Nova embaixada do Azerbaijão em Israel favorecerá estabilidade da região

19 de novembro de 2022 Off Por Ray Santos
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Criação da embaixada consolida as relações entre os dois países e mostra sucesso de Israel em construir pontes diplomáticas com outros estados de maioria muçulmana

Foto: Bandeiras do Azerbaijão e de Israel (Freepik)   O Azerbaijão será o primeiro país de maioria muçulmana xiita a abrir uma embaixada em Israel, após aprovação parlamentar nesta sexta-feira (18).

A nova embaixada será em Tel Aviv, onde o país já conta com um Posto de Turismo e um Escritório de Representação Comercial. A decisão consolida ainda mais a parceria entre os dois estados, que mantêm relações há 30 anos.

Israel tem uma embaixada em Baku, capital do Azerbaijão, desde 1993, mas o país xiita hesitou em fazer o mesmo em Israel no passado para evitar conflitos com outros estados de maioria muçulmana ou provocar o Irã.

No entanto, com os Acordos de Abraão, tratado de paz entre Israel e quatro países – Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão – e a reaproximação entre Israel e Turquia (na qual o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, estava envolvido), o estado aceitou o convite do presidente israelense Isaac Herzog, que escreveu no início deste ano uma carta em homenagem às três décadas de relações entre os países e também propôs uma visita à Israel e a criação da embaixada.

Israel e Azerbaijão têm uma estreita relação de defesa. Jerusalém já forneceu drones para Baku, que foram usados ​​na guerra do Azerbaijão contra a Armênia, de acordo com relatórios estrangeiros. Além disso, cerca de 40% do petróleo importado para Israel vem do Azerbaijão, e o Stockholm International Peace Research Institute descobriu que 69% das importações de armas do Azerbaijão entre 2016 e 2020 vieram de Israel, o que representa 17% das exportações de armas de Israel naquele período.

Yair Lapid, primeiro-ministro de Israel, elogiou a aprovação da criação da embaixada, chamando o Azerbaijão de “um importante parceiro de Israel e lar de uma das maiores comunidades judaicas do mundo muçulmano”, e dizendo que “esse movimento é fruto dos esforços do governo israelense para construir fortes pontes diplomáticas com o mundo muçulmano”.

Para André Lajst, cientista político e presidente executivo da StandWithUs Brasil, a decisão é mais um avanço para promover a paz na região.  “Isso mostra mais uma vez que, nos últimos anos, Israel tem sido procurado por países muçulmanos da região, sejam eles árabes ou não, que buscam estabilidade, tecnologia e segurança.

É o caso do Azerbaijão, mas também dos Emirados Árabes, do Bahrein e outros estados que têm relações com Israel há alguns anos e preferiram abrir suas relações diplomáticas completamente, com troca de embaixadores.

Esse cenário deve fazer com que a região se torne cada vez mais estável para enfrentar inimigos em comum, que são o terrorismo e o Irã nuclear”, explica o especialista em Oriente Médio.
Contatos da assessoria Laura Alegre WhatsApp: (11) 99655-9094 E-mail: laura@artpresse.com.br

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