue? Sim, mas isso não abrangerá a regulação do futuro. Por isso, é imprescindível a atuação do Congresso brasileiro para que a nossa sociedade tenha mais paz, as famílias tenham tranquilidade e nós consigamos prevenir e reprimir práticas criminosas. Precisamos de responsabilidade jurídica fixada em uma legislação e transparência”, defendeu o ministro, em exposição inicial aos parlamentares.

De acordo com Dino, entre as propostas do MJSP estão a intensificação do dever de cuidado, já previsto no Marco Civil da Internet, e a consolidação de um rol de condutas que sejam previamente definidas como passíveis de responsabilização legal. Segundo o ministro, operações e investigações do próprio Ministério justificam a necessidade de um arcabouço legal mais consolidado.

Operações

Como exemplo, o ministro citou operações como Escola Segura, Pessinus e Spector, que visaram, respectivamente, combater a apologia a atentados, estupro de vulnerável mediante chantagem e coação pela internet, além de tráfico de drogas em plataformas digitais. O crescimento de crimes como fraudes bancárias, por exemplo, também foi mencionado pelo ministro como motivo para uma união entre os Poderes na construção de uma regulamentação.

“O processo legislativo é autônomo, mas temos sugestões voltadas para que as plataformas tenham obrigações concretas de revelar, por exemplo, os critérios de estruturação dos algoritmos e seja possível uma auditabilidade em relação àquilo que as plataformas fazem”, complementou.

O secretário Nacional de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, acrescentou que o diálogo entre o MJSP e o Congresso Nacional sobre esse tema é fundamental. “E isso sobretudo pelo desafio histórico de compatibilizarmos a legislação com a nova realidade estabelecida pela revolução da comunicação digital”, afirmou.

Sugestões e propostas

Após a fala inicial, Flávio Dino e os demais representantes do MJSP responderam aos questionamentos dos senadores acerca das sugestões e propostas enviadas.

“Excelente a iniciativa do senador Eduardo Gomes, presidente da Comissão, que possibilitou a apresentação mais detalhada dos projetos do Ministério da Justiça e Segurança Pública para a área, assim como a contribuição dos senadores presentes para o debate trazendo suas principais preocupações e excelentes ideias para a atuação do Ministério na área de direitos digitais. Foi um encontro muito profícuo, uma rica colaboração entre o Executivo e o Legislativo”, finalizou a assessora especial e especialista em Direitos Digitais do MJSP, Estela Aranha.

Ministério da Justiça e Segurança Pública


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