Novo Ensino Médio noturno gera reclamações
23 de julho de 2024O Novo Ensino Médio aprovado pelo Congresso Nacional trouxe mudanças significativas para os rumos da educação secundária no Brasil. Um dos destaques é a oferta de ensino no turno noturno. De acordo com o último texto, aprovado pela Câmara, cada município deverá ter, pelo menos, uma escola da rede pública que disponibiliza estrutura de ensino médio regular à noite, de acordo com demanda apresentada na cidade. Somente se houver demanda o município estará obrigado a oferecer esta opção para os estudantes. Tanto as Secretarias de Educação quanto os estudantes reclamam de problemas para a aplicação dessas novas regras.
De acordo com o texto, o município deve garantir a igualdade de condições de acesso, de permanência e de conclusão do ensino médio para todos os estudantes, garantindo as condições necessárias para a aplicação efetiva e prática da etapa de ensino no período noturno.
A aplicação concreta destes pontos do Novo Ensino Médio está gerando preocupações para os Estados, os municípios, as Secretarias de Educação e os estudantes.
Um dos pontos de preocupação diz respeito à carga horária. De acordo com a nova lei, o ensino médio deve ter 3 mil horas ao longo dos 3 anos, com 200 dias letivos ao ano e 5 dias letivos por semana.
Os estudantes reclamam que o curso noturno com 3 mil horas, à noite, pode ser fator de abandono ou evasão escolar, uma vez que a oferta tem como público pessoas que trabalham durante o dia e estudam à noite. Reclamam que será cansativo para quem tem nesse turno a única oportunidade para estudar.
Por sua vez, as Secretarias de Ensino alertam que para cumprir essa carga horária, as aulas deverão começar mais cedo, o que poderia chocar com o horário em que os estudantes ainda estariam no trabalho ou em deslocamento entre o emprego e a escola.
Tanto estudantes quanto as Secretarias de Ensino também reclamam da falta de clareza no significado do que seria exatamente o que a lei chama de demanda para que sejam abertas turmas noturnas.
O Novo Ensino Médio ainda aguarda sanção presidencial.
De Brasília, Max Gonçalves