Palestra na Leilosul Agronegócios apresenta tendências do mercado do boi gordo

Palestra na Leilosul Agronegócios apresenta tendências do mercado do boi gordo

21 de junho de 2023 Off Por Ray Santos
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Foto: arquivo

Em sua 13ª edição, a mostra é o maior ponto de encontro da agropecuária em Bataguassu, no estado do Mato Grosso do Sul

A tão esperada liberação das exportações de carne bovina para a China aconteceu, entretanto, o volume de embarques não cresceu conforme esperado. Com mais carne no mercado, o preço do produto começou a cair para o consumidor final, que ainda segue descapitalizado em virtude dos solavancos provocados na economia pela pandemia de Covid-19.

Do lado do produtor, a virada do ciclo pecuário abalou a cotação do boi gordo, um movimento natural e que se repete a cada período de seis anos, aproximadamente. Ainda assim o panorama atual guarda boas oportunidades. “Apesar do momento de baixa do ciclo pecuário, esta é uma excelente ocasião para o produtor montar uma poupança de arrobas na fazenda”, avalia Hyberville Neto, da consultoria HN Agro.

O especialista é convidado da MFG Agropecuária para uma palestra sobre as tendências do mercado do boi gordo, em 5 de julho, durante a 13ª Leilosul Agronegócios, em Bataguassu (MS). A empresa encerrou 2022 com 220 mil cabeças confinadas e marca presença na mostra nos dias 4 a 8 de julho, em parceria com o frigorífico Marfrig e a Associação Brasileira de Angus.

Segundo o consultor, a produção de bezerros – que geraria a citada “poupança de arrobas” – demanda menor custo de manutenção e aumentaria as chances de se aproveitar uma possível alta de preços na virada de ciclo nos próximos anos. O momento atual é favorável para o confinamento, uma vez que o preço do insumo mais caro da dieta, o milho, recuou 31%, de janeiro a maio, e a relação de troca é a melhor dos últimos 38 meses.

“Ainda assim, muitos confinadores aguardam melhores preços no mercado futuro”, pondera Hyberville. Já o pecuarista extensivo vive um momento crítico. A chegada da estação seca reduziu a capacidade de suporte da pastagem, em um momento de sobrecarga de gado, devido à retenção de fêmeas observada nos últimos três anos. “Uma possibilidade seria livrar o pasto com uso de estratégias como o confinamento, sempre, claro, avaliando os custos da operação”, recomenda Hyberville Neto.

Parcerias de engorda

Mesmo quem produz 100% a pasto pode aumentar a eficiência produtiva do rebanho sem necessitar investir em grandes estruturas de confinamento. Para acelerar a terminação dos animais, encurtar o ciclo produtivo e melhorar a qualidade de carcaça existem as parcerias de engorda. Esse será o tema abordado por Vanderlei Finger, gerente geral de Compra de Gado da MFG, também no dia 5 de julho.

Finger destaca três modelos de parcerias: em um, os criadores de gado contratam o serviço por, aproximadamente, 100 dias, a um custo fixo diário. No outro, podem pagar por arrobas produzidas, calculadas a partir do peso de entrada e saída do bovino no cocho. Por fim, também existe a opção de pagar pelo consumo de matéria seca dos animais.

“Nós propomos ser uma extensão da fazenda dos nossos parceiros”, define o gerente, que ainda informa que os pecuaristas que contratam o serviço tem a possibilidade de travar o preço de venda de acordo com o mercado futuro, sem custos de ajustes e com os diferenciais de base travados para confinamentos localizados fora do estado de São Paulo.

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