No Dia Mundial do Turismo, setor deve encerrar o ano com alta de 13% no Brasil
29 de setembro de 2023Levantamento da FecomercioSP passa a incluir faturamento do setor por Estado; em julho, Bahia se destacou no ranking, com alta de 13,1%
No Dia Mundial do Turismo, celebrado nesta quarta-feira (27), o setor no Brasil tem o que comemorar: deve encerrar 2023 com alta de 13%, alcançando um faturamento de cerca de R$ 200 bilhões. A estimativa é do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). De acordo com a projeção da Entidade, em valores absolutos, serão R$ 22 bilhões a mais na comparação anual.
A projeção inclui os resultados de julho deste ano, mês em que o setor faturou R$ 16,1 bilhões — o que significa um crescimento de 3,3%, na comparação com o mesmo período do ano passado, e um adicional de R$ 508 milhões. No acumulado do ano, a variação é de 12,4%, chegando a R$ 106 bilhões.
Para obter a estimativa de 2023, a FecomercioSP realizou um tratamento estatístico de atualização da série histórica do faturamento do turismo nacional — com base na divulgação da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) —, por meio dos dados das atividades do turismo em 2021. Da mesma forma que atualizou a série nacional, a Federação também passou a incluir o faturamento do turismo por Unidade Federativa (UF). Os dados de julho apontaram que a maioria dos Estados performa positivamente. O destaque ficou por conta da Bahia, com crescimento de 13,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em seguida, vieram Minas Gerais (12,9%) e Acre (8,6%). No sentido oposto, os Estados do Amapá, com queda de 12,4%, e do Ceará, com redução de 10%.
“A ideia do levantamento é ter uma noção das participações de cada uma das UFs e ajudar no acompanhamento do desempenho, captando as tendências do turismo regional”, explicou o coordenador do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Guilherme Dietze, a respeito do novo recorte da pesquisa. De acordo com o conselho, o acompanhamento das informações será mensal, aproveitando informações do Índice de Atividades Turísticas (Iatur), apurado pelo IBGE. Para as UFs que não têm alterações, serão aproveitadas as variações dos “serviços gerais”, da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Contudo, os 12 Estados analisados e disponibilizados pelo Índice de Atividades do Turismo, do IBGE, já são uma amostra importante, dado que as receitas destes correspondem a praticamente 90% do total.
Uma ressalva importante é que o total do faturamento das UFs não coincide com o total nacional do levantamento da FecomercioSP, em decorrência da não contabilização do setor aéreo.
Inflação mais baixa impulsiona turismo
A combinação de dois fatores explica o momento favorável do Turismo brasileiro. O primeiro é a melhora nas condições econômicas das famílias, e segundo, o maior investimento das empresas em viagens e eventos. Ambos estão sendo beneficiados pela inflação mais modesta nas atividades do setor.
Os preços médios dos principais serviços de turismo no País caíram 2,43% em agosto (embora acumulem alta de 7,29% nos últimos 12 meses), de acordo com a pesquisa da Entidade, com base nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“Pode ainda parecer elevado, mas quando observamos a variação de agosto de 2022, de 31,27%, percebemos que o atual patamar está mais moderado. O que tem ajudado é a redução nos preços das passagens aéreas, como ocorreu em agosto (queda mensal de 11,49%)”, explica Dietze.
Além disso, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre acima das expectativas trouxe mais otimismo para o setor, pois há uma correlação direta, seja pelo aumento do consumo das famílias, seja pelo crescimento das atividades econômicas.
No mês de julho, das oitos atividades analisadas na pesquisa do Faturamento do Turismo Nacional, apenas o transporte rodoviário de passageiros apresentou resultado negativo, com queda anual de 12,2%. As maiores altas foram observadas em serviços de locação de meios de transportes (20,2%), alojamento (10,4%) e alimentação (6,4%), além de transporte aéreo (4,5%). As demais elevações foram registradas em atividades culturais, esportivas e recreativas (2%), agências de viagens, operadoras e outros serviços de turismo (0,3%) e outros tipos de transporte aquaviário (2,3%).
Nota metodológica
O estudo se baseia nas informações da Pesquisa Anual de Serviços, mediante dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do IBGE. Os valores são corrigidos mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o turismo. Para as que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do setor no total.
Em relação aos dados regionais, a base continua sendo a PAS, mas foi adotado um procedimento estatístico distinto, de uso da proporcionalidade nacional, para encontrar a receita das atividades nos Estados e, na sequência, uma estimativa setorial para se chegar na receita operacional líquida. Embora foram feitas estimativas segmentadas, a divulgação ficará restrita ao total, pois o objetivo é obter uma dimensão geral do setor e acompanhar o desempenho mensal. A correção monetária é feita pelo IPCA, e não pelo índice específico, tal como ocorre no volume de serviços, no IBGE.
O total do faturamento das UFs não coincide com o total nacional do levantamento da FecomercioSP, por não contabilizar o setor aéreo. Pelo fato de não haver clareza sobre como o instituto trabalha o dado de transporte aéreo de passageiro, optou-se por não usar neste momento. Quando houver uma indicação mais clara, haverá, certamente, uma atualização.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
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