O futuro dos modelos de trabalho na era da Inteligência Artificial 

O futuro dos modelos de trabalho na era da Inteligência Artificial 

15 de agosto de 2023 Off Por Marco Murilo Oliveira
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Vivemos em uma época de avanços tecnológicos que têm revolucionado a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor. A Inteligência Artificial (IA) tem sido uma força motriz nessa transformação, ampliando as fronteiras do que é possível em diversos setores da sociedade. No entanto, é importante ressaltar que, longe de ser uma ameaça, a Inteligência Artificial está pavimentando o caminho para novos modelos de trabalho que serão mais humanizados e repletos de oportunidades. 

De acordo com um recente relatório sobre o futuro do trabalho produzido pelo World Economic Forum, espera-se que até um quarto das funções mudem nos próximos cinco anos. Cerca de 23% dos empregos devem passar por transformações até 2027. Essa mudança é influenciada por macrotendências como a transição verde, os padrões ESG e a reconfiguração das cadeias de suprimentos. Surpreendentemente, essas macrotendências emergentes estão entre os principais impulsionadores do crescimento do emprego. 

À medida que a Inteligência Artificial e a Inteligência Artificial Generativa abrem novos horizontes, o emprego de analistas, cientistas de dados, especialistas em Big Data, aprendizado de máquina e segurança cibernética deve experimentar um crescimento médio de 30% até 2027. Essa estatística revela o potencial de novas oportunidades em campos diretamente relacionados à Inteligência Artificial, enfatizando a importância da constante capacitação e adaptação à novas funções. 

Ao contemplar o futuro do trabalho, é crucial entender que a Inteligência Artificial não é apenas uma ferramenta de automação, mas também uma aliada importantíssima na expansão das capacidades humanas. O cenário que se apresenta é de uma simbiose entre as habilidades humanas e a potência da Inteligência Artificial, criando um ecossistema laboral altamente eficaz e enriquecedor. Ao invés de substituir empregos, essa tecnologia tem o potencial de criar funções e transformar as existentes, levando capacitação das pessoas a um novo patamar. 

Um dos aspectos mais promissores dessa revolução é a capacitação contínua. A educação e o desenvolvimento profissional não serão mais estáticos, mas sim uma jornada constante ao longo da vida. Plataformas de aprendizado impulsionadas por inteligência serão acessíveis a todos, permitindo que as pessoas adquiram novas habilidades de acordo com as demandas em constante evolução do mercado. Dessa forma, a população estará mais bem preparada para ocupar posições em setores emergentes, promovendo a criação de empregos que hoje sequer podem ser imaginados. 

A colaboração entre humanos e Inteligência Artificial também moldará os novos modelos de trabalho. A IA Generativa, por exemplo, possibilita a criação conjunta de soluções inovadoras, ao combinar a criatividade humana com a capacidade de a Inteligência Artificial de gerar ideias e conceitos. Profissionais de áreas criativas, como design e desenvolvimento, serão beneficiados por essa sinergia, produzindo resultados que transcendem as fronteiras do que poderiam alcançar individualmente. 

Avanços tecnológicos na saúde e na educação terão um significativo impacto bastante positivo, podendo permitir diagnósticos precisos e terapias ainda mais personalizadas, apoiando equipes médicas. Com a expansão da telemedicina, os cuidados ficarão acessíveis inclusive remotamente. Na educação, as plataformas de ensino online podem democratizar o ensino, enquanto algoritmos de aprendizado personalizados conseguem ser ajustados para o perfil e a capacidade de aprendizado de cada aluno, fornecendo ainda mais insumos para professores. Recursos educacionais digitais e programas de prevenção de saúde engajariam mais efetivamente alunos e professores para uma nova onda de conhecimento. O acesso universal a cuidados básicos e educação de qualidade seriam alcançados por meio de iniciativas governamentais e ONGs, além da capacitação digital para profissionais que melhorariam os serviços.  

Será uma oportunidade também para a redução de desigualdades com o acesso a mais vagas de trabalho que muitas vezes estavam restritas por limitações geográficas. O trabalho remoto impulsionado pelo maior uso de Inteligência Artificial dará novas oportunidades e ajudará na diversidade do ambiente de trabalho. 

O cerne desse futuro laboral é a valorização das habilidades humanas intrínsecas, como empatia, pensamento crítico, criatividade e resolução de problemas. À medida que a Inteligência Artificial lida com tarefas rotineiras e processuais, os profissionais terão mais tempo e condições para se dedicarem às atividades que exigem um toque humano singular. 

Nesse contexto, as empresas que compreenderem a importância da sinergia entre a capacidade humana única e as potencialidades da tecnologia estarão na vanguarda do progresso. A interação entre a inteligência artificial e a inteligência humana não resultará em substituição, mas em uma evolução que promove um ambiente de trabalho mais enriquecedor e eficaz. Enquanto a Inteligência Artificial alivia a carga de tarefas mundanas, os profissionais têm a oportunidade de alcançar novos patamares de excelência, contribuindo de forma singular para a sociedade e a economia. 

Os novos modelos de trabalho na era da Inteligência Artificial são excepcionalmente promissores por possibilitarem sinergia entre habilidades e maiores oportunidades para todos, criando uma força laboral mais versátil e diversificada. Essa colaboração entre humanos e máquinas tem o poder de abrir portas para uma inovação sem precedentes, beneficiando diversos setores e promovendo melhorias substanciais. A chave para abraçar essa evolução reside na compreensão de que a Inteligência Artificial é uma aliada, uma ferramenta que impulsiona o crescimento humano e inaugura uma era de trabalho mais humanizada do que nunca. Quem conseguir usar essa tecnologia em seus negócios certamente será beneficiado com um enorme ganho de performance. A pergunta que fica é: por que esperar? 

Por Sandra Maura, CEO da TOPMIND 


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