Pioneira do cinema e das radionovelas, Gilda Abreu nascia há 120 anos 23 de setembro de 2024 Off Por Ray Santos Compartilhar Artista dirigiu filmes e criou radionovelas para a Rádio Nacional Agência Brasil Publicada em 23/09/2024 – 17:29 Brasília © Arquivo Nacional Versão em áudio https://jornaldiadia.com.br/wp-content/uploads/2024/09/228071.mp3 Nascida em Paris, na França, mas naturalizada brasileira, a multiartista Gilda de Abreu “estreava” há 120 anos. Gilda começou sua carreira artística cantando em eventos beneficentes e concertos de ópera. Em 1920, apresentou-se no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em óperas como “Os Contos de Hoffmann” de Offenbach e “O Barbeiro de Sevilha” de Rossini. Foi nessa época que conheceu Vicente Celestino, que se tornaria seu marido.Em 1933, estreou no teatro musicado com a opereta “A Canção Brasileira” e, após cinco meses, casou-se com Celestino no próprio palco, em uma cerimônia que teve grande repercussão.No começo dos anos 40, com a popularidade das radionovelas em alta, Gilda começa a escrever para esse formato.Para a Rádio Nacional, ela cria obras como “Mestiça”, “Aleluia”, “A Cigana” e “Pinguinho de gente”, entre outras, e escreve “Alma de palhaço” para a Rádio Tamoio. Ainda na década de 40, mais precisamente em 1945, inicia seu trabalho como diretora no filme “O Ébrio”, que se torna um grande sucesso de bilheteria e está disponível para streaming gratuito na Itaú Cultural Play.O filme foi lançado em 1946 e se tornou um grande sucesso de bilheteria e consolidou sua carreira como diretora. Ela seguiu dirigindo outros filmes, como “Pinguinho de Gente” (1948) e “Coração Materno” (1951), que também obtiveram boa recepção.Hernani Heffner, conservador-chefe da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, conta que décadas depois do lançamento de “O Ébrio”, a exibição da versão restaurada emociona o público. “Quando você vê o filme numa sala grande e todo mundo começa a soluçar, é um acontecimento. De fato, O Ébrio calou muito profundamente no coração das pessoas”, conta Heffner, que em depoimento ao Itaú Cultural lamentou a pouca visibilidade dada à obra de Gilda. “Hoje usa-se o termo ‘apagamento’, e é sugestivo que muito pouco do processo de criação da Gilda no filme tenha sobrevivido.”Além do cinema, ar artista escreveu vários livros, incluindo romances infantis e uma biografia de Vicente Celestino, “A Vida de Vicente Celestino”.Gilda de Abreu é lembrada como uma figura importante na história do cinema e da música no Brasil, contribuindo significativamente para a cultura brasileira com seu talento multifacetado, em especial como uma figura fundamental na história do cinema brasileiro, sendo uma pioneira que desbravou caminhos para as mulheres na indústria cinematográfica.RelacionadasProjeto Cine Petrobras leva cinema gratuito para população Ministério da Cultura lança edital de apoio a rádios comunitárias Caixa Cultural no Rio apresenta mostra Faróis do CinemaEdição: Juliana Cézar Nunes Compartilhar Aterrorizadas, famílias libanesas fogem de bombardeios israelenses Ataques aéreos israelenses mataram ao menos 356 pessoas no Líbano