Para Longen, manutenção da Selic em 13,75% atrasa recuperação e desenvolvimento econômico

Para Longen, manutenção da Selic em 13,75% atrasa recuperação e desenvolvimento econômico

23 de março de 2023 Off Por Ray Santos
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O presidente da Fiems, Sérgio Longen, voltou a criticar decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, nesta quarta-feira (22/03), de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, patamar em vigor desde o início de agosto de 2022. Na avaliação do líder empresarial, a situação é preocupante para a retomada do crescimento econômico.

“O setor empresarial hoje não tem recursos para fazer investimentos e com esses patamares de juros o que nos preocupa é a geração de empregos, já que com essa taxa de juros não há investimentos. Com isso, é necessário criar cada vez mais programas sociais e isso gera um desequilíbrio social”, afirmou Longen.

Segundo o presidente da Fiems, embora persistam, por parte do mercado financeiro, previsões de inflação um pouco acima da meta para este ano, seu comportamento mais recente apurado pelos índices de preços ao consumidor foi de queda acentuada.

“Nos últimos 12 meses, o índice oficial da inflação brasileira, o IPCA, apresentou redução próxima a 5 pontos percentuais, encerrando fevereiro de 2023 em 5,6%. Não faz nenhum sentido manter a taxa Selic em 13,75%, resultando em custos adicionais desnecessários ao país”, ressaltou.

Ainda conforme Sérgio Longen, a Taxa Selic elevada também gera aumento do pagamento de juros da dívida pública e risco de ampliar ainda mais o nível de endividamento da população brasileira.

“Então eu considero inaceitável a taxa de juros hoje. Eu pessoalmente esperava pelo menos uma redução de 0,25%, como sinal ao mercado de que estaríamos iniciando um novo processo na área econômica do Brasil. Pelo que eu vejo, as preocupações são relacionadas com a inflação, mas a minha preocupação é com o desenvolvimento da economia e com a geração de empregos”, completou.

Sobre a decisão do Copom

Apesar da desaceleração da economia e das pressões de parte do governo, o Banco Central não mexeu nos juros.

Em comunicado, o Copom informou que o ambiente internacional se deteriorou desde a última reunião do órgão, com bancos nos Estados Unidos e na Europa em problemas e com a inflação na maioria dos países não cedendo.

Na economia doméstica, a desaceleração continua, com a inflação acima do teto da meta. O texto menciona incertezas em relação ao futuro arcabouço fiscal em elaboração pelo governo, mas elogia a recente reoneração parcial da gasolina e do etanol.

“Por um lado, a recente reoneração dos combustíveis reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo. Por outro lado, a conjuntura, marcada por alta volatilidade nos mercados financeiros e expectativas de inflação desancoradas em relação às metas em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”, destacou o comunicado.

“Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas.”

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