Pouco utilizada no varejo, Inteligência Artificial pode revolucionar o segmento
Guilherme Mauri

Pouco utilizada no varejo, Inteligência Artificial pode revolucionar o segmento

7 de novembro de 2024 Off Por Marco Murilo Oliveira
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*Por Guilherme Mauri, CEO da Minha Quitandinha

De acordo com a pesquisa “The State of AI in Early 2024: Gen AI Adoption Spikes and Starts to Generate Value”, realizada pela McKinsey, em 2024, 72% das corporações em todo o mundo já adotaram o uso da Inteligência Artificial (IA). No entanto, a realidade no setor varejista é bem diferente. Conforme o relatório “Perspectivas da Agenda CIO para a Indústria e o Varejo”, elaborado pelo Gartner, revela que atualmente menos de 5% das empresas desse segmento utilizam soluções de IA para criar dados sintéticos de clientes, que simulam dados reais.

Nesse contexto, é animador saber que, conforme o relatório do Gartner, até o final de 2025, nove em cada dez varejistas planejam implementar a IA para transformar a jornada do cliente de maneira mais personalizada e eficiente. Além de aprimorar a experiência de compra do consumidor, a tecnologia em questão é capaz de revolucionar a forma como é feito o gerenciamento das operações do comércio, possibilitando análises precisas  e estratégicas.

Dentre os muitos benefícios que a IA pode acarretar para o varejo, podemos destacar a possibilidade de coletar, armazenar e explorar dados para a identificação de padrões de compra dos clientes, compreensão dos produtos com maior saída e previsão da necessidade de reposição de mercadorias. Tal recurso auxilia na redução de custos com estoque desnecessário, desperdício de produtos e preparação para picos de demanda devido à sazonalidade. 

Com um banco de dados estruturado pela IA, os varejistas podem desenvolver estratégias de marketing direcionadas, promoções segmentadas, ofertas especiais e recomendações individualizadas. Dessa forma, além de impulsionar as vendas, a tecnologia contribui para a fidelização do cliente.

É uma relação de ganho dos dois lados, afinal o varejista deve ter resultados melhores, enquanto os clientes terão seus produtos e marcas favoritas sempre disponíveis e, muitas vezes, com promoções.

A IA também promete ajudar muito o varejista no gerenciamento operacional e financeiro das suas lojas, auxiliando a controlar melhor o estoque, evitando perdas. Um exemplo disso, é a “pick list”, que seria a “lista de compras de estoque” do varejista para aquele momento. A IA já consideraria o estoque atual, dinheiro em caixa, previsão de vendas para os próximos dias ou semanas (considerando sazonalidade) e datas de vencimento dos produtos, para gerar uma lista de compras certeira. Um procedimento de compras mais assertivo diminui prejuízos e auxilia no fluxo de caixa do varejista, que pode repassar esse ganho no preço do produto final para o consumidor, fazendo a máquina de vendas girar mais e melhor.

Em resumo, a IA está disponível para os varejistas e pode capacitá-los a tomar decisões mais informadas, otimizar suas operações e proporcionar uma experiência mais personalizada aos consumidores. Ao adotar essa tecnologia, os empreendedores podem competir de forma mais eficaz em um mercado que se apresenta altamente dinâmico e competitivo. Nesse cenário, espera-se que o mercado global de ferramentas de IA no varejo cresça exponencialmente, alcançando, segundo projeções da Statista, US$ 31 bilhões até 2028. Com essas inovações, a IA não apenas vem para ajudar, mas também para transformar radicalmente suas vendas, tornando-as mais ágeis, eficientes e centradas nos clientes.

*Guilherme Mauri é administrador de empresas, com especializações em negócios e finanças e possui  mais de 18 anos de experiência em consultoria corporativa, analisando negócios de sucesso nos mais diversos setores para transações de M&A. Atualmente, o executivo é CEO da Minha Quitandinha, rede de minimercados autônomos.

Larissa Yoshida


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